CAPITULO 7 - Me deixa

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Arizona

O sol queimava a minha pele branca enquanto eu estava sentada no capô do carro. Acho que já passou mais de uma hora que os dois haviam saído em busca de gasolina. Minha irmã estava sentada no banco do motorista, com a porta aberta e as pernas para fora enquanto tentava fazer contato com aquele radiozinho enquanto Calliope estava sentada no chão encostada no pneu do carro. Estávamos em silêncio não tinha muito o que ser dito, mas eu sabia que aquela mulher que eu havia acabado de conhecer e eu nem sabia porque me importava, mas ela estava triste e eu sabia porquê. Ela deveria estar pensando na filha, e eu nem faço ideia o que é isso, amar tanto alguém que depende de você. Eu não gosto de ficar calada assim, então pego sai do cima do carro, pego uma garrafa de água na mochila e tomo um gole, em seguida vou até Calliope e lhe ofereço.

Quer água? - estendo a garrafa

Obrigada - ela levanta a cabeça para me olhar e pega a garrafa da minha mão

Está muito quente - digo - posso sentar aí? - aponto o espaço ao seu lado

Claro - ela diz dando de ombros e toma a água

Está pensando na sua filha né?

Uhum - ela diz devolvendo a garrafa - desde que tudo isso aconteceu nunca fiquei tanto tempo longe - suspira e abaixa a cabeça

Ei não pensa nisso. Ela está bem e vai ficar feliz quando te ver - eu digo tentando anima-la - estou ansiosa para conhecê-la. Ela é mais simpática que você? - brinco

Porém antes que ela pudesse responder, Andrea tinha saído às pressas do carro.

Droga - ela diz preocupada e então eu me levanto sendo seguida por Calliope - estão vindo

Os meninos? - pergunto sem entender mas então olho para a mesma direção que ela

Não, os mortos - ela diz nervosa enquanto pega as mochilas - precisamos entrar no supermercado e nos escondermos

É muito para a gente lutar - Calliope diz me olhando seria - vem vamos logo - ela segura meu punho me puxando para longe do carro

E as outras coisas - eu digo ao ver que havia ficado coisas no carro

Não temos tempo. É essas coisas ou nossas vidas - a morena me responde séria

Quando já estávamos dentro do estabelecimento fechamos as portas e começamos a empurrar coisas que impedisse que eles entrassem, porém também ficaríamos sem saída.

Que ódio! - Callie disse andando de um lado para o outro - isso só vai fazer que a gente demore mais para voltar

Calma - tentei tocar seu ombro mas ela se esquivou

VOCÊ NAO ENTENDE - ela diz nervosa e eu me assusto com seu grito

Ei ei, isso não é hora - Andrea olha feio para ela - minha irmã só quer ajudar

Então por favor só me deixa - ela me olha sério e se afasta

Eu vou para o lado da minha irmã, que pega minha mão e me dá um sorriso, tentando me animar enquanto eu observo Calliope sentar no chão, afastada da gente e lágrimas escorrerem por seus olhos.

{...}

Addison

Quando eu vi aquela porta aberta e Sofia não estava na sala, só conseguia pensar que não havia cumprido o que tinha dito a Callie, não havia cuidado de sua filha. Meu primeiro sentimento foi culpa, o segundo foi desespero e o terceiro a vontade de encontrá-la. Tara pegou a arma que ela tinha e duas facas na cozinha, entregando uma pra mim e outra para Mer. Nem nos lembramos de fechar a porta, apenas saimos dali para encontrar aquela garotinha. Eu só pensava em em como ela estava com medo e como era indefesa e seria um alvo fácil para aquelas criaturas. Olhei para o lado e via o medo estampado no rosto de Mer, e a culpa que sabia que também a estava corroendo.

Ei não é culpa sua - sussurrei 

É sim, fui eu que a deixei sozinha - disse com os olhos cheios de lágrimas

Eu também era responsável por ela - toquei sua mão - vamos encontrá-la...prometo - dei um meio sorriso e pude sentir ela um pouco mais calma

Não eu não queria vê-la daquele jeito e nem se sentindo culpada, afinal nós três éramos as adultas ali, as três éramos responsáveis por cuidar daquela criança, então não, não era culpa dela mas de todas. Entramos em um casa que a porta estava aberta e me assustei ao ver rastro de sangue no chão.

Aí meu Deus - Mer colocou a mão na boca

Shiiiiu - Tara que estava a nossa frente nos olhou de cara feia - esse sangue está fresco - ela disse ao se abaixar e tocar aquelas manchas - então não... não é dela - aquilo nos tranquilizou

Continuamos a andar, Tara nós indicou para ir a cozinha enquanto ela ia olhar o andar de cima. Minutos depois ouvimos apenas um grito dela e corremos até ela. Haviam um zumbi em baixo da cama puxando sua perna enquanto outro estava por cima dela. Mer ficou ali parada em choque, então eu tive que ser forte e agi. Cortei o braço do zumbi que a estava puxando e então cravei a faca na cabeça do outro, que caiu por cima de Tara. Ela o tirou de cima e eu estendi minha mão, ajudando-a levantar.

Obrigada - ela agradeceu ofegante - eu estava prestes a matar esse quando esse outro puxou minha perna e eu caí e minha arma ficou longe

Tudo bem. Estamos juntas nessa - eu sorri e então me virei - Mer? - me aproximei - ei já passou, já passou

Eu a puxei para os meus braços e a abracei. Ela parecia em choque, ela ainda não havia se acostumado com isso.

Eu não...não consegui... não consegui fazer nada - ela disse enterrando seu nariz em meu pescoço

Eu sei, está tudo bem. Eu posso fazer isso por nós duas ok? - a fiz me olhar e ela apenas assentiu - precisamos encontrar a So

Você tem razão - ela se afasta e a vejo tentar se recompor

Eu apenas balancei a cabeça, Meredith não gosta de se mostrar uma pessoa frágil e tenho certeza que não foi confortável ter que ser confortada por mim. E lá estávamos nos, voltando a procura de Sofia, que parecia cada vez mais difícil.

Lovely - 𝑪𝒂𝒍𝒛𝒐𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora