Fourteen

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— Sabe, eu te amo tanto, tanto que amar o seu filho não vai ser um problema, problema vai ser eu conseguir aceitar que nós dois não temos mais uma chance. – Henrique tirou a mão de cima da minha barriga e levou para o meu rosto.

— Guarde o seu amor, viva a sua vida, aliás essa foi a vida que você escolheu. – falei e coloquei minha mãe em cima da sua que estava em meu rosto.

— Eu não vou te pedir pra voltar, mais ver se não me esquece, que eu também não vou conseguir, nem se eu quisesse – cantarolou e eu ri — Podem se passar mil anos, eu ainda vou te amar como na primeira vez.

— Se existir uma vida depois dessa, certamente é em seus braços que eu quero estar.

— Nada vai mudar o que eu sinto por você, e quer saber Marília? Estou certo de que quando a gente ama assim e não fica junto por algum motivo, no futuro se reencontra, e vive aquele amor adormecido, se não sei certo agora foi porquê somos imaturos demais.

— Acha mesmo que no futuro possamos dar certo?

— Amor, já ouviu falar que a esperança é a última que morre? Pois então, a minha vai permanecer viva, ainda vamos ser muito felizes juntos, pode não ser agora, mas escreve o que eu tô te dizendo, mas escreve de caneta para não correr o risco de apagar.

— Só você mesmo.

Fechei os olhos e deixei que ele me fizesse aquele carinho do qual eu senti muita falta. Meu celular toca e rapidamente atendo, era o Murilo dizendo que chegou bem e que eu me cuidasse. Não conversamos muito, ele precisava ir para a gravadora e depois para o escritório, nunca entendi o motivo da Work não ter aceitado ele, suas músicas são tão incríveis.

Me deixei levar pelo carinho do Henrique e dormi, estava cansada e fazia alguns dias que não achava uma posição favorável para ao menos um cochilo, como eu já disse Juliano e Henrique tem um dom além de cantar que incrível, me acalmar. Quando eles me abraçam e me fazem esse carinho, não consigo me manter acordada, é tipo um boa noite aurora, sim Aurora, nunca entendi essa do boa noite cinderela se a princesa adormecida é a Aurora. A bela adormecida.

Aconcheguei-me mais no corpo do Ricelly e aproveitei o conforto que ele me passava, por mais que fosse uma prova estar no mesmo quarto e na mesma cama que ele, agora tinha consciência de que tem um alguém que me ama, tenho consciência de que tanto ele quanto eu temos um relacionamento para zelar, e qualquer deslize já era.

_-_-_-

Quando acordei sentia o meu corpo descansado, vou fazer isso com o Murilo quem sabe eu não durma melhor? Olhei ao redor e suspirei, o Henrique precisa guardar essas coisa, ele não pode continuar assim.

Eu mesma guardei tudo o que era nosso em uma caixa e a coloquei debaixo da minha cama, fotos, perfume, roupas, pelúcias, tudo que me lembrasse ele, até mesmo o meu vestido preferido que por consequência era o dele também. Naquela caixa estava toda a nossa história, diário, tudo, absolutamente tudo.

Não vi necessidade de jogar, de me desfazer de algo que foi importante na minha vida, de algo que fez parte da minha história, eu apenas guardei. Não é saudável olhar tudo todos os dias, se eu continuasse não iria vive nunca, não iria me dá uma chance de ser eu mesma nunca. Não conseguia nem me lembrar quando foi que fiquei sozinha  desde que conheci o Ricelly, foram nove anos de fico ou não fico, de rola ou não rola, de namoro ou não namoro.

Ele atrapalhou todos os meus relacionamentos, quer dizer não chegaram nem a ser um relacionamento, ele estragava antes mesmo de algo dá certo, e isso me irritava, me incomodava, mas no fundo? Era ele quem eu queria, então não fazia muita briga. Quando comecei a namorar com o Yugnir achei realmente sue tudo havia se resolvido e que nada atrapalharia, não sabia eu que estava redondamente enganada. Mais uma vez o Henrique estragou tudo.

Segunda Chance 1.0Onde histórias criam vida. Descubra agora