14- Just a little conversation...

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Louis

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Louis...

Assim que deixamos a fortaleza, fui surpreendido pela destruição deixada pelos Nômades. Casas danificadas. Hortas perdidas. Comida e móveis espalhados pelas pequenas ruas do vilarejo.

Tudo estava as avessas.

Ferido a ferido. Casa a casa, consegui falar com todos os aldeões. Alguns me recebiam de braços abertos. Outros com desconfiança. O que nenhum deles fez foi fechar a porta para mim.

Eu sabia que parte dessa receptividade se devia ao fato de estar sendo, literalmente, carregado pelo líder do clã. Outra parte era curiosidade.

Além disso, muitos tinham ouvido falar de minha participação no parto de Mirren. E no tratamento que salvou a vida de Liam.

Fiquei impressionado com o respeito que Harry tem entre eles. Não o seguiam por temor, isso estava claro. Harry é verdadeiramente admirado, como líder e guerreiro. Como seu protetor e defensor.

Nem ele e muito menos Gemma, reclamaram por ter que me acompanhar. Muito pelo contrário, havia uma tranquilidade neles enquanto visitavam os aldeões. Enquanto ajudavam com uma palavra de conforto, que fosse.

Os dois tinham nascido para isso, tinham sido criados para liderar e o faziam com naturalidade.

Quanto mais tempo passava com eles, mais eu me sentia parte deles. Mais eu me sentia um Braveheart.

Durante nosso retorno, no meio da tarde, pedi que Harry me levasse a uma última visita para encerrar o dia. Queria ver minha avó Marie. Depois das revelações do dia anterior, precisava conversar com ela.

Nunca a vi tão aliviada. Parecia verdadeiramente contente em, finalmente, poder compartilhar comigo seu grande segredo. Conversamos até a noite começar a cair.

__ Vovó, naquela noite que eu encontrei sangue na cabana, foi um Nômade que a atacou? - questionei antes que Harry chegasse e interrompesse nossa conversa.

Minha avó ficou desconfortável de repente.

__ Não,meu querido. A única ameaça era eu mesma.

__ Como assim?

Ela inspirou profundamente antes de responder.

__ Quanto mais velhos ficamos, mais difícil fica controlar a nossa transformação. Especialmente durante a lua cheia ou perto dela.

Agora eu entendia. A loba que eu achava que havia atacado vovó, era ela própria. Ela me explicou que havia se transformado sem querer. Deixou a cabana quando me escutou chegando, com medo que me atacasse por acidente.

Céus! Aquela história de licantropo era realmente muito complexa, para eu digerir em poucos dias. Precisaria de algum tempo para me habituar.

Não era apenas Harry e minha avó que tinham sangue de lobo. Eu também o tinha. O sangue da fera corria pelas minhas veias, era parte de mim. Por mais que eu não me transformasse na lua cheia.

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