7 - Não me tente

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Após alguns minutos, tentando se manter rígido e imparcial a situação, o anjo desviou sua atenção em puro reflexo quando as asas do demônio se abriram.
Diferentemente das suas que eram repletas de penas e completamente brancas, as asas alheias eram em tons vermelhos e muito semelhante aos morcegos.

O anjo estendeu a mão curioso em sentir a textura, mas hesitou por meio segundo ao olhar para o rosto feminino desconhecido.

Só depois de se convencer de que a alma ainda não havia retornado, tomou a coragem necessária para passar seus dedos ali.

- Você vai me excitar e terá que lidar com isso. - O anjo se sobressaltou com a voz doce que proferiu a frase. Logo, a gargalhada do íncubos ocupou todo o cômodo, enquanto ele voltava a sua aparência real. - Eu também tenho um rabo muito sexy e útil se quiser checar...

Wei engatinhara até o anjo, ignorando completamente o olhar assustado deste, sentando em seu colo, aproveitando enquanto não era expulso, para acariciar os longos cabelos alheios.

- As asas dos anjos também são sensíveis? Não acha que mereço uma troca justa? – Perguntou em tom manhoso, sussurrando.

Wei riu quando como previsto, cai sentado pela pressa e vergonha do anjo, claramente expressas pelas orelhas vermelhas do outro que levantará como se tivesse com o corpo em chamas.

- Por que me tentas assim? Não sou de uma raça com hábitos sexuais profanos.

- Isso só torna tudo mais interessante. - Wei o segura pelo pulso, quando percebe a intenção de ir embora. - Vamos conversar, juro não lhe " tentar ". - O demônio não conseguia segurar a risada com a palavra tão antiquada. - Me conte sobre os anjos, vocês são os primeiros que vejo.

A informação prendeu a atenção de Wangji, que com um olhar sério e desconfiado, se sentou novamente.

- Somos muitos, você já deve ter visto outros de nós por aí.

- Vocês não são de se socializar. - Wei debocha, percebendo que o anjo não parecia saber muito dos ciclos sociais de sua própria raça.

- Você tem quantos séculos?

- Três. - Wangji responde sem entender a necessidade da pergunta, ficando cada vez mais confuso ao ver o outro enterrar o rosto entre as mãos se mau dizendo.

- Não acredito que estou flertando com uma criança! Se eu já não morasse no inferno, seria condenado a ele novamente. - Apesar do tom dramático em excesso, Wei realmente choramingava a sua má sorte.

- Não sou uma criança, já passei pelo ritual de amadurecimento e troca de penas. - Querendo provar seu argumento, ele abre as asas, e como bom demônio, Wei esquece sua “falsa” culpa e supri um sorriso malicioso antes de jogar suas peças novamente.

- Não acredito, essas me parecem penas de criança. – Disse enquanto se aproximava da figura angelical a sua frente.

- Claro que não! - Wangji enfatiza, tão concentrado que ignorou o meio sorriso que enfeitava a face do outro.

- Como posso acreditar?! Me deixe verificar!

O íncubos não sabia a que ponto ia a inocência do anjo, ele já havia provado sua irá, e estava completamente encantado com esse novo lado, tão puro, que só aumentava ainda mais o seu desejo de corrompê-lo.

- Você não precisa acreditar. - Wangji responde afiado, porém envolveu ambos em suas longas asas, criando uma espécie de casulo entre eles. Não confiava no demônio para tocar suas asas sem sua vistoria.

Hell - { WangXian }Onde histórias criam vida. Descubra agora