Olho para minha chapinha, que, no momento, está afundada na pia de roupa cheia de água.Dois minutos atrás eu estava tirando minha chapinha intacta da gaveta, pronta para alisar o cabelo, quando a Mione entrou no quarto miando pela sua porção de ração matinal. Saí do quarto para encher seu pote e, por pura falta de raciocínio lógico, levei a chapinha junto. Quando me estiquei para pegar o saco com a ração, que fica numa prateleira acima da pia da lavanderia, acabei deixando a bendita escapar por entre os meus dedos.
E agora já era chapinha!
Isso que dá não fazer uma coisa de cada vez.
Encho o pote da Mione, que ainda está miando como se estivesse prestes a morrer de fome, e volto minha concentração para o desastre.
Pego o aparelho, o considerando como um caso perdido, já que não vou me arriscar a por isso na tomada. Com a má sorte que eu tenho, sou bem capaz de tomar um choque, morrer e ainda queimar a casa inteira.
Volto para o quarto, sem a menor ideia do que fazer no cabelo. Tenho que sair para pegar o ônibus do colégio em, no máximo, trinta minutos.
Meu plano era me ajeitar para ir para o colégio hoje, mas bem no dia que consigo acordar cedo acontece esse tipo de coisa.
Que maravilha!
Ando de um lado para o outro, sem saber o que fazer.
Eu sou a única que tenho chapinha aqui em casa, já que a vó Rute e tia Lúcia gostam de deixar seus cabelos com cachos naturais.
Eu poderia pedir à da Cristine emprestada, mas ela mora longe pra caramba, e o tempo que eu levaria para chegar lá, somando com os minutos necessários para alisar o cabelo e ir para o colégio, acabaria perdendo os dois primeiros horários de aula.
No fim, a única solução que me resta é fazer o coque frouxo de sempre.
Detesto segundas-feiras! Tudo de ruim sempre acontece nesse dia.
Sou interrompida dos meus pensamentos pessimistas quando tia Lúcia aparece na porta do meu quarto, com minha chapinha recém afogada na mão.
— Por que isso estava boiando na pia? – ela pergunta.
— Acabou caindo quando fui pegar ração para Mione. E, com a preocupação de não saber o que vou fazer com o cabelo, acabei esquecendo ela lá. – Pego da sua mão, sem saber ao certo o que fazer com ela.
— Você é um desastre, Helô. – Ela ri, e (infelizmente!) disso eu não posso discordar. — Eu te dou o dinheiro para comprar outra, não precisa desse desespero todo.
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Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01
Fiksi RemajaO que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu? Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos. Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém. Mas ela não...