I. UM NOVO COMEÇO

3.5K 251 30
                                        

Após a suposta morte de Eleven, Mia sentia a necessidade de se dar um tempo, tentando deixar para trás os últimos acontecimentos que mudaram a sua vida permanentemente. O que ninguém sabia, é que ela estava voltando.

Apesar das enormes árvores em volta da pista, ainda era possível ver alguns raios de sol, apesar da enorme nuvem que se aproximava. Um Ford Mustang 1965 preto acabava de passar a placa de bem-vindo à cidade. Mesmo com sol, Mia começava a sentir o frio que fazia em Hawkins nessa época do ano. Ao chegar no centro da cidade, todos os olhares eram direcionados ao incrível carro preto, sem ninguém saber quem realmente estava por trás do volante. Após dirigir algumas horas, finalmente chegou ao seu primeiro destino: Departamento de Polícia de Hawkins. Ela realmente queria vê-lo.

Desligou o carro, e se olhou no espelho, "até que estou apresentável". Fazia mais de um mês que não via seu pai, e ela realmente sentia falta dele. Com o coração acelerado e com grande ansiedade, saiu de dentro do automóvel e se dirigiu até o departamento.

- Mia? Eu não acredito, como você está linda! Que saudade querida. - Flô, uma senhora que trabalhava como recepcionista no departamento e a tratava como filha, chamou-lhe a atenção. Mia sorriu e fez um sinal com o dedo para que a recepcionista não falasse tão alto.

- Oi Flô, como está? - se dirigiu até a senhora e a abraçou. - Meu pai está? Acabei de chegar, quero fazer uma surpresa.

- Estou muito bem, obrigada. Sim, está na sala dele. Vá querida, ele vai adorar tê-la aqui novamente. - respondeu enquanto a abraçava de volta.

Sorrindo e com o coração quase saindo pela boca, Mia foi até a sala de seu pai e deu três batidas na porta.

- Agora não Flô. Estou ocupado e não estou fumando, te garanto.

Ao ouvir o comentário de seu pai do lado de dentro, Mia colocou as mãos na boca para não rir e abriu a porta, mesmo sem autorização.

- Então acredito que eu deva voltar outra hora? - falou enquanto entrava na sala.

Eram raras as vezes em que Jim Hopper se emocionava, mas ele não fez questão de esconder a felicidade que sentia quando seus olhos viram sua filhinha entrar por aquela porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eram raras as vezes em que Jim Hopper se emocionava, mas ele não fez questão de esconder a felicidade que sentia quando seus olhos viram sua filhinha entrar por aquela porta.

- Mia... - foi apenas o que conseguiu dizer e rapidamente caminhou até a direção de sua filha a abraçando carinhosamente. - Não sabe como senti sua falta, querida.

- Oi papai

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Oi papai. - A menina correspondeu o abraço de seu pai e o apertou um pouco mais. - Na verdade eu sei. Também senti muito a sua. Me desculpe por ter ido... mas com a morte da El... precisava de um tempo para absorver tudo.

O homem a afastou por um momento e coçou o nariz enquanto a olhava, por fim, sorriu e respondeu:

- Eu entendo. Não se preocupe. Estou feliz que esteja aqui. - Mia sentiu seu pai um tanto confuso, mas não o questionou. Resolveu aproveitar o momento. Sentaram nas cadeiras que haviam na sala e conversaram por horas.

Após um longo momento, ela se despediu e foi até em direção à escola, pois precisava fazer a sua rematrícula e pegar seus novos horários de aula. Estava na hora do almoço, o que significava que infelizmente, veria muitas pessoas. Ao som de "Rock You Like a Hurricane", ela entrou no estacionamento e como ela havia pensado: realmente havia muitas pessoas, e todos os olhares eram direcionados à ela.

Mia não se sentia preparada para os questionamentos que a iriam cercar, como "por onde esteve?", "como foi?", "por que foi embora?", pois todas essas perguntas iriam fazê-la lembrar de como foi irresponsável por deixar cinco crianças sozinhas à noite, enquanto um monstro e homens maus estavam por perto. Por deixar sua irmãzinha morrer.

- É agora ou nunca - sussurrou pra si mesma e saia do carro.

Ela sentia os olhares curiosos, e também ouvia as pessoas sussurrando sobre ela. Desde quando entrou na escola, Mia sempre foi considerada popular e sempre foi muito cobiçada pelos meninos, mas nunca se interessou por nenhum deles de verdade.

Após ter feito sua rematrícula e acabado de sair da secretaria, até pensou que estava com sorte, pois ninguém a questionou sobre nada, nem a chamou para conversar, até que...

- Mia? - todos os seus pensamentos sumiram, enquanto a garota olhava para trás.

- Steve... oi. - tentou sorrir e se aproximou um pouco mais do garoto.

- Sei que é uma pergunta idiota, mas... como você está? - ele perguntou um pouco sem jeito e se aproximou um pouco mais.

- Melhorando aos poucos. E você? Nancy?

- Eu estou bem. A Nancy também. Eu e ela... bom, estamos indo, sabe?

Mia arqueou a sobrancelha e olhou para o rapaz.

- Indo, como? Problemas no relacionamento?

- É, posso dizer que sim. - Sorriu de canto demonstrando estar um pouco triste.

- Sinto muito Steve.

Ele ia responde-la quando um outro rapaz, loiro, com jaqueta de couro se aproximou, com um sorriso debochado.

- Ora, ora, ora... vejo que você tem amigas muito... interessantes, Harrington. - ele nem se importava em esconder a forma como olhava para Mia, e antes que ela pudesse responder qualquer coisa, Steve tomou à frente:

- Não é para seu bico, pode ter certeza.

- Cale a boca Harrington. - O garoto olhou em minha direção, e nossos olhares se cruzaram, logo em seguida ele deu um soquinho no ombro de Steve - nos vemos na quadra. - E então, saiu, acompanhado de vários outros meninos.

- Uma amiga interessante? Sério? Quem é esse cara? - perguntei enquanto voltava a olhar para Steve.

- Billy Hargrove. - respondeu em um tom de desdenho.

...Onde histórias criam vida. Descubra agora