Capítulo 4

6.9K 535 87
                                    



Sabe aqueles momentos em que a sua cabeça cria milhares de suposições. Sempre acontece a menos catastrófica, e você se condena por ter imaginado o pior. Porém, eu não estava com tanta sorte.

— Será que o rei estava espancando a serva por um simples erro? Como ele pode ser tão maldoso? — Digo entre sussurros.


Quando ouço um tapa e um gemido de dor, não me contive e abrir a porta por impulso, me arrependendo logo em seguida. Lá estava ele, a torturando, mas não da forma que eu pensava.

A mesma serva que o Arthur estava disciplinando mais cedo se encontrava completamente nua e com os seus punhos amarrados nas costas, sentada de quatro no chão, com o seu quadril totalmente levantado para cima. Quando subo o olhar e vejo o rei, me olhando sério. Ficando possuído de ódio, apertando com força o chicote que tinha em suas mãos. Sentindo a sua ira chegar ao meu corpo como uma onda de calor, percebo que ele também estava nu. Fecho a porta rapidamente, totalmente assustada, saio correndo do local ouvindo meu nome ser chamado por ele várias vezes. Correndo sem parar, me esbarrando com uma senhora que me diz:


— Princesa o que está a fazer nesse lado do castelo? ele não pode ser frequentado se não houver um motivo urgente ou a autorização do rei! — ela fala inconformada com o meu atrevimento.
— Ma-mas eu... eu não sabia desta regra – Digo ainda eufórica
— Oh pobre criança, calma, não precisa ficar tão nervosa assim, se o rei não lhe viu é somente não repetir o erro. — Tenta me confortar, falhando com isto.
— Entendo senhora, não irei repetir, obrigada! — Falo me retirando de lá o mais rápido que pude.


Entro no meu quarto rápido e coloco a mão sobre o meu peito. Respiro fundo, tentando me acalmar, porém logo tomo outro susto.


— Ra-rainha? — Tento me comportar melhor.
— Olá Anya, espero que agora possamos ter um momento mais recluso dos outros, um momento somente nora e cunhada. – Desconfio da sua bondade e boas intenções, mas me sento ao seu lado no sofá que se encontrava no meu quarto.
— Me falaram que hoje você conversou com meu filho, como estão se relacionando? — Me diz serena e com classe.
— Nos damos bem! seu filho é o marido que qualquer uma sonharia em ter!
— Eu sei, criei-lhe para ser o melhor em tudo! Assim como o pai. — Logo me lembro, o rei trai a rainha e eu virei testemunha dos seus erros, certamente agora ele irá me matar.
— Princesa? — me tira dos meus pensamentos.
— Perdão, estava pensando sobre o futuro. — Não minto.
— E deve pensar muito mesmo! todo o meu reino estará em suas mãos, e quero garantir que não estou fazendo uma escolha precipitada. Você é a melhor opção, mas não a única. Não se esqueça — Fala séria.

— Farei o possível para agradar-lhe como nora e futura rainha, sendo parecida com a majestade. Peço que me ensine e ajude-me a melhorar meus modos tão Albanos. — Digo tudo contra a minha vontade, sabendo que quando me tornasse rainha, pouco importaria se ela gostasse de mim ou não, mas até lá, teria que agradá-la de todas as maneiras.
— Muito bem, começamos correto. Até agora gostei muitíssimo de você, espero que continue com tal impressão. – Pega minha mão — Nunca tive uma filha, espero que com você, possa ter uma experiência parecida.


A olho surpresa, e ao mesmo tempo com pena. Apesar de ser dura e autocrata, demonstrou um pouco de simpatia e carinho. Seguro sua mão com mais força e sorrio a ela, que retribui, se despedindo e saindo de meu quarto. Fico na mesma posição por um tempo, perdida em meus pensamentos que estavam tão confusos sobre o que fazer. Porém, eu já sabia a resposta. Ficar calada e fingir que não vi nada, pois nada adiantaria, a rainha nunca poderia se separar do rei, ou seria apedrejada por todos, inclusive por ele.


— Hann... — Suspiro — Muitas emoções no segundo dia não é mesmo? — Pergunto a mim mesma.
— Sério? E quais foram? — Diz Ana chegando no quarto com o meu pijama lavado e perfumado em suas mãos.
— Não sei se posso lhe contar Ana...- Já sabendo que não conseguiria esconder dela.
Minutos se passaram e havia lhe contado tudo que aconteceu, sua expressão está pensativa, e logo lhe pergunto.
— Porque tão calma?
— Eu já imaginava que um homem com os ideais do rei, fazia coisas desse tipo. Deve trai sua rainha com todas as empregadas do castelo. – Diz tirando minhas vestes e me transmitindo inconformidade.
— Mas como ele ousa, Ana! Não tem modos e muito menos caráter, isto é um absurdo deplorável – Fico indignada
— Terminei de lhe despir, vai tomar banho perfumado?
— Sim. – Me dirijo a banheira.
— Princesa, me desculpe a ousadia em falar um absurdo desses, mas...- Abaixa o olhar — Será que seu príncipe obtêm o mesmo caráter?
— Será... — Fico pensativa e abraço minhas pernas em sinal de reprimissão.
— Esqueça o que eu lhe disse princesa, vai ser muito feliz com o príncipe, não me escute. — Fala arrependida
— Está tudo bem Ana, vá para os seus aposentos que eu terminarei aqui e me vestirei sozinha. Precisa descansar. — Sorrio, me acomodando na banheira.
— Com licença.


Fecho os olhos, ouvindo as portas se fecharem, ficando muito tempo na água, pegando em um sono profundo. Abro meus olhos e percebo que se passou horas e já deveria ser madrugada. Levanto-me muito perfumada por ter ficado mais do que o necessário, me enxugo e pego o roupão com tecido fino e transparente. Meus cabelos molhados estavam a grudar em minha pele que também estava úmida. Vou ao quarto e tudo estava escuro, sendo iluminado apenas pela à luz da toalete. Ando em poucos passos quando sou puxada para perto de músculos grandes e fortes, que exalavam uma masculinidade presente.


— Se banhando a essa hora alteza? — Uma voz grossa próxima a mim me permitiu reconhecê-la me deixando sem acreditar.
— Re-rei Arthur? — Digo a livrar meu braço de suas mãos. — O que estas a fazer em meus aposentos a esta hora? Não tem disciplina? — Ouço sua risada presunçosa e ele vem até a luz.
— A princesa quer ensinar-me a ser educada?... — Ele para de falar e abaixa seu olhar de meus olhos, indo direto aos meus seios que estavam acesos pelo frio, aparecendo nitidamente pela a transparência do roupão. Logo, noto sua feição curiosa e sua boca entre aberta, parecia que logo iria tomar alguma iniciativa precipitada.

— Como ousa... — sussurro em um tom audível e viro-me de costas, indo em direção aos lençóis a qual me cobriria, mas uma mão forte agarra meus cabelos e os puxa para trás com muita força, me fazendo fica ofegante.
— Como ousa virar-me as costas enquanto ainda falo... — Diz com sua boca perto do meu ouvido. Para de falar novamente e cheira os meus cabelos que estão próximos, me fazendo falar.
— Solte-me senhor por favor... — Rendida, querendo somente sair daquela posição

Como cheguei nessa situação?

O rei tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora