"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer."
Santo Agostinho.
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Me apoiei em um carro qualquer, deixando a noite e a lua tomarem meu foco, enquanto tentava acalmar minha mente e secava as lágrimas que não conseguia evitar. Foi quando ouvi seus passos se aproximando.
— Você está bem? Por que saiu assim? — a voz de Lucien soou preocupada, interrompendo meus pensamentos.
Eu me virei rapidamente, tentando disfarçar a confusão dentro de mim.
— Só tive um mal-estar. Acho que foi por causa do calor. — menti, tentando parecer tranquila.
— Você quer alguma coisa? Um remédio, uma água? — ele perguntou, sempre tão prestativo.
— Eu estou bem! — assegurei, forçando um sorriso. — Foi algo passageiro.
Ele pareceu relaxar, ainda que com uma expressão de dúvida. Suspirei aliviada, mas minha mente estava longe, de volta à lua cheia, brilhando intensamente no céu.
A brisa fria passou, tocando suavemente meus ombros desnudos, e um arrepio me percorreu.
— Você está com frio. — Ele constatou, e antes que eu pudesse dizer algo, ele tirou seu casaco e colocou sobre meus ombros, me aquecendo.
Mais uma vez, o cheiro do seu perfume amadeirado me envolveu, e eu respirei fundo, agradecendo a sensação de proximidade que ele proporcionava.
— Obrigada! — falei com um sorriso tímido.
— Não há de quê. Vamos comer alguma coisa? — sugeriu.
Estava prestes a concordar quando, de repente, seu celular tocou. Ele olhou para a tela, e sua expressão mudou instantaneamente. Ele levantou a cabeça, suspirando de forma visivelmente frustrada.
— Você não vai atender? — perguntei, curiosa.
— Não vou. — respondeu com firmeza.
Então, sem mais palavras, ele segurou minha mão e me puxou em direção ao seu carro, mas o celular tocou novamente.
— Atenda! Pode ser algo sério. — insisti.
Ele hesitou, mas acabou atendendo, e assim que ouviu a voz do outro lado da linha, sua postura mudou completamente. Ele parecia ficar cada vez mais tenso e preocupado.
— Por que você está me ligando? — ele falou com um tom irritado, mas logo sua expressão se transformou em algo mais sombrio, mais ansioso.
O que quer que tivesse sido dito do outro lado da linha fez ele se apavorar.
— Já estou indo... Onde você está? Amélia, me responde! ONDE VOCÊ ESTÁ? — sua voz estava agora completamente desesperada.
Ele encerrou a ligação abruptamente, e a tensão no ar foi palpável.
— O que aconteceu? — perguntei, ainda tentando processar a situação.
Lucien parecia em pânico, sua voz rouca de desespero.
— Temos que ir... Amélia está passando mal. — disse ele, com a expressão tensa e os olhos fixos na estrada.
Entramos no carro rapidamente e ele deu partida com tanta pressa, como se estivesse fugindo do próprio medo. Eu estava em choque, não conseguia entender por que isso estava acontecendo.
Ele dirigia como se a vida dele dependesse disso, ultrapassando sinais de trânsito sem nem pensar. Eu me perguntava por que Amélia não havia ligado para Nicholas, mas a questão parecia ser mais urgente naquele momento.
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REALIDADE PARALELA
RomancePriscila Silva Santos é uma mulher marcada por uma profunda depressão e baixa autoestima, mas encontra no amor de sua vida, Nicholas, sua única razão para viver. Totalmente dependente dele, ela constrói sua felicidade em torno da relação. No entanto...