Besos

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POV Poncho

Any subiu tomar o banho dela e eu mandei um dos meus homens irem comprar uma roupa pra ela voltar pra casa, já estava dando meio dia e eu estava afim de comer fora e pensando na possibilidade de convidar ela pra ir comigo.

Entrei no meu quarto e fui tomar um banho, deixei a água escorrer pelo meu corpo enquanto eu pensava na Melissa.
Melissa, ela era loira, tinha os olhos azuis que me lembravam os olhos da Any. Conheci ela na escola e tivemos um namoro na nossa adolescência até que dois anos atrás ela simplesmente foi embora, não teve aviso, não teve mensagem, não teve um adeus, fiquei rodando Atlanta por dias a sua procura e nunca descobri nada.
Depois que ela foi embora me afundei nas drogas e bebida, foi aí que entrei no mundo do crime, eu já não tinha motivos para continuar e nunca mais me apaixonei por mulher nenhuma. Paguei os melhores detetives, os melhores seguranças e nunca houve um rastro que apontasse para aonde foi Melissa e isso me destrói até hoje.
Terminei meu banho e me arrumei, fui buscar as roupas para Any e subi até o quarto em que ela estava tomando banho.
O banheiro estava fechado saindo vapor pelas frestas da porta, indicando que ela ainda estava lá dentro.
Sentei na cama e fiquei de frente pra porta esperando ela sair.
Any abriu a porta e no momento que me viu levou um susto, ela estava com uma toalha enrolada no corpo e no cabelo.

-P-Poncho?- ela falou com a voz trêmula

-Vim te entregar as roupas, vamos almoçar juntos. - falei fitando ela e percebi que seu rosto começou a corar.

-Tudo bem, eu aceito, mas antes preciso avisar meus país que estou aqui e o que aconteceu, e pra isso eu preciso do meu celular- ela falou vindo em direção da sacola das roupas.

-Fique tranquila, já avisei eles- Falei pra ela -E o seu celular está no carro, pega quando sairmos.

POV Anahi

Poncho saiu do quarto e eu me despi, abri a sacola que estava em cima da cama e como previsto era roupa de marca cara.
Era uma calça jeans skinny preta, uma blusa de alcinha branca e um sapato com um saltinho bem baixinho, simplesmente era a minha cara.
Me vesti e no banheiro havia um secador embutido, sequei meus cabelos e desci até o térreo em busca de Poncho, quando o avistei conversando com um dos seus seguranças.
Ele me olhou de longe e veio vindo em minha direção.

-Ficou bom em você- ele falou sério.

-Obrigada, você também está mui hermoso- revidei dando um tapinha em seu peito e rindo.

-Quer escolher em qual carro ir?- ele me pediu fazendo graça.
Estávamos conversando como se fossemos amigos a anos, e eu estava gostando disso.

-hmmm- falei pensativa - quero ir naquele- apontei para uma range rover preta

-Poxa Any, meu preferido- ele falou revirando os olhos

-Foi você que pediu para mim escolher, agora vamos nesse - mandei.

-Só porque eu cumpro o que falo!.- Poncho respondeu.

Entramos no carro e um dos seus seguranças abriu o portão.
O celular de Poncho estava conectado ao som do carro e só percebi quando um número chamado Tifanny começou a ligar, Tifanny? Seria a então a moça que também trabalha na empresa? Mas hoje é domingo, não faz sentido.
Poncho me olhou e desligou a ligação, pegou o celular e começou a enviar mensagens

-Ou, você tem esse costume de dirigir mechendo no celular? - quebrei o silêncio entre a gente e ele me ignorou completamente.
- Você tem algum restaurante em mente?- perguntei novamente querendo receber uma resposta dele.

-Tenho, Any, meu preferido - ele respondeu finalmente deixando o celular de lado.

- hmm. - murmurei.

Depois de 15 minutos percorrendo Atlanta, Poncho estaciona em frente a um restaurante de comida mexicana.

-enfrijoladaaas- falei empolgada.

Entramos no restaurante e nos sentamos, fizemos o pedido e nesse meio tempo ficamos conversando e brincando.
Eu não sabia daonde tinha vindo essa intimidade que estavamos tendo, mas eu estava gostando.

-Obrigada por ter me levado pra casa ontem, e pelo cuidado que teve de não me acordar.- falei baixinho.

-Any, eu estava te devendo isso, te molhei inteira de bebida - ele me respondeu gesticulando com os ombros.

- Eu estou tão empolgada pra começar a trabalhar segunda. - falei tentando puxar assunto.

-Ficou feliz que você tenha se saído bem na entrevista. - Poncho respondeu arrumando seu relógio.
A comida chegou e então comemos
Ele me contou sobre sua família e que vieram do México para cá quando ele ainda era adolescente, e isso explicava o restaurante que ele me trouxe.
O almoço estava acabando e minha hora de voltar pra casa também, estava tão bom esse mundinho em que fiquei presa hoje, admito que não estava preparada para voltar pra casa e deixar Poncho.
Na hora que saímos do restaurante uma onda de vento forte bateu me fazendo estremecer toda.

-Eu tenho uma blusa no carro, pode pegar se você quiser. - Poncho avisou entrando no carro.
Entrei e me virei pra trás a procura da blusa e a vesti.
Voltamos ao nosso condomínio e ele estacionou na frente da minha casa.

-Obrigada Poncho, gostei de conhecer você, foi uma experiência diferente que não vivenciava a bastante tempo- revelei.
Fiquei esperando uma palavra de agradecimento, mas a única coisa que recebi foi um silêncio.

Quando fui abrir a porta do carro percebi uma mão gelada me segurando pelo braço, estremeci na hora, senti um frio na barriga e um calor pelo corpo.
Eu não estava acreditando que só o toque desse homem tinha me deixado desse jeito.
Criei coragem e me virei pra ele, ele estava tão próximo que eu não sabia se olhava para seus olhos ou para sua boca, eu acho que eu não estava nem conseguindo disfarçar e ele estava percebendo.

-Any, realmente, me desculpa por ontem a noite- ele falou tão baixinho que parecia um sussurro
Aquele momento estava sendo de muitos sentimentos, eu queria muito beijar aquele homem aqui mesmo, mas será que ele quer o mesmo que eu?.

Coloquei impulsivamente minha mão em seu rosto a deixando emuldurada nele e fiquei o olhando, não falei nada, estávamos em silêncio. Senti Poncho se aproximando cada vez mais de mim e nesse momento eu não estava mais pensando em nada, apenas em como eu queria esse beijo.
Fomos ficando cada vez mais próximos e foi quando nossos lábios se chocaram que eu pude sentir o que não sentia a muito tempo, eu estava com as mãos trêmulas e sentia meu coração palpitar, fechei os olhos e pude sentir que ele também, dessa vez foi a vez dele colocar as suas mãos emoldurada em meu rosto fazendo um carinho com o dedo polegar, eu continuava de olhos fechados absorvendo tudo daquele momento, aproveitando o máximo. O beijo acontecia lento e profundo, foi quando nos afastamos, que eu olhei profundamente em seus olhos castanhos esverdeados e corei.

-D-desculpa- falei e rapidamente saí do carro, estava ofegante e não pude nem deixar Poncho falar alguma coisa, no momento em que abri a porta de casa olhei pra trás e ele continuava lá, com as mãos no volante e seu olhar pra frente como se estivesse pensando, ou melhor, raciocinando a loucura que acabou de acontecer.

Dangerous NeighborOnde histórias criam vida. Descubra agora