Epílogo

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3 meses depois

"I've been waiting a lifetime for you"

Felipe estava lindo naquela noite, ou melhor, ainda mais lindo que o normal - se isso fosse possível.

A camisa social e a gravata com o nó folgado lhe dava um ar rebelde, assim como as calças de alta costura e os sapatos lustrosos, que completavam um visual totalmente preto. O cabelo recém-cortado estava penteado para cima em um topete alto e os lindos olhos azuis iluminavam seu rosto, assim como lhe dava um ar profundamente misterioso. Seu olhar sobre mim enquanto eu descia do andar superior era intenso e sedutor, seus olhos devorando-me da cabeça aos pés a cada novo degrau que eu percorria.

Ele parecia um príncipe das trevas daquela forma. Meu príncipe das trevas.

- Você demora dias para se arrumar, Dy. - Resmungou, fingindo uma careta, afinal, ele sabia muito bem que eu demoraria.

No entanto, meu cérebro não estava funcionando corretamente quando finalmente atingi o andar inferior da casa para respondê-lo sarcasticamente. Não conseguia desviar meu olhar dele, percorrendo e repercorrendo seu corpo seguidas vezes, absorvendo a linda imagem que tinha diante de mim, guardando-a para a eternidade em minha memória. Tínhamos tomado banho juntos, entretanto, Felipe se arrumara rapidamente após isso enquanto eu demorara mais, no entanto, a rapidez não impedia que ele fosse o garoto mais lindo que eu já havia visto. Ele ficou com as bochechas vermelhas sob minha intensa observação e riu, descolando o corpo da parede, onde estava com os braços cruzados, e se aproximando de mim:

- Quantas vezes já falei para não fazer isso? - Perguntou, arrumando o meu terno cinza, que pendia mais para um lado.

- Isso o quê? - Sussurrei, desajustado. Meu olhar estava completamente perdido em seu corpo, especialmente a forma como seus lábios carnudos se moviam lentamente, e ele revirou os olhos, cutucando minha bochecha com a ponta do dedo.

- Isso! - Riu baixinho e isso me fez finalmente erguer o rosto para capturar seu olhar, retomando o uso normal do meu cérebro.

Sorri e o puxei pela cintura, rodeando meus braços ao redor de seu pescoço e deixando um beijo rápido sobre seus lábios extremamente vermelhos:

- Qual o problema de eu olhar para o meu namorado? - Pousei mais uma dezena de pequenos e curtos beijos sobre seu rosto, sentindo a temperatura sob os meus lábios aumentar exponencialmente e a barba nascente fazer cócegas sobre minha pele.

Nosso momento na sala, entretanto, foi quebrado quando uma pequena menina, usando nada mais que um roupão azul de banho e com o cabelo molhado, desceu correndo pela escada. Seus pequenos pés pisoteavam a madeira com força e ela sorria com veemência quando gritou:

- Mamãe, eles estão prontos!

Soltei-me do abraço de Felipe para me abaixar e receber o abraço de Anne, erguendo-a nos braços até que ela estivesse na altura certa para pousar um beijo sobre minha bochecha. Ela estava adormecida quando cheguei à casa de Fê naquela tarde e, mais tarde, quando finalmente acordou, estávamos nos arrumando, então era a primeira vez que eu a via naquela semana. Meu coração derretia todas as vezes que ela sorria docemente para mim ou exigia que eu cedesse meu cabelo para enchê-lo de trancinhas - o qual estava perfeitamente longo para isso, já que eu não o cortava desde o fogo.

- Hey, baixinha!

- Não molhe o terno de Tody com o cabelo, Anne. - Cris apareceu descendo a escada, pausando ligeiramente para alertar a filha e seguindo em diante após. Usava roupas simples que consistiam em uma calça moletom e camiseta de algodão, tinha o cabelo comumente preso em um coque e carregava uma máquina fotográfica nas mãos. - Boa noite, meu querido. - Aproximou-se de mim, deixando um beijo na minha testa e aproveitando para prender um fio rebelde do meu cabelo atrás da orelha.

Como não te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora