- Que porcaria. Só nos faltava esta!!
- Tem calma, Tom. Isto há de se resolver: nós vamos ajudar o John a escapar-se disto!! - Edd tentava desesperadamente acalmar o melhor amigo. - E se chamarmos o Matt? Talvez assim consigamos meter as Schuylers no lugar delas.
- Talvez até funcionasse - concordou Tom. - mas ele não é suficiente. Tu sabes que ele é um pouco... Bem... Tonto. Nada contra o pobre Matt, mas tu tens de admitir que ele não tem capacidade para este tipo de coisas.
- Tens razão... - suspirou o outro. - Olha, ouve. Havemos de arranjar alguém que..
- Talvez eu possa ajudar?
Os dois meninos olharam em volta, estremunhados. Do portão da casa de Washington, apareceu George (mais conhecido como Sua Alteza), a afastar a sua capa presunçosamente para trás. Atrás de si, estavam Charles Lee e Samuel Seabury, ambos a comportarem-se como leais mordomos.
- Oh oh oh! - fez o "rei". - Nada temam, rapazinhos. Eu sou amigável.
- Cromo - deixou escapar silenciosamente o rapaz sem olhos.
- Deixa-o em paz, Tom - sussurrou o amigo, irritado. - Ele acabou de aparecer!!
- Eu chamo-me George,mas podem chamar-me King George - apresentou-se ele de novo, com modos chiques e talvez um pouco exagerados. - Parecem estar num momento de dificuldade. Será que precisam da minha ajuda?
- Na verdade, não dispensávamos algum apoio - confessou Edd. - Podemos contar-lhe tudo?
- Façam favor - sorriu o rei.
Em poucos minutos, já os dois rapazinhos (Tom estava bastante contrariado por estarem a contar aquele tipo de problema a uma pessoa como George) tinham contado tudo ao grupo. Sua Alteza ouvia a história com o maior interesse.
- E pronto, depois King George, ou seja, você, apareceu.
- Deveras interessante - murmurou ele. - Bem, aceito ajudar-vos, desde que me dêem algo em troca.
- Tipo o quê?
- TOM!!
- Pronto, 'tá bem. Como por exemplo?
- Hmmm... - George fez uma expressão pensativa. - Talvez possam fazer-me um pequeno favor. Eu ajudo-os com o problema do John, se me ajudarem com o MEU problema com os colegas dele. Ele é um tipo... Doce... Mas os outros são miseráveis.
- Porque diz isso? - questionou Tom, desconfiado.
- Porque..-ele fez uma cara triste e deixou-se cair dramaticamente para trás, enquanto Charles o apanhava por trás e Samuel abanava velozmente um leque de renda na sua testa. - Eles são desrespeitosos. Quando os conheci, tentei ser bondoso, mas eles decidiram rir-se de mim e não me aceitaram como líder e irmão. Por isso, se me pudessem proporcionar uma pequena vingança... Eu daria-vos de boa vontade a ajuda que querem.
- Bem... Eu e o meu amigo vamos discutir isso - disse Edd,levando o parceiro para não muito longe dali. - Então? Eu acho que seja justo...
- E és o único! - ripostou Tom. - És parvo? Pensas que vou arriscar a minha pele e prejudicar os amigos do Laurie só porque eles foram completamente realistas para com o "King George"? Nem a pau, pá.
- Tu é que estás a ser idiota. Não eras tu que querias ajudar o John a todo o custo? Pois bem, temos aqui um acordo incrível e eu não vou perdê-lo. Aliás, até o faço sozinho e poupo uma preocupação ao Laurens,sem a tua ajuda.
Os dois amigos olharam-se amargamente. Ambos pareciam zangados. Até que Tom desistiu.
- Pronto, pronto, está bem. Aceitamos o acordo, ou lá o que seja. Mas eu faço isto só porque tu queres e eu estou disposto a ajudar o Laurens.
- É este o Tom que eu gosto - sorriu o outro. - Ótimo. Agora, anda daí, vamos dizer que aceitamos.
- Certo.
Então, os dois chegaram-se outra vez ao pé do rei e dos seus "servos" e contaram-lhe tudo aquilo que tinham discutido (exceto da zanga, claro).
- Ainda bem que são boas pessoas - alegrou-se King George. - Muito obrigado! Irei tratar desse assunto imediatamente.
- Obrigado, King George!! - agradeceu Edd, encantado. - Tenha um resto de uma boa tarde, eu e o Tom temos de combinar as coisas e os pontos finais do plano. Um bom dia para si!
O rapaz pegou na mão do amigo e ambos correram para fora dali. No entanto, a escolha deles não fora boa de todo. Uma nova maré de azar ainda estava para atacar Tom, Edd e sobretudo, Alexander e John!!
