Capitulo 31

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O modo como você acorda pode definir todo o seu dia. Nessa madrugada eu despertei e não conseguia voltar a dormir, meus olhos somente olhavam para o teto e o meu coração ficou apertado. Meus pensamentos me condenavam e a ansiedade me maltratava. Enquanto convivia com os vikings, os vi sofrendo nas mãos daqueles crápulas. Consequentemente, começou a crescer uma revolta dentro de mim, que me fazia querer esmagá-los com minhas próprias mãos.
Suspiro e olho ao meu lado, onde está o homem que amo. Porém, sem rodeios, levanto-me da cama e coloco a armadura de guerra feita especialmente para o meu corpo.

Olho-me no espelho e veio uma sensação indispensável para que eu ficasse viva. O medo. Sinto ele tão forte nesse momento que quase poderia tocá-lo. Ele foi quem me salvou diversas vezes de morrer. O homem que não tem medo, é um homem morto.
Saio do quarto sem acordar Arthur. Não quero que ele tente me impedir de lutar, poderia até entendê-lo, não era comum as mulheres irem a guerra. Vou até os soldados que já deveriam estar se preparando. Todos estavam afiando suas armas e alguns ainda pondo a armadura.

— Está quase na hora — Digo firme e todos se levaram, me olhando — Quem já está pronto, venha até mim para que preparemos os cavalos.

Assim saio do local de treinamento e ando a caminho dos estábulos, sendo seguida por um grupo de homens. Chegando lá, cada um pega seus respectivos cavalos e os monta. Entre todos, eu escolho o corcel preto, que exalava força e era feroz. Andamos até a estrada que nos levaria a Ascaba, mas paramos para esperar os outros grupos. Viro meu cavalo para trás e os vejo chegando, homens andando a pé e outros a cavalo.

— Vikings majestade? — Diz um soldado qualquer.
— Essa guerra é deles soldado — O repreendo por sua indignação.

Eles se aproximam e logo o líder deles vem a mim com um sorriso no rosto, pois realmente cumprir com a minha palavra. Minutos depois, vemos os outros soldados liderados por Arthur vindo a cavalo para se juntar a nós.

— Por que não me acordou? — diz Arthur com seus cabelos desalinhados.
— Tentaria me impedir — Viro o meu cavalo para a estrada e começo a cavalgar.
— Eu já desistir de fazer isso — Fala com um sorriso colocando-se ao meu lado.
— Não está esquecendo de nada rainha? — Diz o Viking.
— Olhe para o céu — Digo olhando para a frente. Então quem me ouviu, direcionou seu olhar para cima e viu o dragão que antes que era pequeno, agora praticamente em sua fase adulta.
— Incrível como cresceu — Diz Arthur.
— Incrível foi como se afeiçoou a mim, por estar longe da mãe.
— Não por muito tempo — Ouço o líder falar. O percurso para a cidade de Ascaba estava próximo e já poderíamos ver o seu castelo de longe, obtendo uma surpresa inesperada.

— Não acredito — Digo pausadamente parando meu cavalo.
— Eles estão indo ao nosso reino. As tropas já estão partindo. — Diz Arthur — Parece que não foi a única a querer fazer uma surpresa. — Debocha.
— Isso é melhor do que o planejado... — Sorrio — Vão emboscá-los! Eu e Amaru cuidamos da cidade.
— Como é? — Arthur se exalta — você irá para a cidade sozinha?
— Nada terei que fazer, meu amado — Assovio chamado Amaru, que me acompanha — Vá e se livre dos homens. Quando estiver acabado, volte para mim — O olho quase pedindo para que me forçasse a desistir — Venha me salvar — Falo dando partida no cavalo o mais rápido que pude.

O medo queria me fazer desistir. Já não era uma guerreira que lutava pelas pessoas que me ajudavam como foram os últimos 2 anos. Eu tinha um povo a quem lutar. Uma responsabilidade sobre cada vida que estava montada naqueles cavalos a qual me distanciava. Isso me colocava medo. Paro o cavalo próximos ao reino, me escondo atrás de uma arvore junto ao dragão.

