Me apaixonando por você

23, Debut

– Espera, pare aí! – Ten pede exasperado indo com a sua câmera para todos os lados. – Ótimo! Você está linda!

A forma como me rodeia para tirar fotos me deixa totalmente envergonhada; não por ele, mas por estarmos no meio de tantas pessoas.

– Ten... não precisa exagerar.

O plano é ter, pelo menos, três fotos para inaugurar o meu próprio instagram. Sob aprovação da empresa, ganhei a chance de provar que posso ser responsável e ter um bom nome na indústria como solista.

– Eu não tô exagerando!

O tailandês continua a tirar fotos, se abaixando e levando a câmera para o alto ao máximo que a alça de pescoço permite. Os staffers ao nosso redor: maquiadores, estilistas, a equipe de direção de áudio e vídeo, e até mesmo o diretor observam de soslaio a situação, para eles, inusitada.

– Já chega, Ten – peço tímida, em um tom baixo. – Aposto que já tirou mais de cem fotos. Precisa mesmo de mais?

– As três vão para o seu instagram e as outras noventa e sete para o meu celular – responde sorridente tendo olhares para sua câmera.

– O quê? Nem vem!

– Eu acho que é o mínimo.

– Não, você vai me passar essas fotos também.

– A câmera é minha! – diz brincalhão levantando a câmera para o alto.

– Mas quem está nas fotos sou eu! – E instintivamente me coloco nas pontas dos pés para pegá-la.

Ten vai para trás me deixando cair em seus braços e nós caímos em gargalhadas, no entanto temos rapidamente alguns olhares incômodos.

Eu odeio chamar a situação de "escândalo de namoro". Por que é um escândalo? Desde quando amar uma pessoa torna você parte de um? Existem tantos outros acontecimentos que realmente são um escândalo na vida de alguém...

– Ten, preciso te contar uma coisa. – Meu tom de voz baixo deixa o tailandês confuso, ele se achega para mais perto a fim de ouvir.

– O quê?

– Eu não debutei naquela época não porque estava doente... – Evito contato visual mexendo nas minhas próprias mãos. – Eu estava com muito medo, e talvez isso gerou algumas desculpas.

O silêncio entre nós me completa em aflição. Talvez ele fique chateado.

– Eu não... não sabia se queria realmente aquilo ou se estava preparada – acrescento.

Antes que eu possa continuar, sinto o toque de dedos de Ten em minha bochecha.

– Por que tá me contando agora? – demanda carinhoso.

– Eu não sei... eu... você nunca perguntou nada sobre aquele dia... então...

– Boba. – De forma repentina aperta minha bochecha.

– Ei!

– Quer explicar mais para si mesma do que pra mim, não é?

Meu olhar surpreso percorre todo o rosto de Ten, ele mantém um belo sorriso a espera de uma resposta.

– Sim, é isso. – responde sua própria pergunta. – Ei, ei. – Ten me puxa para os seus braços. – Andou tendo aqueles pesadelos de novo? – Obtém uma resposta pelo meu silêncio. – Eu disse que estou orgulhoso de você, tenho certeza que as meninas também estão. Queremos que também se sinta orgulhosa de si.

– Eu estou. – Correspondo o abraço. – Você me apoia tanto, como não ficaria?

Ten me segura pelos ombros e me afasta gentilmente olhando nos meus olhos.