Guerra de Sangue (Kakashi - Sasuke - Neji)

O aniversário

Olhando pela janela, o clima frio é amenizado pela lareira acesa que aquece e ilumina. Ouço o barulho da lenha queimando, enquanto vejo uma garoa fina batendo no vidro da janela. Tento me aquecer com o cobertor que eu tenho sobre meus ombros.

Sinto uma mão fria escorregar por dentro da minha blusa e tocar a minha barriga, dou um sorriso, sei exatamente do que se trata.

Me virando na direção de quem me abraça, eu vejo Sasuke sorrindo, enquanto me segura pela cintura, seus olhos negros exalam sensualidade.

Se aproximando, ele beija a minha boca romântico, sinto a pressão da sua mão me trazendo contra seu corpo.

*tudo fica escuro*

Me vejo em um quarto elegante, as cortinas cobrem a luz do sol lá fora, Sasuke chora sobre mim, com sua boca ensangüentada, ele olha as mãos e me abraça em seguida.

"Me perdoe, por favor", eu leio em seus lábios.

Desperto mais uma vez com uma dor no peito, uma angústia. O sol já estava alto, era domingo e eu teria um dia inteiro só pra mim, pego o celular, são 9:30 da manhã, me jogo na cama novamente.

— Neji — Lembro dele e dou um pulo da cama, correndo para o banheiro.

A água cai no meu cabelo, que ainda tem grampos do penteado que Ino fez, eu lembro dos acontecimentos da noite anterior.

Saindo do box, limpo o vapor que embaçou o espelho com a mão e vejo o ferimento na testa, um corte grande que acompanha o hematoma da batida.

— Droga, como eu vou sair com alguém assim — Eu me sentia horrorosa e triste.

Pego um bandaid e coloco gentilmente sobre o corte que não é profundo, apenas extenso.

— Tem que servir — Faço bico

10:01 o interfone toca, ele é pontual. Desço as escadas tentando me acalmar.

Pela porta de vidro eu o vejo em pé na frente do carro, ar descontraído, mãos nos bolsos, o coque lenhador que deixava ele irresistível.

— Oi — Sorri gentil

— Olá — Ele fala sereno — Como você tá? — Bem, só o corte que arde um pouco — Sorri sem graça

Ele se aproximou e levantou o meu rosto olhando o curativo, de baixo, eu notei que eu alcançava até o seu queixo, ele é bem alto.

— Aquele idiota, eu devia ter batido mais nele — me olhou sério.

— Não se preocupe, deixa isso pra lá — Eu retirei sua mão do meu queixo, mas ele continuou segurando-a.

— Vamos então — largou a minha mão e sorrindo abriu a porta do carro.

Seguimos para o parque que ele havia mencionado.

Era um lindo lugar, um parque imenso com um lago repleto de pedalinhos. O clima estava agradável, o vento fresco massageava o meu rosto e o cheiro das flores que brotavam nas árvores era maravilhoso.

— Obrigada por me trazer aqui, eu estou a mais de duas semanas na cidade e ainda não fui a lugar nenhum — sorri colocando o cabelo atrás da orelha.

— A cidade é pequena, em pouco tempo você conhecerá tudo — disse sorrindo com sua voz grave, porém serena.

Seu sorriso era lindo, Neji sempre estava sério, vê-lo sorrindo era bem raro, aproveitei o momento.

— E a sua família? Devem estar sentindo muita falta de você — Ele parecia interessado.

— Com certeza, minha mãe me liga toda noite — Sorri lembrando dela.