Segunda Chance 1.0

Twenty two

Marília Mendonça

Eu estava imóvel, não conseguia acreditar no que acabei de ouvir. Henrique nunca foi de fazer essa declarações em público, é certo que ele sempre se emociona com alguma coisa, mas daí a pedir perdão na frente de milhares de pessoas? Estou surpresa.

Juliano me olhava com espectativa também, eu poderia esperar qualquer coisa do Henrique, menos isso. Me tremia toda, olhei para o público que espera uma reação minha, uma resposta.

Olhei bem para os dois homens a minha frente e tentei sorrir mais eu estava muito confusa. Ele não pode fazer merda e me pedir desculpas assim na frente de todo mundo, e pior eu nem sei porque ele está me pedindo desculpa, ele deve isso ao Murilo.

— Gente... Eu nem sei o que falar.

— Fala que me perdoa, fala que me ama também. – Henrique pediu e a galera começou a gritar um “perdoa”. Mas não era e nem tão fácil assim.

— Henrique... Eu quero te perdoar, eu amo você mas tá doendo, sabe, eu esperei muito de você, depositei muita espectativa em você, e o que recebi em troca? Mentiras, muitas mentiras. Você sabe que não é a mim que deve desculpas.

— Eu posso pedir desculpas a ele, estou arrependido de verdade pelo que fiz, eu fui covarde, eu passei por cima de tudo o que aprendi, por cima do que o que meus pais me ensinaram, passei por cima do que eu e meu irmão te ensinamos e pior, passei por cima do seu amor, carinho e confiança. Olha meu amor, eu sei que te pedir desculpas na frente das pessoas parece que é o único modo de fazer você me perdoar, mas essa não é a intenção, eu estou passando por cima do meu orgulho para não te perder de novo. Marília como eu disse, eu quero você na minha vida e não importa como, você e o Juliano é quem me faz ficar de pé. Graças a você estou tentando fazer as coisas certas, por vocês eu quero mudar, só diz que me perdoa. Não me faz viver em um mundo onde você não está, eu quero que você faça parte da vida da minha filha Helena, e quero fazer parte da vida do seu filho. Quero participar da sua vida e da do meu sobrinho. Perdoa vai.

— Ah Ricelly, você sabe me tirar do céu, me levar ao inferno e em questão de segundos me levar ao céu de novo. São oito anos ao lado de vocês dois, oito anos onde nós dois brigamos, nos machucamos e nos perdoamos, se alguém me perguntar o que eu gostaria de mudar em você eu vou dizer que nada, te amo assim do jeitinho que você é! – vi um sorriso em seus lábios. – Agora para de chorar me vem me dá um abraço, porque daqui eu não saio.

Henrique me abraçou com cuidado e encheu meu rosto de beijos, se abaixou e beijou a minha barriga falando alguma coisa com a mesma, sorri e olhei para a lateral, Murilo estava de braços cruzados e com uma expressão seria, eu exagerei, ele exagerou. As palavras ditas ali poderiam ter um peso enorme amanhã, e só agora me dei conta de que subir ali foi errado, mas eu não falei nada demais falei?

Não me deixaram sair do palco, cantaram todas as minha músicas que eles gravaram e eu chorei, certeza que o Eduardo está puto comigo. Maiara sorria roda boba, Mohana pulava e gritava na lateral e Murilo suavizou sua expressão.

Acho que ele entendeu que pra ficar comigo tem que aceitar meus amigos, assim com meus amigos e o Ricelly tem que entender que para que eu fique precisa aceitar o meu namorado.

Quando o tempo dos meninos acabou eu corri para o meu camarim para retocar a maquiagem e colocar a roupa do show, não demorei muito para estar pronta, Murilo me olhou dos pés a cabeça e sorriu dizendo que eu estava linda, que a roupa estava um pouco curta, mas que estava linda.

O vestido normalmente ficaria um pouco acima do joelho, mas como minha barriga estava grande o vestido ia até metade da minha coxa, era de manga longa e bem comportado, só o tamanho que não o agradou muito. No meu cabelo foi feito um penteado rápido com tranças que sinceramente ficou lindo, coloquei o meu óculos e pedi para o Murilo tirar uma foto minha, sorri fechando os olhos e ele tirou foto.