Fifty-three

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Marília Mendonça

Acabei bebendo mais do que deveria, porém não estava me importando, mesmo não tendo noivo, eu tinha um público incrível e Maravilhoso. Antes de subir no pequeno palco, Bahia me avisou que eu ainda precisava tratar o Murilo como o meu noivo, que já haviam conversado e estava certo para falarmos do término daqui a as duas ou três semanas.

O que me deu mais raiva foi o fato de todo mundo saber, e eu fazendo papel de trouxa apaixonada.

Estava o Fernando, o Fabrício e o Murilo juntos no barzinho improvisado. Era o lugar onde eles ficariam durante o show, o momento era nosso e eles não podiam ficar em frente ao palco, tinha um telão onde mostrava fotos deles e eu apenas ignorava.

As meninas começaram a brincar com o fato deles estarem juntos e eu entrei na brincadeira.

— Bonito eles é, mas não sei se a gente pode confiar não. Mas assim, eu já avisei pro Fernando:

— O Fernando é carniça de tudo. Ele que estraga o rolê.

— Fernando, tudo o que cês pensar em fazer nós já fez, então é melhor cês ficarem aí de boa esperando nós. – todos gargalharam.

— Ele já sabe onde entrou também né? – Maiara falou rindo e eu ri também. — Nós não é o tipo de Muié que fica: – ela deu uma risada lesada e eu gargalhei — Nós acaba com o rolê.

— Bote um chifre aí em mim. – fiz graça e Maraísa coitada calada o tempo todo rindo. — Bote um chifre aí em mim. Que lindo ele botou um chifre em mim.

— Vocês arrumaram três Muié porretas, não mandei você querer esse tipo de...

— Problemas. – interrompi a Maiara.

Continuamos a brincar e depois voltamos a cantar, cantei a música que escrevi pra Maiara: Como faz com ela. E começamos a falar da letra e expliquei que a traição não tem nada haver com a pessoa que foi traído, mas com o caráter de quem traiu.

— Você já traiu, Marília? – Maraísa perguntou e eu fiquei por um segundo sem reação.

— Bora cantar? – Perguntei me afastando.

— Aôô, Bora cantar. – Maiara começou a pular rindo e Maraísa entrou no embalo.

Começou a tocar Coração Bandido Maraísa olhou pra minha cara já rindo e começou:

— Quem escolheu essa música foi a Marília.

— Não.

— Por causa de que cê escolheu essa música? – Mara me encarava.

— Tem nada haver comigo.

— Pelo amor de Deus se você traiu seu namorado, não conta não. Olha a letra dessa música!

— Que conselho é esse Maiara?

Comecei a cantar. E foi assim com toda essa leveza que a gente fez o show e realizou o nosso sonho.

Como eu disse, bebi demais. Henrique estava me fuzilando com o olhar, mas estava de saco cheio para mim importar com qualquer coisa que qualquer pessoa pensasse sobre mim. Inclusive ele.

Depois do encerramento teve festa, o que significava mais bebidas. Eu sei, pra quem vê de fora parece ridículo que eu dê tanta importância assim para esse término com o Murilo, parece ridículo que eu esteja sofrendo por isso, mas eu me esforcei tanto para que esse relacionamento desse certo, me esforcei tanto por dois relacionamentos que parece ter ido de ralo abaixo.

Não é nenhuma mentira quando falo que amo Murilo, essa é a mais pura verdade, tudo bem que eu nunca deixei de amar o Henrique, mas é diferente. É diferente porque o Henrique, foi, é e sempre será o grande amor da minha vida. Mas o Murilo, ele conquistou o meu amor, carinho e admiração, ele também é o pai do meu filho.

— Marília, tá bom. Já chega né?! – Henrique falou tirando o copo da minha mão.

— Tá maluco? – perguntei o olhando séria.

— Maluca tá você, vai ficar bêbada só por quê aquele cara te deixou? – ele parecia irritado.

Mas espera, qual o direito que ele tinha de ficar irritado? Estou chateada sim, isso me dói sim, vou chorar sim, vou beber sim, e foda-se a opinião dos outros.

— Não Henrique, eu não vou ficar bêbada só porquê ele me deixou, vou ficar bêbada porquê me doeu ser deixada mais uma vez por ela. – falei olhando em seus olhos e já sentindo o meu coração doer. — Doeu as duas pessoas que amei me trocar pela mesma pessoa. É por isso que estou bebendo, estou bebendo pelo fato de ter amado duas pessoas que nunca mereceram nem um esforço meu. – falei e deixei por fim uma lágrima cair.

O lugar estava no mais puro silêncio, todos calados apenas me olhando.

— Meu amor...

— Não Henrique, quer saber? Vou chorar sim, eu nunca escondi o que sinto de ninguém, todos os que me conhecem sabe que eu sempre fui completamente apaixonada por você. Mas e aí? Você era realmente obrigado a casar com ela por causa da gravidez? Não, não era. Você casou e agora está divorciado, e está divorciado porquê nunca amou a Amanda, nunca se esforçou de verdade para o seu casamento da certo com ela. Mas eu... Eu tentei, eu lutei todos os dias para que meu relacionamento com o Murilo desse certo. Então sim, eu vou chorar, eu vou sentir sim. Doeu e vai continuar doendo. Não é porque eu te amo que tudo vai ser menos doloroso, te amar também dói. Você também me deixou para ficar com ela uma vez, lembra disso?

Me afastei de todos e sentei no chão, senti quando alguém sentou do meu lado e já me preparei para o mandar pra puta que o pariu, mas ao abrir os olhos e encarar o Juninho, sabia que ele na sairia dali.

— Eu...

— Não saio daqui nem que você me mande pra puta que me pariu, e acho bom você nem pensar em falar assim comigo, se for preciso bato até em vive para defender a honra da minha mãe.

— Idiota. Eu só quero ficar sozinha.

— E eu também quero ficar sozinho, aí eu pensei, porque não ficamos sozinhos juntos?! Achei uma excelente ideia e vim me juntar a você para ficarmos sozinhos e juntos.

— Besta!

— Sempre e para Sempre, lembra? – ele falou e olhei em seus olhos, já sentindo o meu peito doer.

— Eu te amo. – falei chorando e o abraçando.

— Ele não te traiu com ela, eles te respeitaram, ela te respeito. Amanda te admira, Marília. Te admira tanto que não quer ficar com ele mesmo vocês não estando juntos. Mesmo ela estando apaixonada.

— O que ela tem?

— E eu é que sei? Eu sei o que você tem, até seus piores defeitos são as suas melhores qualidades, mana, então eles são idiotas e eu sortudo por ter uma irmã tão foda como você. Você é uma em milhões.

— Se está falando isso para me animar...

— Estou falando a mais pura verdade! Então é o seguinte, se quiser beber, nós dois vamos beber juntos.

— E se eu quiser virar a noite?

— Então iremos virar a noite Juntos! – Ouvi a voz do Henrique do olhei. – Me desculpa... Eu sou um idiota.

— Tudo bem, senta aí. – falei e ele sentou perto de mim. — É, eu acho que o nosso Sempre e para Sempre, vai realmente ser para sempre.

— Você ainda duvidava? – Junim me olhou fingindo ignição.

— Por um segundo até eu duvidei. – Henrique falou.

— Mas eu não vivo sem vocês! – falei e fechei os olhos para aproveitar o momento.

Segunda Chance 1.0Onde histórias criam vida. Descubra agora