Lovely - 𝑪𝒂𝒍𝒛𝒐𝒏𝒂

CAPÍTULO 24 - Eu tenho escolha?

Addison

Despertei porque senti duas mãos tocarem meu rosto, então abri os olhos e encontrei os de Zola né olhando curiosa.

Estou com fome - ela encostou sua testa na minha

Bom dia pra você também esfomeada - diz cócegas na barriga dela a fazendo rir - porque não pediu a tia Mer? - olhei para o lado e não a vi

Eu e ela havíamos combinado de dormia juntas com Zola porque a menina parecia mais confortável com nós duas juntas.

Não sabo onde ela tá - ela diz levantando as maoszinhas

Se diz: eu não sei - ensinei pra ela e ela concordou

Eu levantei e segurei na mão dela, fomos em direção a cozinha do lugar e era onde Mer estava com Callie, Arizona e Andrea.

Bom dia - eu disse a todos que responderam de volta - uma mocinha me acordou dizendo que estava com fome

E porque essa mocinha não me procurou? - Mer se abaixou na frente dela

Fiquei com medo de sair para procurar - ela diz cruzando os braços e então eu e Mer nos entreolhamos

Tudo bem querida - eu disse olhando para Zola - vamos comer então? - ela concordou

Mer a colocou sentada e a entregou a espécie de um mingau que havia feito para Zola e Sofia.

Credo - eu sussurrei para Mer

Shiiu, ela tem que comer. Vai a deixar forte - ela sussurrou de volta

Eu que não vou comer isso - digo com cara de nojo

É só para as meninas. Pode comer bolacha 

Eu não disse mais nada, apenas fui até o armário e peguei a bolacha.

{...}

Calliope

Arizona estava lavando os utensílios sujos quando eu me aproximei com um pano para seca-los.

Está tudo bem? - eu perguntei

Sim - ela disse sem né olhar

O que foi Ari? Você anda distante comigo

Callie não é nada tá? - ela suspirou - a gente pode conversar depois? Daqui a pouco eu tenho que ir ajudar o Daryl na ideia de vocês de arrumar o muro - suspira

Eu sabia que era isso - eu me virei para ela - você ficou brava porquê concordei?

Quer saber… - ela parou o que estava fazendo e me olhou - fiquei chateada. Parece que você sempre vai contra as minhas opiniões

O que? Claro que não - tentei falar mas ela me cortou

Não importa, isso não vem o caso mais. - ela termina de lavar - eu tenho que ir - ela seca a mão no pano que estou segurando e sai andando

Addison, Mer e Andrea que estavam ali me olham sem entender nada e eu devolvo a mesma expressão.

{...}

Arizona

No fundo eu estava chateada com Callie sim, mas acho que a culpa maior era minha, eu estava criando expectativas demais em cima dela e precisava parar com isso. Encontrei Daryl, Alex e Tara na porta, eles estavam planejando como iriam fazer para sair, matar os mortos e consertar o muro. Eu sabia que o que faríamos era arriscado e tudo o que eu menos queria era correr perigo, mas pelo jeito no mundo de hoje era apenas isso que conseguíamos. Era assim que viveríamos? Sempre lutando para sobreviver? Ual que ótima vida. Quando por fim Daryl decidiu seu plano, que é claro baseava-se em partimos para cima daquelas coisas, esperamos Calliope e Andrea, elas também participariam, enquanto Addie e Mer ficariam para cuidar das crianças e de Jó.

Você está pronta para isso? - Andrea me olhou preocupada

E eu tenho escolha? - suspirei e peguei as duas faca na mão dela

Esqueci de contar que encontramos algumas armas dentro de um baú, acho que era o esconderijo de alguém ali, já que o local onde seria o Arsenal dos militares estavam vazios. Porém não adiantava muito já que as munições eram poucas, no fim teríamos que partir pra cima para mata-los. Nos juntamos em duplas, eu com minha irmã, Callie com Alex e Tara com Daryl. Esses dois últimos foram na frente, eles seriam a espécie de cobaias para atrair os outros, enquanto nós aproximavamos. Ouvi dois tiros e olhei para o lado e vi Callie atirando certeira na cabeça de dois mortos. É, ela tinha boa mira. Não que tivesse tempo de ficar olhando para ela, mas eu vi o sangue em seus olhos, ela estava sendo forte e eu agradeci por aquilo. Não queria que ela sofresse outro ataque de ansiedade. A única coisa que eu queria era que isso acabasse logo.

Um...dois... três...quatro...cinco...até que perdi as contas de quantos eu já havia matado. Fora os que quase chegaram perto demais de mim mas minha irmã foi mais rápida e os acertou. E mais uma vez cravei a faca na têmpora naquilo que antes havia sido uma mulher. Foi então que uma criança ou o que era uma criança apareceu na minha frente, com a boca aberta e os braços em minha direção. Eu paralisei, ainda não havia me deparado com a situação de ter que matar um criança. Droga eu sei que ali já não existia mais um ser humano, mas ainda assim, eu senti minhas mãos trêmulas enquanto ela pulou em cima de mim e me fez cair com tudo no chão. Coloquei meu antebraço em seu pescoço para impedir que ela conseguisse me morder, mas as facas haviam caído e para minha infelicidade não conseguia alcança-las. Aquela coisa era forte, bem forte, e eu já estava perdendo as minhas forças enquanto sentia o suor salgado cair em minha boca. Será que havia chegado a minha hora? Será que reclamei tanto dessa vida que estava vivendo que Deus ou sei lá o quê, havia decidido acabar com meu tormento? Será que eu deveria desistir e deixar acontecer?