O carro mal estaciona e eu já pulo dele, andando apressada em direção às porta do aeroporto.
O que eu estou fazendo? Não faço a menor ideia. No momento, estou me sentindo em um daqueles filmes de romance em que o ator sai correndo atrás do seu par que está indo embora.
Mas minha versão é bem menos romântica, pois ainda estou com a roupa do colégio, meu cabelo solto tem mais volume que uma juba de leão e todo mundo na rua está olhando para mim como se eu fosse louca.
Não faço a menor ideia do que vou dizer quando encontrar Diogo. Sequer posso imaginar se vou mesmo vê-lo, já que, se ele for mesmo viajar, a probabilidade de já ter embarcado é grande.
Respiro fundo e deixo minhas emoções me guiarem, sem pensar muito. Estou quase alcançando a porta de entrada, mas paro quando escuto:
— Heloísa?
A voz do Diogo faz meu coração gelar no peito. Me viro rapidamente e lá está ele, a alguns metros atrás de mim, me encarando, parecendo genuinamente surpreso.
O alívio inunda meu peito tão rápido que até sinto falta de ar. No auge da emoção, corro até onde ele está e me jogo em seus braços, que não demoram a me amparar. Estamos tão próximos que até sinto seu coração batendo, rápido e forte, como da primeira vez que tivemos esse nível de contato. Será que ele já gostava de mim naquela época?
Fecho os olhos e escondo o rosto no espaço entre seu ombro e o pescoço.
— Ah Diogo! Você está aqui! – Me afasto do seu abraço e o encaro, fitando seus olhos castanhos de perto, em total emoção.
Ele está tão bonito. Como sempre esteve, mas, como a tonta que sou, estava olhando na direção errada esse tempo todo. Nossos rostos estão tão próximos que, se eu inclinar a cabeça só mais uns centímetros, minha boca vai encostar na dele.
— Não que eu esteja reclamando, mas... O que você está fazendo aqui?
Eu sorrio timidamente, finalmente me dando conta de que estamos abraçados no meio da calçada, e me afasto dos seus braços, sem ter coragem de olhar ao redor para ver se alguém está encarando a gente.
— Vim atrás de você.
— Veio? – ele pergunta, com a testa franzida. Confirmo com a cabeça — Por quê?
— Achei que você iria viajar junto com a Maia.
— O quê? Por que pensou isso? – indaga, com uma expressão divertida.
— Sei lá... Eu só... Foi besteira minha – gaguejo a resposta, só agora me dando conta do quanto fui idiota ao pensar isso.
— Então veio aqui com a intenção de se despedir? – levanta as sobrancelhas, esperando uma resposta.
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Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01
Teen FictionO que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu? Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos. Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém. Mas ela não...