𝘚𝘛𝘙𝘈𝘞𝘉𝘌𝘙𝘙𝘠 𝘓𝘐𝘗𝘚 ::: 𝘫𝘢𝘳𝘪𝘢𝘯𝘢

18.

justin

Temo que as coisas estejam pacíficas demais, nem sempre foi assim. Minha vida sempre foi cheia de altos e baixos, e nesse caso, compará-la com uma montanha russa é cabível. Sabemos que a parte mais emocionante das montanhas russas, são as descidas e bem, eu gostava dos momentos antes da merda acontecer. Era sempre lotado de adrenalina e eu amava isso.

Eu sabia que Pattie estava tentando me ocupar e tirar a minha mente de Ariana. Eu sei disse, porque a conheço bem o suficiente e também porque as paredes são tão finas, que eu consigo escutar perfeitamente o que eles dizem nos cômodos ao lado. Bem, sei que minha recuperação tem sido bem sucedida e sei, também, que Ariana tem evitado passar perto de mim. Eu só não sei o porquê.

A forma como essa garota tem se tornado importante pra mim, é incrivelmente assustadora. Em uma hora, estamos saindo aos socos e distribuindo tiros pra quem quisesse ser atingido, já na outra, estamos como dois coelhos dentro de qualquer lugar que nos acolhesse de forma confortável. Ignorando o fato de que Pattie tem me inflado toda hora sobre como eu conheci Ariana, nossa relação era tão boa quanto qualquer outra.

- Drew - Pattie entra no quarto, e me entrega um sanduíche e um suco. - Estou exigindo. Como vocês se conheceram?

- De novo isso, mãe? - Perguntei de saco cheio.

- Se me contar, eu prometo te deixar em paz. - Ela levanta as mãos, e sorri. - E, então?

- Seu sanduíche de pasta de amendoim me convenceu, não você. - Digo emburrado.

- Touché. - Ela sorri vitoriosa.

- Era uma missão na Carolina do Norte. Precisávamos matar cinco traficantes e depois fugir. Conhecemos Alisha lá, inclusive. Ela nos ajudou. - Dei de ombros. - Nada muito empolgante, matamos pessoas e combatemos o crime.

- Não é bem assim, e você sabe disso. - Ela cruza os braços. - Vocês são os bandidos dos bandidos e não os mocinhos.

- Posso conviver com esse rótulo. - Dei de ombros outra vez.

- Mas e qual foi a sua primeira impressão sobre ela? - Pattie apoiou as mãos no joelho e segurou o queixo. Estava mesmo interessada.

Eu quis matá-la, pra ser bem sincero.

- Eu tive a impressão de que ela era totalmente o oposto do que eu procurava em uma mulher. - Disse pensativo. - Ela era como uma cópia da Katie. Forte, bonita, livre, inteligente e uma lista de mais mil adjetivos positivos. Bem, pra mim, isso, era assustadoramente inaceitável.

- E o que você fez pra lidar com esse pensamento? - Pattie questionou.

- Eu bati nela. - Disse simples.

- Vou corrigir você, ta? - Ariana disse parada no batente da porta. Ela entrou completamente e sorriu convencida. - Ele levou uma surra. Só por isso, ele topou participar da missão.

- Oh, você bateu no meu filho? - Pattie perguntou preocupada. Mal pude segurar a risada.

- Tecnicamente, ele começou. - Ela cruzou os braços e deu de ombros. - Foi ele quem me deu uma rasteira primeiro.

- Foi você quem me provocou. - Disse fazendo bico.

- Eu estava vivendo a minha vida em paz. Se eu feri o seu ego frágil, a culpa com toda certeza não foi minha. Não vou pedir desculpas. - Ela deu de ombros.

- Ela está certa. - Pattie diz.

- Pattie!

- Obrigada! - Ariana sorriu dócil. - No entanto, eu não vim aqui pra isso. Vim perguntar se você consegue descer pro jantar hoje as sete. O que você me diz, huh?