Arma Cercada de rosas

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É uma arma cercada de rosas esse amor que te atiro;

Por isso a fragrância feroz no gatilho sensível,

Por isso a dor do espinho quando recebes os meus tiros.

Sabes como é difícil manter a vela aquecida

Pra acionar as pólvoras de um amor perfeito,

Depois que as chuvas frias de novembro molharam o quarto rarefeito

(É arma sem balas certeiras esse amor que te trago em batalhas perdidas).

È uma arma clandestina esse amor eterno e furioso;

Por isso o coldre pesado, trabalhoso de carregarmos nesse ano rancoroso,

Por isso as saudades da Cidade Paraíso nesse ambiente perigoso.

Sei como é difícil entender esse meu estranho ser e estar ao teu lado

A viver e a me deixar morrer – é simples e, ao mesmo tempo, complicado,

Depois que as chuvas do passado se mantêm presentes em nosso hoje desmoronado

(É arma sem garantias esse amor que te ofereço em triste e satisfeito agrado).

É uma arma sem lágrimas visíveis esse amor que te choro calado;

Por isso o falso deserto aonde há extrema umidade,

Por isso essa salva de tiros num estampido quieto e sem vontade.

Sabemos como é difícil manter nossa guerra civil civilizada,

Pois sempre haverá corações feridos em nossa terra bombardeada,

Depois que as tempestades da tua paciência pereceram nas chamas da minha ausência

(É arma traiçoeira esse amor que te ofereço em promessas desfeitas).

É uma arma cercada de rosas medrosas esse amor que te atiro

Por isso o medo de espantar as pétalas depois do tiro,

Por isso esse permanente espinho que carrego comigo e, com o qual, te firo

(Mesmo quando não quero, eu ainda te firo...). !!!

O Anjo Sem AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora