Capítulo 14

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Com o coração batendo forte, chego no quarto. Fecho as portas e corro para pegar algum móvel que seja relativamente pesado e coloco na porta, logo pego outro móvel de igual peso e coloco na porta que ligava meu quarto com o de Ana. Paro no meio do quarto, colocando a mão sobre o peito para que, na tentativa falha, acalmasse minha respiração ofegante. Caio de joelhos no chão, pois já não aguentava mais tamanho tremor nas pernas. Lágrimas desesperadas tomam conta dos meus olhos, escorrendo sobre o rosto. Como ele ousou me bater? Como ele pode?
Meu coração estava tão triste que não conseguia mais esconder. Arthur causa muitos efeitos sobre mim, geralmente são ruins. Eu tenho que sair daqui, não posso mais, em sã consciência, me deixar ser levada por este homem. Cada minuto perto dele está me fazendo duvidar de mim mesma. Cada palavra sua dirigida a mim, está tendo o poder de me deixar feliz e desejada, assim como pode me deixar querendo morrer. Minhas lágrimas são engolidas quando alguém tenta abrir a porta.


— Abre isto agora, Anya — Meu maior pesadelo fala.
— Me deixe em paz!! — Grito desesperada e rouca.


Fico levemente aliviada quando não ouço mais nada, espero para ter certeza de que ele foi embora e me levanto, indo em direção a cama. Subo nela e, aos choros, começo a tirar os acessórios que estavam em mim. Deito-me na cama limpando minhas lágrimas.


— Por que não abriu a porta? — Arthur estava em pé do lado da minha cama.
— Como você entrou? — levanto-me assustada.
— Do mesmo jeito que entro, praticamente, todas as noites. Portas secretas. — Fala dando pequenos passos para perto de mim.
— Fique longe de mim — Digo dando pequenos passos para longe dele.
— O que você estava fazendo dentro dos aposentos do rei James? — Fica cada vez mais próximo.
— Ouvir gritos da minha serva e fui ajudá-la
— E decidiu ficar por lá, mesmo depois dela sair? — Chega na minha frente com as mãos para trás, permitindo que eu sentisse sua respiração pesada.
— Eu não fiz nada de errado, ele me prendeu lá. Não fizemos nada Arthur. — Fico trêmula.
— Se eu acreditasse seria um tolo! — Diz pegando meu maxilar com uma de suas mãos e apertando — Diga o que você estava fazendo lá?
— Eu juro, estou falando a verdade — No mesmo minuto que falo isso ele se distância de mim rapidamente.
O rei furioso, derruba tudo que estava próximo. Meus perfumes, os bancos, as cadeiras.
— Você não pode beijar ninguém Anya! — Diz indo em minha direção como um louco — Nunca! — Da um murro na parede que estava atrás de mim, próximo ao meu rosto. Com essa atitude eu começo a chorar e tremer de medo, pois sei o quanto ele queria que esse murro fosse em mim. Então ele se silencia, começa a respirar fundo em busca de se tranquilizar.

— Como você fez isso, princesinha?


Arthur coloca sua mãos atrás da minha nuca e a puxa para o encontro de seu rosto. E assim, damos um beijo, molhado pelas as minhas lágrimas. Ele me beija com tensão e me abraça.


— Eu não consigo — Digo elevando o choro — Sobreviver a suas mudanças de humor. — Falo o empurrando levemente para longe de mim e saindo de perto dele.
— Como? — Diz com sua feição surpresa.
— Eu não aguento mais ficar aqui Arthur. Praticamente todo dia acontece algo em que acaba comigo chorando ou querendo ir embora. Desde que me mudei para cá, já não consigo respirar direito. — Falo sem cessar — Você toma meu ar! Eu não consigo respirar direito quando estou perto de você. Estar com você está me fazendo mal. Não poderei me casar com o seu filho, nós tendo essa relação. Eu não sou sua amante e não quero ser. Então, rei, eu irei embora ... — Vejo seus olhos ficarem mais atentos — ...Voltarei para meu reino e esquecerei que um dia lhe conheci.


Falar aquelas palavras se tornaram murros no meu estômago. Não conseguia mais dizer nada, já que toda a minha coragem havia acabado.


— Então você quer ir? — Diz se aproximando — Voltar a Albana?
— Sim! — Afirmo, o olhando nos olhos.
— E irá me esquecer? — Aproxima seu rosto do meu.
— Será fácil! — Digo tentando acreditar em minhas palavras.
— Será? — Pergunta indo em direção ao meu pescoço dando beijos delicados.
— Vá embora por favor — Sabia que ele tentaria me seduzir.
— Se fosse o que você realmente quisesse, talvez eu iria.


Então, ele tira a cabeça do meu pescoço e deposita um beijo apaixonado nos meus lábios. Pegou em meus cabelos, fazendo carinho.
O sentimento que esse beijo me deixou, fez cair uma última lágrima dos meus olhos. Já que depois que eu disse tudo aquilo, me imaginei tendo realmente essa coragem. Ir embora daqui e não me importar com as consequências. Meu peito doeu, em imaginar ficar longe dele. Se eu o esquecesse, meus problemas sejam resolvidos, mas como esquecer? Seria impossível. Sessando nosso beijo, ficamos somente com as nossas testas coladas.
— Amanhã você irá visitar seus pais, em um chalé. Enviarei uma carta que chegará antes do sol nascer e assim, espero que amanhã você não chore. —
Meus olhos ficam surpresos e levanto meu rosto, uma esperança e felicidade vem sobre mim.
— Obrigada! — Digo aos sussurros.
— Vai deitar-se, amanhã saíra antes da hora do meio-dia. — Me retiro de perto dele, indo ao encontro da cama, me deitando. Eu estou exausta. Arthur assopra as velas que iluminavam o local. Depois que terminou, veio até a cama e se deitou.
— Vai dormir aqui de novo? O que a rainha vai falar?
— Não durmo no mesmo quarto que a rainha faz muito tempo. — Diz me trazendo para perto de si.

Láestava eu, novamente, posta sobre o seu peito, que já estava se tornando o meumelhor travesseiro. Sentindo o cheiro do seu perfume, que já virou a melhoressência.

O rei tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora