Deixe-me ouvir sua voz para me derrubar,
Esperando seus lábios para me derrubarem.
A sombra da minha vida está caindo, leve-me da cabeça para o chão.
Acenda e veja minha alma tomar, sinta a mágica quebrando dentro de mim.Fly - bloodwitch
CAPÍTULO 2
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NOSSO PRIMEIRO NATALCOM O TEMPO, percebi que Jack era diferente das outras crianças, um diferente bom. Ele não zoava meu jeito, ele gostava de mim pelo que eu era. Claro, gostar como amigo. Pelo menos naquela época.
Aos meus sete anos, e por coincidência nos dele também. Aproveitamos todos os dias naquela chácara, descobri que ele era filho de um amigo do primo do meu pai. Confuso? Eu sei. Mas com o tempo você decora.
Gostávamos de nadar na piscina do quintal, Jack usava boias porque sua mãe era um tanto quanto protetora. Confesso que já ri bastante disso, e todas as vezes ele tacou a maldita bola vermelha na minha cabeça.
Era engraçado ver ele correndo de sua mãe na hora do remédio, isso porque ficou doente depois de tomar banho na chuva. Que por coincidência, sua mãe havia avisado que pegaria uma gripe. Mas graças a pura influencia minha, ele foi. E aquele foi um dos melhores banhos de chuva que já tomei, um dos, porque tomamos vários a partir daí.
— Conheci um menino hoje, quando fui buscar minha bola. — Falou Jack, enquanto eu nadava na piscina. Ele estava enrolado na toalha, já que sua mãe não deixava ele nadar depois das dezenove.
— Ah é? — Nessa idade eu já tinha bastante deboche, juro que não queria usá-lo. Mas como uma criança de sete anos ingênua, escapava às vezes. Sim, eu tinha medo de perder Jack Grazer para outra criança.
Mas ele jamais me trocou, eu sempre estava em primeiro na sua vida. Sempre ocupei o maior espaço de seu coração. Assim como ele ocupou o meu.
— Sim, o nome dele é Richie. — Respondeu encarando a água da piscina, aquela estava com as luzes ligadas. Enquanto os adultos faziam churrasco pelo terceira vez na semana.
— Nome estranho, sou mais o meu. — Falei curvando os lábios, em um sorriso irônico. Com menos de um metro e trinta, eu conseguia afrontar as pessoas sem medo. O que não mudou com os anos, mas ainda não chegamos lá.
— Chamei ele para vir aqui amanhã, ele é bem legal. Tirando que a cada dez palavras que sai da boca dele, seis são xingamentos. — Disse sentando na beira, com seu copo descartável de refrigerante.
Eu queria poder conseguir lidar com todo meu ciúmes acumulado, mas na verdade, em um mês Jack conseguiu me cativar mais que tudo. E perder ele para um menino, o que seria bem fácil, já que ele iria preferir alguém do mesmo sexo. Era a pior das ideias, que assombravam minha pequena cabeça, aquela que devia estar ocupada com bonecas e música de ninar, mas estava ocupada com um garoto, que quase me enterrou no primeiro dia que nos conhecemos.
— Legal. — Dei um mergulho, sem deixar ele responder qualquer outra coisa. O que me arrependi durante anos, já que ele falou alguma coisa. Não entendi por ter mergulhado, e graças o orgulho, não perguntei.
E no dia seguinte, adivinha quem estava lá? Um menino pequeno de óculos trincado, sem camisa, de bermuda duas vezes maior. Uma cara de tédio e bola azul, igual a do Jack.
Enquanto eles brincavam na piscina, eu engolia a carne na força do ódio. Sentada no colo da minha mãe, escutando as fofocas. Preferia aquilo, do que ficar perto do tal Richie.
— Pode me passar a coca? — Ele perguntou na mesa de almoço, assim que se sentou ao lado de Jack.
Fiz uma careta e peguei a garrafa, entreguei para ele que agradeceu. Meu olhar mediu Richie, com um pouco de deboche. Ok, estou mentindo. Foi depositado todo meu deboche e ironia em Tozier, parecia que a qualquer hora eu iria voar em cima daquele pescoço branquelo.
— O QUE VOCÊ QUER COM O MEU AMIGO? — Era isso que eu gostaria de falar. Mas, não falei.
Apenas dei um sorriso falso, voltando a atenção para o meu prato.
E por todos os dias, Richie foi até lá brincar com Jack. Tudo bem que ele era legal, legal até demais! Isso era o pior, por que tinha que ser tão extrovertido? Eu perderia Grazer.
Richie conseguia ser melhor que eu, meu ódio só aumentava.— Tchau S/n, foi bom ser seu amigo, não que eu parei de ser. É que... Acho que não vamos mais nos ver. — Falou quando me abraçou, com sua mochila nas costas. O rosto queimado pelo sol, na frente dos nossos carros.
Mentira, felizmente mentira.
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𝗢𝗖𝗘𝗔𝗡 | 𝗝𝗔𝗖𝗞 𝗚𝗥𝗔𝗭𝗘𝗥.
Fanfictiononde você encontra o oceano, nos olhos do seu velho amigo. ou onde Jack e você crescem juntos, graças aos seus pais serem amigos. E por destino, unidos por uma chácara de feriados. capa por: @angefly