23:22 PM

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A confusão permanece em sua face por bastante tempo. Tenho vontade de dar-lhe um tapa, porque, sério? Ele vai fingir mesmo que não se lembra? Aquilo me machucou consideravelmente, ao ponto de eu passar alguns dias sem dormir, sendo embalada pela melancolia que apenas a madrugada pode trazer. Ele não foi e nem disse nada. Não deu nenhuma explicação. Foi naquele dia em que perdi completamente a esperança e vontade de tê-lo. Eu era só uma adolescente sem muita confiança em si e cheia de dúvidas sobre tudo. Mas não sou mais aquela garotinha sentimental e sedenta para ter um pouco de atenção. Não sou mais assim. Cresci e entendi a importância que tenho como pessoa. Evidentemente sou humado, as vezes fraqueja, mas aquela garotinha sem auto estima se orgulharia de ver a mulher que me tornei, sei que a Angelina mais nova que me encara no momento está, por que ela sorri para mim, sempre me impulsionando. Embora, é claro, ainda esteja em constante evolução. Todos nós estamos.

— Não sei do que está falando. 

— Não sabe? — a minha ironia pode ser sentida em qualquer parte do mundo. 

— Não sei. — seus olhos citavam-me em dúvida — Do que diabos está falando? 

Por que ele parece estar sendo tão sincero quando sei que o que digo é verdade? Eu, sozinha naquela sala esperando. Esperando… esperando. E nada. Ele nunca apareceu.

— A festa. 

Eu não vou falar mais do que isso. Apesar de ter sido há bastante tempo, ainda me causa vergonha. Ele não é burro e provavelmente não teve a mente apagada.

— Festa? — sua confusão mental é quase palpável. 

Deve estar zombando de mim. Sim, ele está. É isso. Ele está. 

— Que inferno! Vai mesmo mentir na minha frente? — esbravejo. 

Sou intensa. Eu sei que sou. Passo rapidamente de um extremo ao outro em um piscar de olhos. O que me aquece o coração, no momento, é a raiva e a indignação.

— Não sei do que está falando, Angelina. — disse — Se puder me mandar explicar ajudaria muito. Não lembro de nada que tenha feito além do que lembro sobre você. É acredite, eu me lembro sobre muita coisa sobre você. 

Eu me levanto. Ele se levanta. Nos nos encaramos. 

— Sei que isso soou meio estranho, é claro. Não é como se eu fosse um maluco perseguidor. — se defende. 

Eu quase riu. Então se eu aqueceu de algo importante, não é? Sinto vontade de empurrá-lo, mas isso é errado. E como é errado. 

— A festa de Halloween, isso te lembra algo? 

Então algo muda em seu rosto. Eu espero. Ele volta a me olhar. 

— Ah, disso eu lembro. — afirma. Quase grito com ele. Mas então ele continua — Esse foi um dia de cisivo. 

—Decisivo? Então me deixar plantada naquele sala foi algo decisivo? — meu riso soa quase débil — Só precisava dizer que não queria nada comigo. Não precisava ter me deixado te esperando naquela sala. Você se divertiu com isso, não foi? 

— Me divertir? Do que está falando? 

A confusão parece crescer cada vez mais dentro dele. 

— A sorte é que Alex veio até mim. Me confortou. Éramos ótimos amigos, você tem razão.

— Alex? — ele está pensando, sem dizer nada concreto que venha à sua defesa. Isso me irrita — Eu não sabia que estava me esperando em nenhum lugar, Angelina. Mas foi eu que te esperei em uma sala. O Alex ia me ajudar a te chamar. 

Há confusão em nós dois agora. Ainda estou tentando digerir tudo o que ele me afirmou. 

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bjxs,

Triz

Meu BluesOnde histórias criam vida. Descubra agora