Capitulo 34

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Você consegue me ver? Estou deitada sobre a lama que me suja, ao lado de corpos carbonizados. A chuva repousa graciosamente pelo meu rosto, fazendo-me sentir paz. Meus olhos olham ao céu escuro, mas que claramente me permita ver os dragões voando sobre mim, entre eles o meu predileto. Minha respiração estava calma e um sorriso de alegria veio sobre meu rosto. Eu sei que deveria me levantar e ir ao encontro dos outros, mas... precisava desse tempo. O som dos trovões e da chuva estavam me ajudando a processar que ainda estava viva. Ainda teria mais tempo, e não iria desperdiçá-lo mais.

Consegue ver a minha felicidade?

Fecho os olhos e um sorriso tímido aparece. Ouço quando os dragões partem. Sim. Ele me salvou, nos supostos minutos finais da minha vida, Amaru o incendiou por completo. Isso que eu chamo de presente de coroação. Pena que não o verei mais, ele encontrou a família dele. Estava na hora de voltar para a minha. Levanto minhas mãos e coloco sobre a minha barriga, já sabendo desde o que dia aconteceu. Já imaginei, com medo, tendo um filho do Arthur. Mas agora, não acho que poderia vir em um momento melhor. Estávamos preparados para vivermos juntos pelo resto de nossas vidas! Abro os olhos e levanto, olhando para minha direita, onde se encontrava a cidade destruída. Ando mancando até ela, e quanto mais me aproximo mais consigo ouvir os gritos deles. Chamando pelo meu nome, fazendo-me apressar os passos. Quando entro na cidade e o olho, estava com as mãos no rosto. Paro e o observo, tudo que eu queria era o beijar. Então ele é alertado sobre a minha presença e me olha.

— Vencemos! — Digo sorrindo.

Todos comemoram, porém Arthur parece não acreditar que eu estava a sua frente. Minhas pernas tremem para se manter em pé e ele vem no momento certo, correndo até mim e me abraçando bem quando não aguentava mais a dor. Nosso abraço esquentou meu coração e finalmente me beija no meio daquela chuva teimosa.

— Eu te amo — Diz confiante.
— Nós também te amamos. — Falo.
— Nós? — Começou a rir — Não vejo Amaru.
— Não me referia a ele... — Falo olhando para minha barriga.

Seu olhar surpreso entrega o nervosismo, me fazendo ficar tensa. Mas todas as perguntas somem quando ele abre um sorriso e me levanta do chão, abraçando-me e rodando. Comemorando a maior notícia que eu poderia da. Parece um sonho que se tornava realidade. Ele me coloca novamente no chão e se vira aos outros.

— Vamos voltar ao nosso lar!

Todos sorriem estonteantes. Assim começamos a andar até os cavalos que ainda estavam vivos. Subo em cima de um, porém sem força para cavalgar, Arthur se senta atrás de mim e pega a direção. Me deito sobre seu peitoral enquanto cavalgava. O céu começa a abrir e o sol brilhante nos iluminam. Cessando a chuva e vindo o calor, clareando as folhas verdes e úmidas. O cheiro da plantação molhada era tão gostoso e prazeroso.

Depois de longas horas, chegamos próximo ao castelo. Onde se encontra todos a porta. Al ao lado de Ana. James abraçando Carolina. Assim que perceberam que nós aproximávamos, eles começaram comemorar, outros choram, como Ana. Arthur desce do cavalo e me ajuda a fazer o mesmo. Ana corre ao meu encontro me abraçando e chorando.

— Você voltou. — Fala entre soluços.
— Você já me viu lutando antes enquanto viajávamos... — Retribuo o abraço — ..., mas não importa quantas vezes eu parta, sempre que volto, você chora. — Se afasta do abraço e sorri, não conseguindo responder pela voz chorosa. Logo vem os outros, para nós cumprimentar e parabenizar pela vitória.

— Temos um comunicado a fazer! — Digo alto e todos param para me escutar. — O reino de Albana e Glinder irão se unir em um só! E comemoraremos o casamento de James e Carolina, antes que a próxima chuva venha a descer sobre nós! — Proclamo e aponto para o casal de mãos dadas. Uns comemoram e outros entranham a repentina novidade.
— O comunicado mais importante não são esses — Diz Arthur que na abraça de lado. — Um novo herdeiro virá! — Toca em minha barriga.

Consigo pegar as melhores reações que minha memória poderia guardar. Todos de bocas abertas e totalmente pegos de surpresa. James sorri para Carolina e a mesma, levanta os braços para abraçá-lo. Olho para Arthur, que já estava olhando para mim. Nossos olhares apaixonados se unem e o abraço.

— Eu serei sua. — Sussurro.
— E eu serei seu...

O rei tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora