Capítulo 22

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Draco acordou abruptamente. Não havia estado intermediário entre a consciência e o sono a muito tempo. Dor e raiva estavam em erupção em seu estômago e magia chiava no ar. Ele se sentou com um suspiro e observou as paredes soltarem fumaça e a mobília lentamente quebrar e tombar. Roupas e livros eram jogados contra as paredes repetidamente. Ele se virou e encarou Harry. O adolescente estava sentado de costas para a cabeceira da cama e o rosto enterrado nos joelhos, que estavam encostados no peito. Ele o alcançou sem medo e o puxou para seus braços.

"Bebê..." Ele não tinha certeza do que mais dizer, então balançou o menino menor suavemente.

Harry tremia nos braços de seu amor. Seus olhos estavam fixos, sem ver. Sua mente estava girando em torno das novas memórias e lembrou do terror e da culpa. Ele agarrou Draco enquanto seus pulmões sofriam espasmos. Sua magia atacou violentamente em frustração e as paredes racharam. Seu pai e Moony estavam tentando entrar na sala, a porta se movendo alguns centímetros antes de se fechar na cara deles. Eles estavam gritando; perguntando o que estava acontecendo e exigindo entrar. Mas ele não conseguia se importar no momento.

"Não é justo." Ele sussurrou com força.

"O quê, Harry?" Draco perguntou suavemente. Ele se acalmou e afastou amorosamente os longos cabelos do rosto. Ele não ficou surpreso ao ver a raiva ultrapassando a tristeza nos olhos verdes espetaculares de seu amor. Ele podia sentir isso, afinal.

"Não é justo!" Harry gritou. Ele olhou nos olhos de Draco, embora soubesse que não deveria descontar no loiro. "Por que EU? Por que ele quer ME MATAR? Não é como se EU PUDESSE FAZER NADA PARA PARÁ-LO! Eu só quero ficar SOZINHO!"

Severus entrou cambaleando na sala, finalmente capaz de lutar contra a maldita porta. Remus estava atrás dele e os dois congelaram quando o olhar quente de Harry se concentrou neles. Draco sorriu severamente e apenas segurou o garoto menor contra o peito enquanto Harry começava a gritar com eles.

"Por que eu não Fiz nada? Por que eu não protegi Cedrico? Como eu poderia SÓ FICAR LÁ? E então me deixar ser PRESO POR RABICHO! Ele tirou meu sangue! E Voldemort voltou! TUDO POR MINHA CULPA! OQUE TEM DE ERRADO comigo? Já enfrentei coisas piores e nunca estive tão FRACO COMO AGORA!"

"Harry, criança..." Severus disse enquanto avançava.

"NÃO! Eu não quero OUVIR, PAI! Não quero ouvir que não foi minha culpa, que eu não pude fazer nada! EU PODERIA MUITO BEM FAZER!"

"Você poderia agora." Draco ofereceu. "Você viu e fez mais coisas do que fazia quando tinha quatorze anos pela primeira vez."

"E você tem uma família desta vez para apoiá-lo e obter forças." Remus acrescentou.

"Você fez o melhor que pôde, Harry." Severus disse asperamente. "Você sempre faz. Você não estava preparado como está agora."

"Por quê?" Harry balançou a cabeça. "Por que minha magia está muito mais forte agora?"

"É porque fomos capazes de criá-lo sem medo de si mesmo." Severus respondeu. Ele chegou perto o suficiente agora para se sentar ao pé da cama. Remus veio e se ajoelhou no chão ao lado dele e agarrou a mão de Harry, não ousando pegá-lo em seus braços ou mate-lo longe de Draco. "Os Dursleys fizeram você ter medo da magia, Harry. Você a trancou para tentar evitar ser punido por magia acidental e inevitável. Mas você não fez isso desta vez porque não foi feito para temer sua magia. Então, é forte como deveria ter sido. "

"Por que eu não tirei isso?" Harry exigiu. "Quando eu estava com problemas, por que não saiu?"

"Não é tão simples assim." Severus balançou a cabeça uma vez. "Você nem sabia que ela estava lá. A mente é complexa e difícil de entender, mas mesmo depois que você chegou a Hogwarts, você não conseguia acreditar em magia lá no fundo. Os Dursleys te deixavam com tanto medo que você não conseguia confiar na magia completamente, então mesmo quando sua vida dependia disso, você a mantinha presa. Você não podia acreditar que ajudaria."

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