Capítulo 03 - Você estava me espionando!

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     Meu estômago gela por dentro, como se eu estivesse caindo em queda livre

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     Meu estômago gela por dentro, como se eu estivesse caindo em queda livre. 

Enquanto estou quase tendo uma síncope, Diogo continua em pé a poucos passos da mesa onde estou, me encarando com um ar inocente que não combina em nada com o tom sarcástico que ele usou para falar comigo segundos atrás. 

Eu falei mesmo aquilo em voz alta?

Tento buscar respostas na minha mente, mas meu cérebro parece ter entrado em curto circuito. 

A vida não seria tão cruel assim comigo, seria? Nem eu posso ser tão azarada assim!

Levo mais de meio minuto em pânico, mas quando o choque inicial passa e eu volto a raciocinar com mais de dois neurônios, um questionamento começa a piscar em vermelho neon no meu cérebro. 

— O que você está fazendo aqui? – minha voz, trêmula pelo nervosismo, indaga em um sussurro.

O loiro se encosta no tronco marrom e disforme da árvore atrás dele, cruza os braços em frente ao peito, abre um sorrisinho de canto e diz:

Aqui onde, exatamente?

O tom sarcástico em sua pergunta faz meu desespero evoluir rapidamente para o estado de irritação. 

Aqui... – começo, com a voz firme dessa vez. — ...atrás da minha cadeira. 

— Achei que o pátio fosse aberto para todos os alunos. 

— Você estava me espionando! – acuso, me levantando da cadeira para ficar de frente para ele, com apenas meio metro de distância nos separando.

— O quê? Mas é claro que eu não estava! – Diogo descruza os braços e põe a mão no peito com um ultraje que, para mim, parece mais que fingido. — Eu nem te conheço. Por que faria isso?

— Para armar uma vingança! – chego a conclusão rapidamente. — Por eu ter te derrubado mais cedo.

— Ah, então você admite que a culpa foi sua? – O sorriso idiota volta a aparecer no seu rosto.

— Eu posso até ter esbarrado, mas foi você quem estava parado na frente da porta. E não mude de assunto, ainda quero saber o que você estava fazendo atrás de mim.

— Eu não… – ele começa a aumentar o tom de voz, mas solta um suspiro exasperado antes de continuar, usando um tom mais brando: — Olha, garota, eu não estava aqui espionando você ou o que quer que essa sua mente fértil esteja imaginando. Só estava indo até à cantina e sua mesa estava no caminho. Não tenho culpa se você gosta de ficar falando sozinha sobre seus... – Põe a mão no queixo e franze os olhos, como se procurasse pelas palavras certas para dizer, — ...romances secretos? 

Droga, ele escutou!

Sinto meu rosto começar a arder. Qual a probabilidade de que meu desejo de mais cedo se realize agora e a terra se abra sobre os meus pés? Eu espero que sejam altas, pois estou precisando sumir desse momento constrangedor. Com urgência!

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Onde histórias criam vida. Descubra agora