Capítulo 8

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POV MACARENA

Novamente deitadas na cama após mais um round de um sexo delicioso, faço carinho em sua cabeça deitada sobre minha barriga e observo como Zulema é um gato manhoso, acredito ser umas das raras pessoas da terra a presenciar essa faceta dela, seu rosto está virado para o outro lado, mas sei dizer com exatidão que sua expressão é de completo deleite com os olhos semicerrados por receber uma massagem, vez ou outra escuto sua respiração mais pesada entregando seu total estado de relaxamento. Já eu não evito sorrir cada vez que ela faz isso, toda a máscara de mulher inatingível que ela construiu pra si cai por terra diante de mim, Zulema nada mais é do que uma pessoa necessitada de carinho e amor como todas as outras e no caso dela um pouco mais por ter sofrido por tanto tempo e ter sido privada de uma vida normal e saudável.

Minha barriga interrompe nosso silêncio com uma sonora roncada debaixo da cabeça de Zulema, ouço sua risada alta e me entrego ao momento rindo também com um misto de vergonha.

— Rubia você guarda um monstro ai dentro? – ela levanta o suficiente pra conseguir se virar e deita novamente agora me olhando, sorrio de uma forma extremamente idiota por ver sua expressão divertida e sorrindo de orelha a orelha, tanto que seus olhos ficam menores e mais puxados do que são. Oh Deus eu a amo! — Por que não disse que estava com fome?

— Estou com preguiça, você gastou todas minhas energias.

— Preguiça de levantar o garfo até a boca? Você fala como se fosse cozinhar – dou um tapa leve em seu braço e ela ri — Vamos Rubi, você já usou de mais violência contra mim! – aparentemente ela tirou o dia para me provocar!

— Cala boca Zulema – reviro os olhos, mas meu sorriso entrega que estou me divertindo com ela.

— Vem aqui e cala! – ela responde provocativa e senta na cama fazendo sinal de vem com as mãos.

— Sério, as vezes você parece uma pré-adolescente.

— Vem Rubia, estou esperando – balanço a cabeça em negação — Se não vier não tem almoço, seu monstrinho vai te comer viva!

Vencida pela chantagem vou até ela e sento em seu colo encaixando as pernas por fora de seu quadril, olho seus rosto por alguns instantes e início o beijo com um selinho longo e puxo seu lábio inferior com uma sugada, solto sua boca e a vejo totalmente entregue com os olhos fechados, puxo novamente seu lábio com uma mordida e então inicio um beijo lento, suas mãos sobem por minhas costas por debaixo da roupa arranhando a pele e em seguida massageando meus seios. Minha barriga ronca novamente lembrando qual necessidade era prioridade no momento.

— Realmente estou com muita fome – falo ao separar nossas bocas.

— Vem, vou te alimentar – dou uma sequência de selinhos nela e levo a boca até seu pescoço depositando beijos leves ali — Ruubi... não provoca, não vou conseguir parar!

E novamente meu estômago reclama e solto uma risada desistindo de tentar outra rodada, levantamos e com alguns passos estamos na cozinha, Zulema pega o necessário para cozinhar e eu ajudo com o corte dos alimentos.

Depois de 2 horas já tínhamos almoçado e começamos a organizar a cozinha, ela era ótima com a preparação, mas péssima em usar pouca coisa, era uma colher para pegar cada um dos mil condimentos que ela usava, cada legume ou verdura tinha que ser colocado uma vasilha diferente e assim seguia resultando em uma pilha enorme de coisas para lavar e guardar.

Estava enxugando uma vasilha quando ouço o barulho do vidro se chocando com o chão, olho para o lado e vejo ela com a mão pressionando a cabeça e os pratos em pedaços pelo chão. Rapidamente largo tudo dentro da pia e vou até ela, vejo seus olhos se apertando e sua expressão de dor, a seguro e caminhamos para cama e a coloco sentada ali.

— Pega o remédio pra mim – ela aponta para prateleira e vejo um frasco de vidro marrom e vou depressa pegar e volto pra ela trazendo também um copo com água, entrego e ela engole dois comprimidos.

— Que remédio é esse Zulema? O que você tem? – meu coração se aperta vendo sua expressão de dor mas não deixei de observar que seu remédio parecia ser algo muito específico pois tinha uma etiqueta de laboratório com o nome dela escrito.

— Não tenho nada, estou bem – sua voz fria e baixa, seu olhar desviando do meu entregava que a outra Zulema estava de volta.

— Zule-

— Já disse que não tenho nada Macarena, não insista – ela se levanta, pega um pacote de cigarro junto com o isqueiro e sai pela porta me deixando atordoada com a mudança de humor, limpo uma lágrima involuntária e respiro fundo tomando coragem pra ir atrás dela.

— As coisas não vão funcionar dessa forma Zulema, não sou obrigada a aguentar suas mudanças de temperamento! – já estava do lado de fora da caravana, falo atrás dela e ela nem sequer vira para me olhar. Ela da mais uma tragada e solta a fumaça.

— Não é obrigada, nunca te obriguei... inclusive já te falei para ir embora.

— Você acha que eu não queria? Você acha de verdade eu que eu gosto de ficar me humilhando pra você? – minha voz sai carregada de frustração e embargada pelo choro que está prestes a chegar.

— O que você está esperando pra ir embora então? – ela não teve a decência de falar essas coisas olhando pra mim, não entendo porque ela foge tanto. Dou alguns passos passando por ela e fico em sua frente, ela vira o rosto evitando me olhar.

— Não sei... não deveria esperar nada de você mas eu não consigo ir, eu queria te odiar e estou me odiando por não conseguir, infelizmente tenho sentimentos por você e sou corajosa o bastante por admitir isso na sua frente, eu estava disposta a tentar, a te fazer feliz mas vejo que com você é impossível! – espero alguns instantes e ela permanece com o rosto virado sem me olhar — Ótimo!! – recolho o vexame de mais uma humilhação, junto com os pedaços do meu coração e vou a passos largos de volta para caravana deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto com a certeza de que ela não vai mudar e que eu precisava sair daqui.

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Comentário da autora: Assim fica difícil Zulema!!! 

Ps: não lembro se já falei mas a ideia da fic veio quando estava ouvindo a música odio que no te odio, um feat da Cami com o Lasso (amo eles cantando juntos), só lembrei da relação de Zurena na hora e então veio aí a fic.

Odio que no te odio | ZURENA Onde histórias criam vida. Descubra agora