Chapter 37

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Cansaço era o que resumia Brunna naquele momento. Sua maior vontade era ter corrido para a casa de Ludmilla e acertado as coisas, contudo, cansada do jeito que estava não resolveria nada. Ela havia trabalho duas horas mais, tentando se esquecer de seus próprios problemas enquanto ajudava seu paciente. Sem contar que perdeu um bom tempo lendo os papéis que assinou para sua contratação.

Enquanto jogava sua chave na mesinha de canto na sala, se surpreendeu ao ver Patrícia abraçada com Larissa, assistindo filme.

-- Sem sexo? -- Brunna indagou surpresa. -- Esse dia está mesmo estranho. -- Brunna disse, fazendo Patrícia rir.

-- Acho bom não descer para beber água durante a madrugada, pois nos verá até de cabeça para baixo. -- Patrícia disse, fazendo Larissa enterrar o rosto no travesseiro, tamanha era sua vergonha.

-- Não se preocupe com isso, pois pretendo desmaiar hoje. -- Brunna disse, subindo as escadas e indo direto para seu quarto.

Ela tomou um susto assim que viu, sobre sua cama, o corpo de Ludmilla. A menina estava abraçada em seu travesseiro e lhe olhou tristemente.

-- Desculpe ter gritado? -- Ludmilla pediu, fazendo Brunna amolecer na hora e se aproximar da cama, se ajoelhando no chão para ficar cara a cara com sua namorada.

-- Eu que devo me desculpar. -- Brunna disse baixinho. -- Você vai dormir aqui hoje?

-- Se você deixar... -- Ludmilla disse receosa e Brunna sorriu.

-- Não seja boba, você pode dormir comigo sempre que quiser. -- Disse. -- Posso ir tomar um banho para conversarmos? -- Ludmilla assentiu, sentindo os lábios de Brunna tocarem a pele de seu rosto antes de ir para o banheiro.

Assim que Brunna saiu do banheiro ela viu que Ludmilla havia se trocado; ela usava sua camisa branca larga que cobria suas coxas e, como estava deitada, Brunna podia ver que estava somente de calcinha por baixo. Não pode deixar de sorrir com a fofura da cena, se enfiando em sua calça de moletom e em uma camisa qualquer de dormir antes de engatinhar na cama até sua namorada.

Ludmilla se enroscou em seu corpo e se acomodou, virando o rosto para encará-la.

-- Eu estraguei seu aniversário, Bu. Me desculpe. -- Ludmilla disse baixinho. -- Eu não sei o que deu em mim. -- Brunna riu suavemente e deu um beijo em sua têmpora.

-- Isso se chama TPM, amor, e todas temos. -- Brunna disse, mordendo o lábio inferior antes de falar novamente. -- Ou talvez seja você em sua fase rebelde. -- Brincou antes de suspirar. -- Eu realmente fui tão superprotetora assim?

-- Sim, mas você não tem culpa. -- Ludmilla esclareceu.

-- Claro que tenho, eu deveria...

-- Não, Bu. -- Ludmilla a silenciou, levando o dedo indicador até seus lábios. -- Você não é adivinha, não poderia adivinhar que isso me incomodava. -- Disse encarando as orbes castanhas. -- Eu jamais te disse.

-- Conversou com sua mãe, não foi? -- Brunna perguntou franzindo os olhos e Ludmilla riu, assentindo.

-- Ela é muito boa em dar conselhos. -- Ludmilla disse e Brunna concordou.

-- Vamos fazer um trato? -- Brunna sugeriu e Ludmilla franziu o cenho. -- Você me diz quando algo te incomoda e eu te ensino a dirigir. Que tal? -- Os olhos de Ludmilla brilharam com aquela proposta.

-- Você jura? -- Ela perguntou animada e Brunna riu diante de tanta empolgação.

-- Juro. -- Disse, sentindo os lábios de Ludmilla tocarem os seus docemente.

-- Eu te amo, te amo, te amo. Muito, garota. Argh. -- Ludmilla disse antes de abraçar Brunna fortemente.

-- Eu também te amo muito. -- Respondeu sorrindo.

-- Mas o Rodrigo vai emprestar o carro? -- Ludmilla perguntou confusa. -- Podemos pedir para minha mãe p...

-- Não. -- Brunna a cortou. -- Amanhã cedo você vai comigo à uma concessionária. -- Brunna informou. -- Está na hora de eu comprar meu carro e preciso de sua opinião nisso.

-- Minha opinião? -- Ludmilla perguntou surpresa.

-- Claro. Você tem bom gosto, além do que, eu sou péssima em escolher. Me apaixonarei por uns quinze carros e não me decidirei entre nenhum. -- Disse rindo baixinho. -- Está disposta a me ajudar?

-- Sim. -- Ludmilla replicou animada. -- Fiquei triste por ter brigado com você. Eu não gosto disso, Bu.

-- Eu também fiquei, amor. -- Brunna disse, acariciando a cintura de sua namorada respeitosamente. -- Como veio, à propósito?

-- Peguei um táxi.

-- Avisou sua mãe? -- Ludmilla assentiu. -- Ótimo, não gosto de deixá-la preocupada.

-- Nem eu. -- Ludmilla disse.

-- Sabe que eu tenho uma novidade? -- Brunna disse sorrindo.

-- Como eu saberia? -- Ludmilla brincou e Brunna riu, semicerrando os olhos.

-- Hey, você não era assim. -- Brunna disse e Ludmilla deixou um beijo em seu rosto.

-- Vamos, me diga. -- Ludmilla disse ansiosa.

-- Bem, Mateus conseguiu que eu me formasse antes do prazo, então agora vou receber para ir para o hospital.

-- Jura? Ele tem um coração, afinal. -- Ludmilla disse rindo e Brunna assentiu.

-- Sim, mas não estou interessa em falar dele. Que tal me dar alguns beijinhos para me curar da dor que senti por termos brigado, hm? -- Brunna sugeriu e Ludmilla sorriu.

-- Também doeu em mim. -- Ludmilla avisou.

-- Então terá que me dar o dobro de beijinhos, assim curará as duas. -- Brunna disse.

-- Sinto que você está tirando vantagem de um ser humano inocente igual eu. -- Ludmilla brincou.

-- Nem vem com seus joguinhos mentais, hm? -- Brunna disse sorrindo. -- Já entendi que não é tão inocente assim.

-- Que calúnia! -- Ludmilla disse fingindo aborrecimento e iria dizer algo, porém Brunna a calou com um beijo.

-- À propósito... -- Brunna sussurou contra a boca de Ludmilla. -- Ainda falta alguns minutos para acabar meu aniversário, então você não estragou nada. -- Ludmilla sorriu ao ouvir aquilo.

-- Tenho que te dar vinte e três beijinhos. Um para cada ano. -- Ludmilla disse e Brunna assentiu.

-- Já pode começar... -- Brunna sugeriu com uma sobrancelha arqueada e Ludmilla se inclinou.

-- Um... -- Disse, após dar um demorado selinho em Brunna. -- Dois... -- E parou ali, afinal Brunna pediu passagem com a língua, transbordando alegria por tudo ter voltado a ficar bem.

-- Assim não vou acabar nunca. -- Ludmilla disse arfando assim que o beijo se encerrou.

-- Essa é a intenção. -- Brunna disse rindo.

Ludmilla não descumpriu sua promessa, deixando vinte e três beijos em Brunna, antes de namorarem mais um pouquinho e finalmente caírem no sonho, abraçadas e satisfeitas.

Em um Piscar de Olhos (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora