Regalo

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POV Alfonso

Eu vi Any, mas não iria cumprimentar ela, os garotos iriam ficar falando sobre ela trabalhar pra gente e isso estava fora de cogitação.
Sei que não foi a melhor opção ignorar ela totalmente, mas eles estavam de costas e por isso tive chance de fingir que ela não estava ali.

Ela ainda não sabe sobre nada do tráfico, como eu chegaria pra ela? "Eai, eu exporto drogas, quer participar?", E também já perdi Melissa, não irei perder novamente alguém que em alguns anos me fez ter esperança de gostar novamente de alguém.

No outro dia a tarde nós fomos até o galpão em que ficava o homem que trabalhava para o Damian, tivemos uma conversa bem amigável, digo, nós chegamos e o Chris falou "ou muda de lado ou vamos atrás da sua família" eu achava engraçado quando ele fazia essa chantagem, pois sabíamos o medo que os pobres coitados tinham e depois que conseguíamos o que queríamos a gente ria pra caralho. Obviamente o tal de Fernando cedeu e agora está fazendo a nossa ponte.

- Vamos lá em casa tomar alguma coisa? - Ucker disse dando a idéia.

-Agora não posso, não dei as caras na empresa hoje e tenho algumas coisas para resolver. - Menti, o que eu tinha para resolver era conversar com a Any para ver como ela estava. - Mas a noite, quem sabe.

-Então hoje vou levar a minha gatinha, é enfermeira no hospital. - Chris disse fazendo eu e Ucker rir.

-Porra Chris, até no hospital? - Ucker disse ainda rindo.

Quando já estava voltando para a empresa pensei em presentear a Any com alguma coisa, afinal, ontem eu ignorei ela e hoje não apareci na empresa.

Estacionei em frente a uma relojoaria, era bem conhecida inclusive Da Vinci Fine Jewelry.
Quando entrei uma garota de cabelos castanhos lisos veio me atender.

- Olá, no posso ajudar Sr...? - O rosto dela virou um grande ponto de interrogação

-Herrera - Afirmei. - É presente para uma garota.

- E o que ela seria sua? - Ela me perguntou e me questionei mentalmente, o que ela era minha? - Namorada? - a moça adiantou e eu apenas assenti.
Ela me guiou até uma mesa de vidro que tinha vários adornos de diamante.
O que me chamou atenção que lembrei dela na hora foi uma pulseira com alguns pingentes que poderiam ser comprados ao longo do tempo, pingentes que tivessem algo relacionado a ela.
Eu achei que talvez ela pudesse gostar, então comprei a pulseira e apenas um pingente em formato de um cachorro, afinal ela gostava tanto de sair com a grande cachorra dela.

Dirigi até a empresa e todo o caminho eu me questionava se ela iria gostar, porque eu estava tão nervoso? Eu poderia contar no dedo as vezes que fiquei nervoso por causa de alguém.

Quando cheguei no estacionamento da empresa notei o Logan do pai dela e me deu um certo dó de não ter avisado a ela que eu não viria hoje.

Peguei o elevador e em questão de dois minutos eu já estava na sala dela, eu abri a porta e como sempre ela se assustou, isso já estava virando rotina.
Baixei as persianas e o silêncio pairou no ar.

- Me assustou - Any disse quebrando o silêncio e eu ri.

- Estava resolvendo algumas coisas.., mas de qualquer forma.. eu comprei um presente pra você, mas não sei se você está merecendo - Falei brincando. - E eu também não tenho certeza se você vai gostar mas quando eu vi me lembrei de você. - Estiquei minhas mãos revelando uma sacola.

-Ah Poncho, não precisava - disse ela pegando a sacola e vindo em minha direção me abraçar.

Sempre que nos envolvemos em um abraço o cheiro do cabelo loiro dela toma conta de tudo, é como se eu estivesse sentindo o cheiro dela pela primeira vez.

Quando Any abriu a sacola eu pude perceber seus olhos azuis brilhando como safiras e logo um enorme sorriso tomou conta do seu rosto. Ela virou se virou e seu tornou a ficar sem reação.

-P-Poncho- Any gaguejou. - É realmente um dos presentes mais lindos que eu já recebi. - Ela afirmou retornando a mais um abraço.

-Nossa, que bom que você gostou, estava com medo que talvez não fizesse seu tipo...Mas o presente veio acompanhado de um pedido, talvez você quisesse ir comigo hoje a noite conhecer um dos garotos que estavam lá em casa aquela manhã.. - Eu falei e Any se afastou do meu abraço.

-Ontem a noite deu a entender que você não quisesse que eu conhecesse seus amigos. - Ela falou torcendo o canto da boca.

-Não foi isso Any, é que o assunto em que estávamos tratando era meio delicado, não sei de você me entende.

-Poncho, eu amei o presente, e o pingente você acertou tão bem, muito obrigada, mesmo!, e é óbvio que quero sair com você, impossível negar algo quando você está todo fofinho. - Ela falou colocando o indicador na ponta do meu nariz.

POV Anahi

Eu estava boquiaberta com o presente do Poncho, jamais esperaria algo do tipo e essa é uma das vantagens de não esperar nada de ninguém, no fim você sempre se surpreende, as vezes para mal, as vezes para bem, mas o importante mesmo é ele estar me tratando como se eu realmente fosse importante para ele.
As coisas aconteceram tão rápido que não tive chance de conversar com meus pais sobre, mas eu iria esperar até eles retornarem da viagem.

Eu passei o resto da tarde toda inquieta e feliz, afinal esse foi o presente mais lindo que eu já havia ganhado e Poncho estava querendo me levar conhecer seus amigos, será que estava virando algo a mais do que apenas amizade?.

Eu apenas tinha um pé atrás com ele, pois toda vez que vejo ele com esses amigos parece que levanta um ar cheio de mistério, ainda mais agora que Poncho disse que estavam tratando de assuntos delicados.

Eu dirigi de volta até em casa e comecei a me arrumar, no relógio já apontavam 19:00 e Poncho disse que passaria me buscar as 20:00.
Tomei meu banho e me vesti com um vestido preto de alcinha e uma jaqueta jeans que chegava um pouco abaixo da minha cintura, juntamente com um tênis e é claro que eu não poderia esquecer de colocar a pulseira que havia ganhado mais cedo de Poncho.
Logo quando estava quase pronta chega uma mensagem em meu whatsapp

Ponchito 19:55: Estou quase passando aí.
Any 19:56: Estou pronta.

Apenas deu tempo de que eu terminasse de passar um leve blush em minhas bochechas que escutei uma buzina em frente a minha casa, era ele.

Quando abri a porta do carro Poncho já estava com seus elogios na ponta da língua.

-Uau, como você está linda, Any.


Dangerous NeighborOnde histórias criam vida. Descubra agora