Quem diria que no meio de tantas diferenças teríamos o gosto pela leitura em comum...
Passado pouco tempo o Hardin sai do banho com a toalha a cobrir a cintura, o seu tronco está nu... e meu Deus que tronco...
Ao vê-lo assim coro e tento disfarçar desviando os olhos de novo para o livro. Ele vai até à cómoda e vira-se de costas para mim, deixando cair a toalha aos seus pés.
-Hardin!?- digo e tapo imediatamente os olhos.
-O que foi? Não me posso vestir no meu quarto?
-Não quando eu também estou aqui!- reclamo e ele ri.
-Se eu me importasse que tu visses tinha-me vestido na casa de banho, como tu.
Sem pensar, separo os dedos dando uma espreitadela na parte de trás do seu corpo mas volto a juntá-los pouco depois. Parece que aquele corpo foi esculpido por um Deus...
Ele veste apenas uns boxers e aproxima-se da cama preparado para se deitar ao meu lado.
-O que estás a fazer?
-Huum... estou a deitar-me...- diz ironicamente.
-Vais dormir aqui, comigo?- não posso dormir na mesma cama que ele, ainda estou magoada pelo que ele fez, não posso simplesmente ceder e cair na tentação.
-Onde é que eu haveria de dormir?
-Sei lá, no cadeirão?
-Não vou dormir no cadeirão, se quiseres dorme tu. Além disso, não podes negar que a ideia de dormir comigo te agrada...- esboça um sorriso provocador ao falar.
-O quê??-pergunto envergonhada e irritada ao mesmo tempo- Tu és impossível!- digo colocando as mãos na cabeça e ele ri.
Passado um pouco ele diz:
-Já tinhas saudades de dançar comigo?- não respondo e ele continua- Aposto que gostaste da última vez que dançamos no Pub.
-Não me lembres desse dia, Hardin...- o seu sorriso desvanece e ele começa:
-Tessa, eu estava bêbado...
Eu interompo-o e digo:
-Porque é que isso tem que ser sempre a desculpa? Sabes que mais, não me interessa o que aconteceu entre ti e a Molly... tinhas razão, nós não estamos juntos nem nunca estivemos. O que mais me enfurece é o facto de eu ter sido ingénua o suficiente para confiar em ti, quando tu apenas me usaste.- esforço-me para que as lágrimas não me venham aos olhos e baixo a cabeça.
-Eu já te pedi desculpa, e eu não te usei de forma alguma, o que é preciso fazer para te provar que estou arrependido, e que a única pessoa que queria ter beijado naquela noite eras tu?
Os meus olhos voltam a encontrar os seus e ele continua:
-Tu disseste naquele dia que sentias algo por mim e eu não soube como reagir... Eu não estou habituado a que as raparigas "sintam" algo por mim, e muito menos estou habituado a sentir qualquer coisa por elas. Mas, não sei como nem porquê, foi diferente contigo. Não parei de pensar noutra coisa durante estas duas últimas semanas, e o facto de teres dito que estava acabado aterrorizou-me!
Ficamos a observar-nos durante alguns momentos, e consigo notar o olhar suplicante do Hardin, que não tarda colocar a mão na minha face e a dar-me um terno beijo nos lábios, que eu retribuo.
Começamos a beijar-nos lentamente aproveitando cada segundo como se fosse o último, porque pode mesmo ser. Confesso que tinha saudades de sentir o hálito a mentol na sua língua, e da forma incrível como as nossas bocas parecem estar sincronizadas na perfeição. Ele inclina-se mais para mim varrendo a minha boca com a língua em movimentos doces mas completamente ávidos e desejosos. Pouco depois o seu peso faz com que nos deitemos ambos na cama, mas o beijo continua com a mesma intensidade. Não consigo pensar direito a partir do momento em que toco nos seus lábios, e isso dá cabo de mim! A certa altura sugo ao de leve o seu lábio o que o faz gemer e dizer num tom abafado:
-Tive saudades disto... porra tive tantas saudades tuas.
Não digo nada, estou demasiado focada naquele beijo que parece não ter fim, e que eu não quero que tenha. As minhas hormonas estão frenéticas e o meu corpo incontrolável, o que parece apenas acontecer quando estou perto dele. Parecemos ímanes, que não conseguem manter a distância quando estamos juntos em algum lugar, parece que existem forças a juntar-nos, contra tudo e contra todos.
Ele coloca as mãos nos meus quadris e pouco depois elas começam a percorrer o resto do meu corpo, todo ele, como se estivesse a matar as saudades, ou apenas com uma vontade incontrolada de me sentir nas suas mãos. O Hardin percorre todos os meus cantos e recantos tanto fora como no interior das roupas largas que visto, e eu permito, desejosa, como se não fosse capaz de o impedir, como se ele e o meu corpo tivessem uma espécie de acordo do qual eu não tenho conhecimento. Ele começa a beijar o meu pescoço, sugando-o sofregamente, o seu corpo forte e duro encosta-se ao meu e consigo sentir o quão excitado está. Como é possível ele ficar assim comigo, quem sou eu comparada a todas as raparigas com quem provavelmente ele já esteve? Quem sou eu comparada... à Molly...
Estes pensamentos não me saem da cabeça, e chega-me a memória do Hardin colado à Molly no bar, com a mão na sua coxa, e os lábios no seu pescoço.
-Hardin... espera- sussurro quase, arfante.
Ele não me houve, está completamente concentrado enquanto deixa leves marcas da boca pelo meu pescoço.
-Pára por favor - digo desta vez mais alto e ele volta aos meus lábios dizendo enquanto deixa leves beijos no canto da minha boca:
-Porquê?- a voz dele sai rouca.
-Tu sabes que não queres parar- murmura e os seus lábios alongam-se num sorriso provocador.
Apoio-me nos cotovelos e digo já com a respiração controlada:
-E tu não sabes quando parar.
-Não quando se trata de ti- inclina-se uma vez mais para me beijar e eu coloco a mão no seu peito parando-o no último segundo, por muito que me custe resistir.
Ele desiste, um pouco desiludido mas aceita, e deita-se na cama virado para mim.
Se eu não o tivesse parado antes, já sabia que íamos tomar o rumo que tomamos naquele dia no chalet, e, apesar de ter saudades dele, ainda não estava pronta para que algo do género acontecesse.
Por outro lado, vejo-o olhando para mim deitado na cama, com os seus olhos verdes penetrantes, o cabelo castanho desajeitado, no qual só quero entrelaçar os meus dedos, o torso nu e firme coberto de desenhos que continuam a hipnotizar-me cada ver que os observo, e sinto uma vontade enorme de o tocar, de o sentir. Em vez disso, retraio os meus impulsos e volto-me de costas para ele, assim de certeza que resistir ao seu toque não será tão difícil.
Passado um pouco ouço o Hardin a mexer-se e a luz do quarto apaga-se. De seguida sinto-o a aproximar-se de mim, encostando o peito às minhas costas e envolvendo o meu tronco com o seus longos braços.
Sou apanhada de surpresa mas deixo-o, pois no fundo necessitava desta proximidade, parece que ele leu a minha mente...
-Tessa...- começa o Hardin.
-Sim?
Ele faz uma pausa e finalmente diz dando uma pequena risada:
-Estou perdoado?
Eu coloco as minhas mãos sobre as dele, que estão a cobrir o meu ventre, e respondo baixinho:
-Talvez...
Ele enterra a cabeça no meu cabelo e adormecemos assim.Não consegui publicar antes, também porque estes capítulos demoram mais para escrever , mas ainda assim espero que tenham gostado. 😘
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After- A whole new story
FanficJá conhecemos a história original de After, mas e se a Tessa fosse uma estudante de Erasmus que vai estudar para uma universidade em Londres e aí conhece a Steph e o seu grupo de amigos incluindo o Hardin, por quem inevitavelmente se apaixona? Esta...