3. A Vaga?

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São Petersburgo

São Petersburgo

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Madalena Peri


Tinha acabado de acordar e já estava pensando em ir embora. Isso porque tinha enfrentado um voo de quase sete horas de Zurique até a Rússia apenas para fazer aquela visitinha indesejável. E teria ficado em um hotel, mas dessa vez precisaria dar uma de sonsa se quisesse falar com Layla abertamente sem ser atacada por seus dramas.

''Meu Deus! Isso não é um rock alternativo do Radiohead, mas que diabos eu estou fazendo aqui? '' — estar naquela propriedade me fazia se sentir sufocada e olhei ao redor do quarto luxuoso cada vez mais oprimida porque nunca me sentira parte daquilo.

— A minha mala já está arrumada mesmo. É só tomar o café da manhã com ela e depois sair. É isso.

Sabia que estaríamos sozinhas, pois imaginava que iria me reservar esse tempo já que não nos víamos a um ano desde a última vez em que estivera visitando o país por três dias.

— É só descer. — emendei calçando os meus chinelos e não me importei em ainda estar vestida em meu pijama de calça e manga cumprida em algodão listrado de azul, pois ainda era muito cedo e ninguém me veria.

E mesmo que pudessem, eu jamais me importara em estar vestida como uma boneca o tempo todo porque não fazia parte da casa da Barbie.

Percorri o longo corredor silencioso e desci a escadaria dupla até chegar ao salão de visitas e então segui na direção da sala de jantar que já estava devidamente arrumada para o café. O que me fizera ter a certeza de que a encontraria na cozinha finalizando o mingau favorito de '' Eden. ''

— Tia Lay. — a chamei assim que a vi colocando a iguaria numa pequena tigela vermelha.

 Aquela mulher nunca envelhecia e a sua pele negra em tom de chocolate ao leite como a minha era a razão de nossos bons genes para isso

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Aquela mulher nunca envelhecia e a sua pele negra em tom de chocolate ao leite como a minha era a razão de nossos bons genes para isso. Tudo graças a vovó Aya e ao vovô Tupã Peri de quem carregávamos o sobrenome indígena com orgulho.

Aqueles dois foram o farol da família e se mantiveram unidos de mãos dadas num casamento de sessenta anos até as suas mortes por senilidades.

— Bom dia. — disse ao se virar para me encarar sem sorrir e não pensava que o faria, pois deveria ter percebido que eu tinha algo a dizer que provavelmente não gostaria. O que em partes era verdade, mas com uma surpresa a mais.

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