— Agora é a sua vez, Amaru — Falo colocando-o no chão da minha frente. Porém, nada ele fazia. Apenas olhava para mim. — Desculpe. — digo sentindo pena.

Então pego minha espada e seguro o rosto dele para o outro lado, para que não cuspisse fogo em mim como forma de defesa. O machuco com um corte leve, mas suficiente para ele fazer qualquer tipo de som. Soltando fogo de sua boca, que queimava toda vegetação próxima a nós. Quando ouço um som ensurdecedor de dragões adultos, passo a mão no ferimento.

— Perdão ...perdão... — Repito na esperança que me entenda.

Sinto a terra tremer, pegando Amaru em meus braços. Correndo com ele para os portões do castelo Ascaba. Paro bruscamente quando vejo guardas que guardam os portões da cidade virem até mim com suas armas, largo o dragão no chão e tiro minha arma os desafiando. Começo a lutar com o primeiro que chega e o som de nossas armas se batendo me faz ficar eufórica. Quando o segundo guarda vem, o empurro, lhe dando um chute, mas este se levanta sem perder tempo e vem até mim. Fecho os olhos quando vejo a luz do fogo que cai sobre ele, o transformando em cinzas. As chamas de Amaru já eram fortes. Um sorriso vem ao meu rosto e logo dou um corte profundo no braço do meu segundo inimigo que se ajoelha de dor. Sem piedade, atravesso minha espada em seu peito, parando sua dor. A tiro suja de sangue e corro até o portão com Amaru voando ao meu lado.

— Que bom que me perdoo — Digo eufórica — Agora precisamos lhe colocar dentro da cidade antes que...  — paro de falar e olho para o chão, onde possuía uma sombra de um dragão adulto, sobrevoando nossas cabeças — Chegou na hora, mamãe — Ironizo. Quando passo pelos portões, paro e olho para os cidadãos que me olhavam assustados.

— Quem quiser viver — grito — Abandone agora a cidade. — Coloco um sorrio maldoso em meu rosto. — Ou morra!

Uns se assustam e começam a proteger seus filhos, outros, mais inteligentes, correm para casa pegar seus pertences. Vejo soldados se aproximando e tento pensar em uma solução rápida. Porém, eles param e me olham assustados, o que me faz franzir a testa. Quando me viro lentamente para trás, vejo um dragão enorme perto de mim. Fico estática. Todos começam a correr, o agitando e fazendo-o cuspi fogo em uma casa. Aproveitei a oportunidade e corro. Me sento no chão, atrás de uma casa. Olho para os céus que estão repletos de dragões furiosos, provavelmente em busca do Amaru.

— Ótimo! — Digo me lembrando de um detalhe — Penso em como destruir a cidade, mas não como sair dela! — Bato minha mão aberta em minha testa em sinal de reprovação.

Muitos gritos são ouvidos e casas pegando jogo,mas os soldados de Eliot estavam resistindo com firmeza fazendo-me ter quetomar alguma iniciativa. Olho para o meu lado e vejo um arco com flechas nochão ao lado de um corpo carbonizado. Levanto-me e corro até a arma, a pegando.Subo uma escada que me levaria ao topo de uma torre de vigilância, onde ossoldados de Ascaba subiam para vigiar o povo e os outros lados do portão.Quando chego, preparo-me com a flecha pronta para ser dispara. Vejo soldadosreais resistindo ao dragão, tentando o acorrentar. Assim vai minha primeiraflecha. Logo vai a segunda e assim por diante. Cada alvo foi atingido comsucesso. Vejo Amaru voando até mim.

— Se esconda — O pego abaixando sua cabeça. Se os outros dragões o vissem comigo, oúnico alvo seria eu.

O rei tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora