Mia Hopper está em meus pensamentos desde a hora em que nos despedimos no estacionamento da escola. "Será que ela está bem?", "Será que ela vai ficar bem?", "Aqueles idiotas trouxeram memórias dolorosas à ela, e isso faz o meu sangue ferver de raiva!". Antes de toda aquela história sobre mundos invertidos e monstros, Mia e eu até que mantínhamos uma boa comunicação. Sempre estávamos em sintonia, sempre tivemos amigos em comum, mas quando os últimos acontecimentos ocorreram, algo mudou. Todos nós mudamos na realidade... novas personalidades, novas perspectiva...
Quando ela decidiu ir embora após a morte de Eleven, por algum motivo me senti incomodado, mas não havia motivos para tal incomodo, afinal, não passávamos de amigos, e se aquilo iria fazer bem à ela, então teria de apoiá-la, mas vê-la novamente... acordou algo dentro de mim... algo bom.
Já era bem à tarde quando consegui me comunicar com Nancy. O que Tommy falou, não deixava de ser verdade... minha própria namorada passava mais tempo com outro rapaz, do que comigo, e ter de ficar à procura dela a todo momento, era algo que estava me cansando. A pior coisa que existe é você precisar ficar atrás da pessoa que gosta porque ela nem lembra que você existe.
Hoje é noite de Halloween, dia de festa. Eu e Nancy havíamos combinado nossas fantasias uma semana antes, e quando já estava se aproximando da hora, tomei um bom banho e comecei a me arrumar. Peguei as chaves do carro e me dirigi até a casa de minha namorada. Por incrível que pareça, ela já estava pronta e me aguardando.
- Ual, você está linda! – sorri enquanto ela abria a porta do carro para entrar.
- Obrigada Steve. – correspondeu meu sorriso.
Sem um beijo de "olá", sem toques, sem carinho. Um clima tão seco, forçado. Mas estava decidido a não deixar isso atrapalhar a minha noite. Nos aproximamos da residência de Tina, e logo saímos do carro. Nos dirigimos até a casa, que por sinal já estava lotada. Todos aqui, tudo tranquilo, até que... Nancy decide começar a beber.
- Ei, vai com calma. – tentei lhe chamar a atenção.
- Não era para termos uma noite de adolescentes normais? Vem, vamos dançar. – ela responde e me puxa para o meio da sala onde outros adolescentes dançam.
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Ficamos ali por alguns minutos, e Nancy sempre mantendo o copo reabastecido. "Ela está passando dos limites." Até que meus pensamentos são cessados por uma voz que a reconheço muito bem. Mia. Nos cumprimentamos e Nancy logo a oferece um drink. Por educação, Mia se afasta e eu vejo um rapaz se aproximar e a convidar para dançar.
Algo dentro de mim se manifesta mais uma vez, poderia ser um incomodo? Será que estou incomodado por vê-la dançar com outra pessoa? "Pare, você tem namorada Steve." Esses tipos de pensamentos não eram certos, e eu sabia. Mas era algo que, naquele momento, não estava conseguindo controlar.