15.

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paradeiro desconhecido

ariana

Minha cabeça dói, e eu sinto uma vontade enorme de colocar tudo pra fora. Meu corpo parece estar mole, e ele balança de um lado para o outro conforme a van vai se movimentando. Eu não sei onde estou, e sinceramente, tenho medo de descobrir. Eu demoro pra lembrar o que aconteceu, mas assim que o faço, meu cérebro manda comandos imediatos pro meu corpo. Por longos minutos, eu tento me concentrar em abrir os olhos e levantar a cabeça, mas tudo o que consigo, é resmungar de dor.

Ao fundo, eu escuto um bip distante. Me pergunto se talvez eu esteja no hospital, e tudo tenha ocorrido bem, mas não consigo decidir entre uma resposta. Quando finalmente abro os olhos, eu encaro o teto de uma van. Mais uma. Aperto bem os meus olhos, e tento me levantar sem passar mal. O que claramente foi em vão. Assim que me posiciono sentada, curvo o meu tronco e puxo por qualquer coisa que possa me ajudar. Por sorte, havia uma sacola por perto, e ela foi a minha vítima.

Depois de despejar tudo pra fora, eu encaro as pessoas que estão ao meu redor. Uma mulher alta e morena dos cabelos lisos e castanhos. Ela é uma das mulheres mais lindas que eu já vi. Ela sorri pra mim, e faz um sinal com a cabeça. Sigo seu sinal, e encaro o rapaz deitado em um colchonete no chão da van. Ele está com o peitoral de fora, e só assim eu consigo ver o local do tiro. De imediato, eu tento me levantar para ir até ele, mas assim que faço menção por isso, tenho que me sentar outra vez. Que merda está acontecendo comigo?

— Calma, gata! — A garota diz em um tom brincalhão. — Ele vai ficar bem. Eu fiz o máximo que pude, agora é só esperar ele melhorar.

Passo os olhos nela outra vez, de forma que agora, eu consigo ver detalhes que haviam passado em branco. Um pouco acima de seus seios, ela tem uma tatuagem de um círculo com duas bolinhas ligadas dentro. Forço a minha mente para tentar me lembrar onde eu já havia visto esse mesmo desenho, mas falho miseravelmente.

— Você não é muito de falar, não é? — Ela soltou uma risadinha. — Tudo bem, eu posso explicar quem eu sou, porque você está com a gente e onde você está.

— O que você fez com ele? — Perguntei com a voz rouca pela falta de atividade nas últimas horas. — E comigo? Por que eu não consigo sequer ficar de pé?

— Bem, eu cuidei dele. Você só deve estar com fome. — Ela deu de ombros. — Meu nome é Chloe Decker, Ariana. Creio que você já conheça a Alisha, e ali é o Ryan.

Os dois acenam pra mim, mas Ryan continua focado em dirigir. Volto minha atenção para Chloe, e noto que ela está um tanto quanto desconfortável. Eu não sei porquê, e sinceramente, não sei se quero saber. Ainda tenho medo de perder a imagem boa do meu pai ou, não sei,  talvez perder a confiança no Justin. Pra mim, eram os possíveis motivos deles estarem ali.

— E quem são vocês?  — Pergunto mais uma vez. — Por que a Alisha está aqui, sendo que ela trabalha com o Louis?

— Calma. — Chloe diz brincalhona. — Digamos que somos uma pequena parcela de pessoas que o Louis já enganou. Ainda tem muito mais gente, você ficaria impressionada, Ariana. A Alisha nunca trabalhou pro Louis. Ela precisava se aproximar de você, ela precisava que você se sentisse traída por Louis.

— Por quê? — Eu estou claramente confusa, e eles sabem disso.

— Porque dessa forma, você e o Justin virariam mais próximos. — Franzo o cenho. Isso não faz o menor sentido!

𝘚𝘛𝘙𝘈𝘞𝘉𝘌𝘙𝘙𝘠 𝘓𝘐𝘗𝘚 ::: 𝘫𝘢𝘳𝘪𝘢𝘯𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora