Dangerous Neighbor

Piloto

POV ANY

- Molly, vamos passear - disse pegando sua coleira e rindo do seu rabinho balançando apenas porque eu disse a palavra "passear".
Aquela noite estava ótima para dar uma volta com a Molly ao redor do condomínio e isso a deixava feliz.
Eu peguei uma garrafinha de água e saí com a Molly, mas logo que saímos meus olhos já fitam Poncho, ele estava colocando algumas coisas no porta malas do seu carro que eu não pude perceber o que era, e quando percebi seu olhar para mim, disfarcei e continuei minha caminhada.
Eu não sabia muita coisa sobre ele, apenas que sua mãe e ele se mudaram para meu condomínio fazia um pouco mais de dois meses, e uma das únicas coisa que eu sabia eram seu nome, pois meu pai já havia conversado com ele algumas vezes.
Caminhei com Molly durante algum período e chegando na porta de casa avisto Poncho no celular aparentemente bravo com alguma coisa
-Puta homem gostoso- pensei comigo e logo me repreendendo por ter pensado algo assim
- Molly, vem garota! - escutei uma voz atrás de mim que me fez despertar da minha visão
- Olhando os vizinhos, Any?- meu pai disse em tom de brincadeira
-n-não, é que eu perdi alguma coisa por ali, mas de qualquer forma não irei encontrar, eu vou entrar pois já deveria estar dormindo. Dei as costas para ele e só ouvi uma risada baixa atrás de mim

Entrei pra dentro de casa e subi as longas escadas que tinham até meu quarto.
Eram 22:30 e amanhã eu tinha uma entrevista de emprego em um escritório, não que isso fosse o meu sonho de carreira, mas poxa, eu saí do ensino médio faz apenas alguns meses, então tudo bem eu começar em algo que não tenho muito interesse, né?.
Peguei meu celular e vasculhei algumas redes sociais minhas e coloquei pra despertar, estava na hora de dormir.

POV PONCHO

- Porra Ucker, eu pedi pra você acabar com a raça daquele filho da puta e você deixa ele vivo?- Esbravejei na ligação - amanhã conversamos sobre! Vá até o escritório.- falei desligando o celular.
Ucker era meu irmão desde a infância, estamos juntos nos negócios, mas fica complicado as vezes lidar com ele.

Saí até a frente da minha casa e de cara vejo a filha do vizinho caminhando com o cachorro. - Porra, precisa ser tão gostosa? E precisa usar um calção curto desses? - pensei comigo mesmo.
Desde que me mudei pra esse condomínio o que salva é a visão que tenho dela praticamente todo dia, já enrolei o pai dela mas o velho não fala nada sobre ela.
Acordo no meio dos meus pensamentos quando minha mãe saí pra fora me chamar

- Poncho! Sua vó está muito mal, eu preciso viajar até o México urgentemente, você consegue passagens de avião para mim? Tem que ser URGENTE meu filho. - Ela fala com a voz trêmula, e pude perceber na hora que realmente era sério.

- Sim, vou ligar para a companhia que sempre faz os transportes para mim! Fica tranquila, logo estará lá.

Liguei para a companhia área que me deu certeza da passagem para agora mesmo.

- Alfredo, leve minha mãe até o aeroporto e pede pra algum dos seus homens irem de escolta atrás. - Mandei

- Pode deixar, senhor Poncho!.

Alfredo era o meu melhor segurança, ele mandava nos outros, trabalhava pra mim fazia 5 anos e confiava nele, mas qualquer errinho comigo ele ia pro saco e sabia disso.

-Meu filho, fica bem, não faça nada errado, qualquer coisa você sabe que pode me ligar - ela me falou com os olhos cheios de lágrimas e dando um gesto de carinho em meu rosto com sua mão

-Sim, mãe! Sabe que não gosto de melação. - falei dando um beijo em seu rosto
- Alfredo! A leve em segurança. - mandei.

Vi o porsche saindo da garagem e me dei conta que estava sozinho naquela casa imensa e cheia dos meus seguranças, mas estava na hora de dormir, amanhã tinha minha conversa com o Ucker no escritório, e tinha entrevista de emprego com algumas garotas para trabalhar como minha secretária! Estava cansado de fazer tudo sozinho.

Entrei pra dentro de casa e pra dormir bem enchi meu copo com whisky e gelo, essa semana tem sido foda no escritório e na família, Ucker fazendo tudo errado e Christian no hospital, eu estava perdido, mas pelo menos tinha minha auto confiança e a certeza que eu estava fazendo tudo certo e como planejado, não que eu seja convencido, mas é apenas a realidade.
Mexer com negócios não é fácil, ainda mais com os negócios que eu mexo, tenho o escritório que acoberta tudo e no fim saio como empresário e não traficante de pó.
Era um esquema todo muito bem planejado e trabalhado, mas isso antes do Christian ir parar no hospital com uma bala cravada na barriga.