14.

237 17 13
                                    

los angeles, california, estados unidos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

los angeles, california, estados unidos.
seis anos atrás. (2014).

ariana

Eu estava totalmente encharcada. A chuva que estava caindo lá fora, não fora alvo de noticiários. Eu sequer conhecia esses lados direito. Com trinta dólares molhados dentro do meu bolso, e meu celular totalmente sem bateria e molhado, eu me sentei no banco de uma cafeteria. Talvez a única recebendo clientes nesse horário. Já se passavam das nove da noite, e eu sabia que precisaria achar um lugar pra dormir logo. Na pior das hipóteses, eu procuraria um parceiro.

Uma garçonete se aproximou de mim, mas entendeu o meu sinal com as mãos. Não ia pedir nada pra comer, não posso gastar com mais nada. Já tinha comprado um almoço mais cedo, por isso, não posso pedir outra coisa. Seu sorriso murcha. Eu sei o que ela vai fazer, e pela reação dela, arrisco dizer que não é o que ela gosta de fazer. Ela é bonita. Cabelos vermelhos que despencam perfeitamente por seus ombros. Seus olhos são castanhos, e sua pele tem algumas sardinhas que a tornam mais fofa ainda. Um pouco mais distante, um rapaz alto e esguio não tira os olhos dela, e isso me faz deduzir que ela está no final de seu turno.

— Sinto muito, senhorita. — Ela entorta os lábios, e no mesmo instante eu me levanto. Já sei o que ela vai falar, e se ela não está confortável, eu posso poupá-la disso.

— Já sei. Não posso ficar sem pedir nada. — Recolho o meu casaco molhado, e caminho para a saída.

— Ela vai querer a especialidade da casa. — Uma voz rouca diz um pouco mais distante de mim. Viro para procurar o dono da voz, e encontro o rapaz mais bonito que eu já vi em toda a minha vida. — Quer acrescentar algo mais? Além, claro, de um refri bem gelado.

Seus olhos são verdes como um cristal, seus cabelos se enrolam uns nos outros de uma forma delicada, e vão até um pouco acima de seus ombros. Ele é alto, magro e repleto de tatuagens. Ele sorri pra mim. O sorriso perfeito. Em seu rosto, uma barba rala cresce, ainda não foi feita essa semana. Ele está vestindo um smooking preto, e um sapato de salto da mesma cor. Os primeiros botões de sua camisa estão abertos, e me dá uma visão de seu peitoral repleto de tatuagens. Suas mãos cheias de anéis, me fazem criar fantasias terríveis. Algo envolvendo suas mãos no meu pescoço.

— Acho que a senhorita não vai querer mais nada. — Ele sorri para a garota dos cabelos de fogo, e se senta na mesa em que eu estava. Antes, ele retira o smooking preto e o coloca gentilmente na mesa. — Sente-se.

Seus olhos me queimam.  

— Qual o seu nome, docinho? — Ele alisa o queixo e me encara intrigado.

Agora, eu estou sentada na sua frente. Coloco meu casaco molhado em cima da mesa, e escondo as mãos em meu colo. Estou com frio.

𝘚𝘛𝘙𝘈𝘞𝘉𝘌𝘙𝘙𝘠 𝘓𝘐𝘗𝘚 ::: 𝘫𝘢𝘳𝘪𝘢𝘯𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora