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Catherine procurou pelo nome do canadense na sua lista de chamada, quando achou clicou rapidamente e botou para chamar enquanto caminhava pelas ruas iluminadas.

— Atende...— Suspirou quando ouviu a mensagem da caixa postal. — Droga.

Procurou pelo outro nome conhecido colocando novamente para chamar na esperança que ele atendesse.

O que você quer? — Depois de três toques ele atendeu fazendo Catherine sorrir largo.

— Oi lindinho, sabe onde o Mark está? — Ouviu uma risada infantil do outro lado da linha fazendo ela revirar os olhos.

Primeiro você usa ele, magoa ele e agora que está entediada pretende correr atrás? Vá se ferrar Catherine.

— Escuta Donghyuck, eu sei que você me odeia e eu também não gosto muito de você mas eu preciso saber onde ele tá. — Pediu impaciente. — Por favor...eu preciso falar com ele, me desculpar. — Ficaram um tempo em silêncio, se ela se esforçasse poderia ouvir música no fundo.

Não sei se ele vai querer te ver. — Passou as mãos pelos fios soltos sentindo a brisa gelada batendo contra o seu rosto. — Todavia, vai ser divertido ver você levar um esporro. Estamos no casamento da Louise. — Ela ouviu atentamente o endereço até o outro encerar a chamada.

Ela sabia a onde ficava, não era muito longe. Sem pensar muito começou a andar pelas ruas até que apertou o passo e quando se deu conta já estava correndo desviando das pessoas na calçada.

O vento gelado fazia ela sentir arrepios, seus pés doíam por conta do salto agulha e seus cabelos as vezes atrapalhavam sua visão. Mas nada disso importava, ela queria chegar o mais rápido possível.

Quando passou por um boeiro seu salto acabou ficando preso fazendo seu corpo pegar impulso e a levar para longe.

Se sentou no chão gemendo por conta da dor da queda, seus joelhos estavam ralados e sua testa havia um corte. Ótimo, era tudo o que ela queria.

— Salto idiota. — Tirou ambos e se levantou voltando a correr com dificuldade. Agora estava toda machucada e suja, entraria no casamento de Louise assim? Ela a odiaria mas precisava falar com Mark.

Quando dobrou a esquina viu logo a frente os muros floridos do lugar aonde acontecia a festa. Respirou fundo voltando a andar, seu peito ardia consequência de não fazer exercícios como devia.

— Desculpa gente! É caso de emergência! — Passou entre os convidados. — Oi! Eu sou Catherine Park, deve me conhecer, sou a dona da Proud. — Parou na frente de um segurança que estava na porta.

O homem examinou a loira dos pés a cabeça, ela parecia mais um mendigo do que uma milionária. Isso fez o mesmo rir sozinho vendo a menor torcer o nariz.

— O que? Eu sou gente também! — Cruzou os braços. — Eu sou amiga da noiva! Por favor, eu preciso muito entrar. — Suplicou vendo o homem negar.

— Sinto muito mas você não está adequada para um casamento. — Catherine passou as mãos pelos fios de modo nervoso, não tinha tempo para discutir, ela tinha que ver Mark agora.

Desviou o olhar para o muro com flores, era escalável. Agradeceu o homem e andou disfarçadamente até lá. Levou as mãozinhas até onde lhe permitia se segurar e começou a escalar com dificuldade.

— Por que eu não podia esperar até amanhã? — Pulou o muro caindo de cara no chão. — Merda! — Se levantou tirando o máximo possível de mato da roupa, agora estava dez vezes pior.

Caminhou pelo jardim entre as pessoas não passando despercebida. Avistou a cabeleira loira logo mais a frente ao lado do garoto irritante, começou a andar em passos lentos pensando se realmente faria aquilo, ela estava tão determinada assim?

— Mark? — O loiro estava de costas para si conversando com uma garota de forma animada. — Mark!? — Chamou mais uma vez vendo as risadas cessarem e o canadense congelar no lugar.

Mark se virou devagar e encarou os olhos fundos e cansados da loira que tanto insistia em permanecer em sua mente. Seu coração batia tão forte, suas mãos começaram a suar e sua boca já estava seca.

— Catherine? — Observou a menor dos pés a cabeça. Ela estava descalça, suja, machucada e descabelada. — O que houve com você? Por que está aqui? — Havia mudado seu tom de voz na última pergunta fazendo a loira desviar o olhar para o chão.

— Eu...— Ergueu o olhar encontrando com o de Louise que se aproximava. Ela estava tão linda naquele vestido de noiva. — Eu sinto muito Louise, não queria estragar seu casamento mas eu preciso dizer algo. — Viu a maior concordar sorrindo simples.

— O que? 'Pra que se humilhar? — Mark cruzou os braços. — Você já disse o bastante naquele dia. — Franziu a testa com raiva.

— Escuta Mark, só escuta. — Respirou fundo. — Primeiro, eu reconheço tudo aquilo que você disse sobre mim. Eu sou esnobe, preconceituosa, arrogante, só me importava com o dinheiro e com o que os outros achariam de mim. — Juntou as mãos de modo nervoso. — Eu reconheço tudo isso mas...— Fitou o chão. — Eu fui criada assim, eu cresci assim, cega e sozinha. Eu não tinha ninguém com quem me importar, não tinha ninguém para me ensinar que existe algo chamado carinho. E foi isso o que você me mostrou, como cuidar e amar alguém. No começo sim eu confesso que era tudo por aparência mas depois de passar dias com você sendo eu mesma eu aprendi que vai muito além de desfilar com alguém bonito. — Riu desesperada. — Isso não está saindo do jeito que eu queria.

Catherine ergueu os olhos encontrando os de Mark, eles brilhavam mas Mark ainda mantinha uma expressão séria.

— Você me ensinou muita coisa, me ensinou a gostar de coisas simples, me ensinou a sorrir de verdade, me ensinou a aproveitar as coisas mais simples da vida. Todos aqueles momentos foram muito especiais, foram perfeitos e eu não me arrependo Mark. A única coisa da qual estou arrependida foi de ter deixado você ir embora. Eu estava com medo, eu nunca provei dessa sensação e sentimento. — Deu um passo para frente, as feições do maior já haviam suavizado. — Quando a gente assistiu aquele por do sol eu soube que se você estivesse comigo tudo estaria bem, mas eu não aproveitei e estraguei tudo. Então eu peço desculpas Mark, me desculpa por ter te machucado, por ter dito aquilo sobre você. Desde o começo você nunca foi um brinquedo, um boneco, você se tornou alguém especial e eu não consigo mais ficar longe de você. — Se ajoelhou no chão desviando o olhar para a mãe do mais novo. — Me desculpa senhora Lee, eu não sou uma pessoa boa. — Voltou o olhar para Mark que chorava baixinho. — Se você não me quiser de volta tudo bem, mas por favor, não me odeie. — Levou as mãos até o chão e apoiou a testa nelas. — Eu peço perdão.

Mark respirou fundo passando a mão pelo rosto, seu coração estava a mil, doía tanto mas não era de tristeza e sim de felicidade. Era tanto amor envolvido que doía.

— Levanta. — Pediu para a loira que logo fez o que foi mandado. Seu olhar era de pura tristeza, ele odiava ver as pessoas que amava daquele jeito. — Eu nunca te odiaria, mesmo se quisesse muito. — Pegou o pulso da menor e a puxou para um abraço apertado.

Todos que assistiam começaram a aplaudir emocionados. Catherine abraçou Mark com todas as suas forças inalando aquele cheirinho de baunilha pelo qual se pegou viciada.

— Mark? — Chamou baixinho. O maior sorriu mínimo olhando nos olhos da loira. — Eu te amo.

— Eu também amo você. — Passou o polegar pelo rosto da Park deixando um carinho ali. — Eu posso?

— Você não precisa de permissão. — Riu fazendo o mais novo fazer o mesmo.

Mark se inclinou e puxou o rostinho para perto selando as bocas em um beijo cheio de saudade e amor. Quando se separaram sorriram de modo tímido vendo que todos ali assistiam.

— Esse é o melhor casamento do mundo!!! — Louise correu até o casal e os abraçou. — Eu estou tão feliz.

A senhora e o senhor Lee também se juntaram ao abraço, logo depois Donghyuck e o noivo de Louise.

Catherine era uma nova pessoa graças a Mark, ela faria de tudo para cuidar e amar aquele garoto. Ela ganhou uma família e agora aproveitaria as coisas mais simples da vida ao lado de quem ela amava.

BO$$;;;; // Mark Lee Onde histórias criam vida. Descubra agora