IX

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-Esse quadro realmente é bem feio... -Jane diz enquanto apoiada com a cabeça no peito desnudo de Erik depois de algumas horas esquecendo seu caso e todos os problemas que a viagem à Londres a trouxe.

-Nossa... eu pensei que você iria gostar, a pessoa deitada no divã parece uma pessoa morta, achei que você se interessaria. -Erik diz arrancando uma risada de Jane.

-Claro, porque eu só me interesso por algo se houver assassinatos, não é mesmo? -Ela diz e os dois riem.

-Pelo menos foi desse jeito que conheci você, afinal... você conseguiu que a mulher serial killer fosse presa? -Ele se refere ao caso de St. Mary Mead.

-Ela matou duas pessoas e foi considerada uma serial killer naquele lugar, foi realmente empolgante aquele caso... mas ela se matou com uma faca quando os policiais chegaram... meio que, tudo o que eu fiz não valeu para nada, eles nem devem lembrar mais dela. -Mary diz lembrando do caso cujo conheceu Erik, ele havia chegado a St. Mary Mead para apenas uma noite em um hotel barato, estava de passagem, porém a detetive adentrou seu quarto enquanto procurava a serial killer que se hospedava ali, Erik era um homem de negócios, realmente era incomum pensar que eles se dariam tão bem, porém o relacionamento deles se limita a noites de encontros e jantares quando o destino os faz se encontrarem, Jane jamais pensou em sentir algo diferente por Erik.

-E, o que você anda fazendo por Londres? -O homem diz vendo Jane levantar da cama enrolada em um lençol indo em direção ao banheiro.

-Fui ver o BigBang, o Palácio, a ponte, a montanha-russa, você sabe... coisas de turista. -Ela diz deixando o lençol de lado e se permitindo olhar completamente nua no grande espelho do luxuoso banheiro do apartamento de Erik.

-Hum... sei, imagino que já deve ter ouvido falar em Sherlock Holmes, ele é um detetive muito conhecido por aqui... -Erik diz acendendo um cigarro ainda deitado na cama observando o quadro novo que ficava na parede de frente para ele.

-Não, não faço ideia. -Jane diz indo ligar o chuveiro para um banho quente.

-Deveria conhecer, ele tem um blog, conta casos muito peculiares lá, eu sou um grande fã. -Erik diz simples.

-Hum... legal. -Ela diz e o assunto morre ali, ela se sente cansada só de pensar em Sherlock, ela termina seu banho e começa a se vestir, de repente seu celular toca. -Ei, querido, pegue para mim, por favor. -Ela diz enquanto arrumava a liga de sua meia, Erik entrega o celular para ela, porém sem antes olhar com uma sobrancelha arqueada para as pernas de Jane e o quanto ela ficava linda com aquela langerie roxa.

-Não dê na cara que está apaixonado por mim Jones. -Ela diz pegando o celular sorrindo maliciosa, ele retribui o sorriso e vira de costas indo em direção ao banheiro para a vez de seu banho e Jane atende o celular brevemente.

-Detetive Jane Marple de St. Mary Me... -Ela começa mais é interrompida.

-Senhorita Marple! Eu sou a garçonete do restaurante em que veio outro dia com Sherlock Holmes, por favor venha aqui rápido! É o Patrick ele... ele... senhorita Marple por favor venha aqui! -A garçonete estava em prantos e Marple mudou de expressão na mesma hora, desligou o telefone e rapidamente se vestiu, com pressa ela saiu do apartamento de Erik sem ao menos se despedir, vestiu seu casaco e pegou seu guarda-chuva, em quinze minutos de pura ansiedade ela chegou a lanchonete e saiu quase correndo do Táxi depois de paga-lo e ao chegar a cena levou as mãos a boca sentindo um aperto enorme no peito.

-Patrick... -Ela sussurrou ao ver a criança morta ao chão, o corpo estava de barriga para baixo, uma poça de sangue em volta do corpo e um buraco de bala na nuca.

-Que horrível, não? -Ela ouve uma voz familiar. Quando se vira, vê o doutor Watson se aproximando. -Chegamos tarde demais, infelizmente.

-John... -Ela olhava com os olhos tristes para o médico. -Ele tinha oito anos. -Ela diz e Watson abaixou a cabeça.

Locked ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora