Capítulo 36 - Do que o amor é feito

679 104 115
                                    

   A manhã de sábado começa com uma garoa fria, e tudo que eu quero é ficar até tarde na cama

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


   A manhã de sábado começa com uma garoa fria, e tudo que eu quero é ficar até tarde na cama. Mas os meus pensamentos conflitantes não me deixam fechar os olhos e sou obrigada a desistir do cochilo.

Depois que finalmente crio forças para me levantar, caminho como um zumbi até o banheiro, onde escovo os dentes. Meu cabelo está um horror e, para completar meu estado lamentável, tem uma espinha nascendo no meu queixo. 

Mas eu não me importo com nada disso, afinal o plano para hoje é ficar em casa fazendo absolutamente nada e passar a noite com as meninas.

Depois de tomar um banho, começo a me sentir bem mais desperta. 

Encho o pote da Mione – que a essa hora deve estar roncando em algum canto quente da casa – de ração e sigo para a cozinha. Encontro o lugar vazio e o cheiro de café fresquinho me faz suspirar de alegria. Pego uma xícara no armário e a encho da bebida quente e amarga. Cafeína é tudo que eu preciso para dar uma animada no meu cérebro. 

Vó Rute entra na cozinha cantarolando uma música antiga, e me pega no flagra colocando a quarta colher cheia de açúcar no café. 

— Se o objetivo for morrer de diabetes, ainda falta um pouco de açúcar – ela zomba.

— Muito engraçado, vó. – Paro de por açúcar e uso a colher para misturar. Logo depois, puxo uma das cadeiras da mesa e me sento.

— Você parece bem cansada – ela comenta, se sentando ao meu lado.

— A semana foi bem puxada.

— Estão porque acordou tão cedo? Você nunca acorda cedo. Ainda mais em um sábado. Até sua tia, que é viciada em trabalho, ainda está dormindo. – Ela me olha desconfiada. Deixo a xícara na mesa e me recosto na cadeira, soltando um suspiro cansado. — Tá tudo bem com você, querida? Você tem andado tão quieta e pensativa nos últimos dias.

Claro que ela iria perceber. Nada escapa dos olhos de águia da dona Rute! 

— Está tudo bem, vó – respondo, e ela me olha como quem não acredita.

— Tem certeza que não quer me contar alguma coisa? Sabe que pode me contar, seja lá o que for. Tudo que eu quero é te ver bem. 

Não sei se foi o seu tom de voz ou seu sorriso carinhoso, mas meio segundo depois me vejo contando tudo que aconteceu na segunda-feira para minha avó. 

E sua primeira reação para o meu relato é um sorriso gigante. Sorriso esse que eu não entendo o motivo.

— Sabia que vocês dois se gostavam! Estou feliz que finalmente estão juntos – ela diz, super radiante.

— O quê? Do que você tá falando, vó? 

— De você e do Diogo! De quem mais eu estaria falando?

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Onde histórias criam vida. Descubra agora