Anthony White
As aulas da quarta-feira já tinham acabado e eu estava na frente da escola esperando a Grace.
Ontem ela havia saído com Christian e eu estava muito curioso para saber sobre o que eles conversaram, mas por motivos óbvios (na minha cabeça) eu não vou perguntar, se ela quiser me contar fará isso, mesmo não tendo motivo nenhum para me contar o que acontece em sua vida particular.
Na verdade, eu só conversei com ela hoje para a chamar para ir lá em casa assistir algum filme.
É, admito, estou parecendo um adolescente apaixonado.
Eu já tinha planejado tudo, pedi para a minha mãe e a moça que trabalha lá em casa me ajudarem a arrumar tudo e comprarem as comidas.
- Anthony?
Saí dos meus pensamentos quando Grace me chamou, olhei para ela e sorri, a mesma retribuiu fazendo meu coração acelerar.
- Oi, vamos? - Perguntei mordendo o interior da minha boca para conter o sorriso absurdamente grande que queria desenhar meus lábios.
- Vamos. - Sorriu de forma fraca.
Fomos andando até o meu carro, destravei o mesmo e entramos, colocamos os cintos de segurança e eu dei a partida tirando o carro do estacionamento e indo até a rodovia principal.
Fizemos tudo isso em um silêncio confortável, mas eu não deixei de notar que Grace estava um pouco nervosa.
- Pode ligar o rádio se quiser... - Falei e ela assentiu apertando o botão no painel em seguida.
A estação que ela escolheu estava tocando uma música da Ariana Grande, eu não conhecia bem a letra, mas já havia escutado antes, acho que o nome é 7 rings.
Grace cantarolava baixinho algumas partes e eu suspirei sorrindo depois de olhar na direção dela rapidamente, ela canta bem.
Como pode existir alguém que nos faça sentir tantas coisas ao mesmo tempo?
Deixei minha vergonha de lado e cantei algumas partes que eu sabia da letra, fazendo Grace rir baixinho.
- Eu sei que não sou nenhum Shawn Mendes, mas eu não canto tão mal... - Falei tentando me defender.
- Eu não to rindo por isso, fiquei chocada como você canta bem e essa música ficou linda na sua voz. - Falou com sorriso de lado e eu sorri também. Minhas bochechas estavam começando a doer de tanto sorrir.
- Obrigado. - Fingi jogar o cabelo para trás e ela riu.
- Nunca imaginei isso, sabe? - Perguntou olhando para a janela e eu arqueei a sobrancelha.
- Nunca imaginou que eu fosse um bom cantor? - Questionei confuso.
- Isso também... - Ela me olhou e deu de ombros antes de voltar a falar. - Eu estava falando disso... - Apontou para nós dois.
- Nós? - Perguntei não entendendo o que ela queria falar.
- Mais ou menos, tipo, nós sendo amigos e eu indo assistir filmes na sua casa em uma quarta-feira de tarde. - Falou e eu acabei sorrindo desanimado.
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Na Segunda Carteira
Ficção AdolescenteTrês anos e dois meses, esse é o tempo que eu estou observando a menina sentada na segunda carteira da primeira fila, Grace Thompson é o nome dela. Ela é a menina mais encantadora que eu já vi, não sei se é pelos longos e lisos cabelos castanhos, p...