"Cinco"
Isla
Ainda na segunda-feira pós-momento na cafeteria, segui para meu prédio da faculdade, tentando me encontrar dentro daquele local diferente. Desde forma de escrever até arquitetura.
Ao encontrar minha sala de aula, descobri que ela era elaborada da mesma maneira que um anfiteatro, o que tornava a sala bastante legal. Yui me acompanhou até ali, tagarela e animada sobre quarta-feira e o quanto ela me devia.
Ela realmente me devia. Eu faria questão de cobrar aquilo, especialmente se de fato acontecesse.
Tive algumas aulas no período da manhã, encontrei um lugar legal para almoçar ao lado da faculdade — bastante abarrotado por estudantes de graduação e pós-graduação — e voltei para uma aula no início da tarde. Aproveitei para depois disso conhecer o campus, encontrando diversos ginásios de esporte escondidos por árvores imensas — ginásios para futebol de campo, natação, futsal, vôlei, e diversas outras modalidades de esporte que eu não esperava, inclusive tênis. Descobri também a biblioteca da universidade, indo para a área de livros internacionais, encontrando alguns que me interessavam e que eu era capaz de ler.
Não que eu fosse incapaz de ler japonês — uma vez que aprendesse a língua —, mas no momento isto era de fato improvável.
Pedi ajuda para uma bibliotecária para encontrar livros de ensino básico de japonês, com ela me mostrando alguns. Peguei o que ela recomendou, até porque eu não tinha nenhum parâmetro de qual seria melhor, e segui para casa, cansada. Eu não gostava da palavra exausta, então raramente a usava, até porque para mim exaustão requeria um nível mental de cansaço superior a um nível físico.
Arrumei algumas coisas em casa, confirmei minha consulta com a nova psicóloga no dia seguinte e decidi assistir alguma série — apenas para descobrir que precisava realizar um novo cadastro no serviço de streaming por ser um novo país. Eles barravam o acesso de acordo com a localização do IP, o que era previsível. Atualizei alguns dados meus em algumas contas e comecei uma nova série, sem sequer entender o que eu estava vendo.
Abraçando a mim mesma na cama, meus pensamentos se espalhavam por ela conforme eu tentava ficar mais confortável.
E se eles já souberem que você está no Japão?
Alguém estava morrendo na série, mas eu não sabia nem qual personagem era.
E se Yui já for uma mira por saber informações demais sobre você? E se ela se tornar uma mira por estar próxima por tempo demais?
Me amaldiçoei por isso. Mina tinha passado cinco anos ao meu lado e só haviam chegado perto dela uma única vez, isso sem contar que não chegaram nem a tocar nela. Eu estava sendo paranoica.
Natsuo pode estar em perigo. Eu não sabia bem o que esperar disso, dessa situação em particular. Por isso eu havia surtado. Eu sabia que amigos não seriam mortos a não ser que eu me descuidasse — como aconteceu na França, e eu deveria estar morta por isso. Mas quanto a interesses românticos (vou colocar desta forma porque "foda de uma noite" parece um pouco demais, apesar de ser isso), eu não fazia ideia de como reagiriam. E se Natsuo já estivesse morto neste momento?
Meu corpo todo estava tenso, meus músculos duros como se eu tivesse passado por um dia de treinamento físico intenso e eles não aguentassem mais o estímulo físico, mas aquilo era tensão. Eu e meu corpo sabíamos disso. Preocupação extrema. Meu estômago se revirava com as possibilidades do desconhecido, e meu cérebro buscava por várias reviravoltas, uma mais cruel que a outra.
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Segredos Que Nunca Contaríamos (Trem Errado #1)
Lãng mạnIsla não via a hora de se mudar. Ela queria deixar para trás os horrores que havia vivido e visto em Paris. Quando a embaixada confirma a transferência de seu pai para o Japão, após semanas de espera, tudo o que lhe resta é respirar aliviada. Ela s...