Quarenta e seis

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Megan passou o braço pela testa a fim de limpar de algum modo o suor.

Nunca imaginou que trabalhar em uma floricultura seria algo tão trabalhoso. Limpar aquelas malditas folhas e deixá-las verdes e vistosas pra possíveis clientes era terrivelmente chato e cansativo. Também tinham os vasos pesados de terra que vez ou outra precisava mover de lugar.

Estava joelhada sob o jeans surrado que trajava para borrifar água e eliminar a poeira de uma plantinha bonita, e fazia isso muito bem até ser perturbada por seu celular vibrando no bolso. Megan relutou um pouco em atender, mas o ardor em seus joelhos a motivou a isso. Não se deu ao trabalho de checar quem era, apenas levou o aparelho como pôde até a orelha e disse:

— Alô?

— Megan?

Surpreendeu-se com a voz que soou do outro lado.

— Joseph? — devolveu, confusa.

Joe tinha a respiração pesada.

— Onde você está?

— No trabalho.

— Trabalho? — a voz de Joseph soou um pouco confusa. Ele ficou alguns segundos em silêncio e então suspirou — eu preciso vê-la, Meg.

A ruiva preocupou-se com o tom de voz abatido de Joseph.

— Aconteceu algum coisa?

— Sim.

— Vou te mandar a localização — ela não hesitou.

Só se deu conta de que teria que ficar cara a cara com Joseph quando desligou o celular. O seu coração se acelerou e a sua memória se refrescou. Megan engoliu em seco, mas já estava feito.

Não demorou muito tempo até que Joseph estivesse em frente a floricultura em que Megan estava trabalhando em meio período

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Não demorou muito tempo até que Joseph estivesse em frente a floricultura em que Megan estava trabalhando em meio período. Ele observou algumas das flores enquanto andava pelo lugar a sua procura, o que levou algum tempo. Joe a reconheceu ao lado de uma prateleira com suculentas, com um borrifador nas mãos e os fios ruivos presos em um rabo de cavalo.

— Megan? — Joe chamou. Ela ergueu os olhos para ele.

Joseph sentiu o coração pular dentro do peito com o ínfimo olhar. Ela abandonou o borrifador e esfregou uma mão na outra, deu alguns passos em sua direção.

— Joseph, está tudo bem? — franziu levemente a sobrancelha.

Joseph viu em Megan toda a calmaria que ele não tinha naquele momento, mesmo que isso não fosse verdade, e provou um resquício amargo da ideia de que ela era indiferente a ele. Ele notou então, enquanto a olhava, que não tinha ideia do que dizer. Não sabia exatamente o motivo de estar ali ou porque ligou para ela, Joe funcionou no automático.

Os olhos azuis da garota queimavam a sua pele à espera de uma resposta, mas tudo o que ela recebeu foi o dar de ombros e o suspiro derrotado de Joseph.

Petricor| RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora