Megan passou o braço pela testa a fim de limpar de algum modo o suor.
Nunca imaginou que trabalhar em uma floricultura seria algo tão trabalhoso. Limpar aquelas malditas folhas e deixá-las verdes e vistosas pra possíveis clientes era terrivelmente chato e cansativo. Também tinham os vasos pesados de terra que vez ou outra precisava mover de lugar.
Estava joelhada sob o jeans surrado que trajava para borrifar água e eliminar a poeira de uma plantinha bonita, e fazia isso muito bem até ser perturbada por seu celular vibrando no bolso. Megan relutou um pouco em atender, mas o ardor em seus joelhos a motivou a isso. Não se deu ao trabalho de checar quem era, apenas levou o aparelho como pôde até a orelha e disse:
— Alô?
— Megan?
Surpreendeu-se com a voz que soou do outro lado.
— Joseph? — devolveu, confusa.
Joe tinha a respiração pesada.
— Onde você está?
— No trabalho.
— Trabalho? — a voz de Joseph soou um pouco confusa. Ele ficou alguns segundos em silêncio e então suspirou — eu preciso vê-la, Meg.
A ruiva preocupou-se com o tom de voz abatido de Joseph.
— Aconteceu algum coisa?
— Sim.
— Vou te mandar a localização — ela não hesitou.
Só se deu conta de que teria que ficar cara a cara com Joseph quando desligou o celular. O seu coração se acelerou e a sua memória se refrescou. Megan engoliu em seco, mas já estava feito.
Não demorou muito tempo até que Joseph estivesse em frente a floricultura em que Megan estava trabalhando em meio período. Ele observou algumas das flores enquanto andava pelo lugar a sua procura, o que levou algum tempo. Joe a reconheceu ao lado de uma prateleira com suculentas, com um borrifador nas mãos e os fios ruivos presos em um rabo de cavalo.
— Megan? — Joe chamou. Ela ergueu os olhos para ele.
Joseph sentiu o coração pular dentro do peito com o ínfimo olhar. Ela abandonou o borrifador e esfregou uma mão na outra, deu alguns passos em sua direção.
— Joseph, está tudo bem? — franziu levemente a sobrancelha.
Joseph viu em Megan toda a calmaria que ele não tinha naquele momento, mesmo que isso não fosse verdade, e provou um resquício amargo da ideia de que ela era indiferente a ele. Ele notou então, enquanto a olhava, que não tinha ideia do que dizer. Não sabia exatamente o motivo de estar ali ou porque ligou para ela, Joe funcionou no automático.
Os olhos azuis da garota queimavam a sua pele à espera de uma resposta, mas tudo o que ela recebeu foi o dar de ombros e o suspiro derrotado de Joseph.
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Petricor| RETA FINAL
Novela JuvenilUma tradição, três amigos. Logan, Ryan e Joseph, amigos desde a infância, aprenderam desde cedo com seus pais que sentir não é algo relevante. Os três garotos deviam cumprir a tradição vinda de seus avós, esta que consistia em quebrar exatamente tr...