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O som irritante da campainha soa por a sala, e eu me levanto indo até a porta, abrindo-a e vendo Noah parado com uma sacola em mãos. O mesmo me abraça e acaricia meu cabelo, deixando um beijo em meu ombro.

- Vamos massacrar a vadia. — sussurra e eu rio baixo, negando com a cabeça.

O puxo até a mesa, onde todos já estavam comendo. Casey ainda me olhava com deboche, não desperdiçando nenhuma oportunidade de tentar passar na minha cara o quanto minha vida amorosaquanto minha vida amorosa é um fracasso, ao ponto de ter que fingir um namoro.

- Boa noite. – Noah fala  sério, sentando-se ao meu lado. Sua seriedade me assustava, já que ele quase nunca ficava assim. – Como estão?

- Bem, querido. E você, como vai? – tia Angel responde rapidamente, e eu sorrio. Angel de longe era a minha tia preferida, ela era sensata, legal, fofa, e não diminuía os outros, então...

- Vou bem, muito obrigado. –meu "namorado falso" responde, Lhe mandando um sorriso enorme. Minha mãe apenas observava tudo sorrindo, ela também adorava o Urrea, desde o dia que nos conhecemos. Tia Margot estava neutra, na verdade, ela parecia não estar nem aí, apenas comia sua refeição, sem falar um a, enquanto tia Casey, me olhava com uma sobrancelha arqueada.

- Perdeu alguma coisa?

- Any... – minha mãe chama a minha atenção, respirando fundo em seguida. – Não vamos brigar, por favor.

- Acho que isso é meio impossível. – levanto minhas duas sobrancelhas,encarando a mulher à minha frente. – Algum problema, tia Casey?

- Nenhum, querida. Só queria saber se o que me falaram hoje é verdade.– limpa o canto de sua boca, sorrindo em seguida. – Ouvi dizer que estão fingindo um namoro, sério? A troco de que? - pergunta com sua melhor feição de cinismo.

- Acha mesmo que preciso fingir um namoro?

- Acho. - então está totalmente certa.

- Desculpe interromper, mas acho que essa conversa está se tornandototalmente inconveniente, senhora. – Noah fala, entrelaçando nossos dedos por baixo da mesa. - Posso Ihe garantir, fingir amar a Any, é a última coisa que eu precisaria fazer, porque eu realmente a amo.

-Então, está me falando que meu filho está mentindo? Sinto muito lhe dizer, mas ele me contou o que ouviu hoje, e não acho que esteja inventando fofocas, uma criança não saberia mentir sobre algo assim...

Antes que a mesma continuasse tagarelando, Noah me puxa pela nuca delicadamente, e cola nossos labios. Minha primeira reação foi arregalar os olhos, sem saber muito como reagir, mas logo decido me entregar, e os fecho, aproveitando a sensação de seus lábios juntos aos meus.

Assim que nos afastamos, o garoto encosta nossas testas, enquanto
tentávamos regular nossas respirações. Naquele momento eu não ligava se minha própria família havia visto isso, eu me sentia nas nuvens.

- Acho que isso diz tudo.– o loiro sorri em direção à Casey, que nos olhava incrédula. Minha mãe e tia Margot não demonstravam nenhuma reação, parecendo tentar digerir o que acabara de acontecer, e tia Angel mantinha um sorriso em seu rosto, que eu achava que a qualquer momento fosse rasgar sua pele.

O garoto me puxa pela mão, pegando a sacola que trouxe, e que estava em cima do sofá. Andamos para fora da casa, e ele me leva até seu carro, onde entramos e ficamos alguns segundos em silêncio.

– Trouxe comida. – levanta a bolsa, e eu sorrio, o vendo fazer o mesmo.

–Obrigada, Noah, sério.

O loiro segura minha mão e leva seus lábios até ela, beijando-a delicadamente. Eu me sentia totalmente sortuda por ter sua amizade, e isso era a coisa que eu mais tinha medo de perder.

Abro um chocolate e dou a primeira mordida, observando alguns carros passarem por a estrada, enquanto uma musica aleatória calma tocava no rádio.

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𝙵𝚊𝚔𝚎 𝚍𝚊𝚝𝚒𝚗𝚐 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora