– Baby.
– Não me chame assim. – eu digo e puxo meu rosto da mão dele.
Abro a porta e saio, precisando respirar, me sentindo claustrofóbica dentro do carro. Ouço quando a porta dele se fecha e escuto seus passos até ele estar parado ao meu lado.
– Eu sinto muito, Summer, eu só...
– Por que? – pergunto. – Por que mentir para mim esse tempo todo? Por que fazer isso?
Ele balança a cabeça em negação e segura meu rosto com as duas mãos agora.
– Eu nunca menti para você.
Eu quero gritar, quero dizer que ele é a porra de um mentiroso.
– Eu estava bem, sabia? Estava tudo bem para mim só um caso. Eu não queria essa merda. Não precisava ter mentido.
– Summer, eu nunca menti para você. – ele diz outra vez, mas eu mal estou ouvindo. – Acredite em mim.
– Você me transformou em uma maldita bagunça esquecida por deus.
As lágrimas vêm em rajadas. Todas as lágrimas que eu segurei durante essa última semana, todo o choro guardado que eu tinha. Silenciosas, mas infinitas.
Eu estava bem. Querer era o bastante. Para mim, era o bastante. Ele não precisava dizer que me amava, ele não precisava sorrir daquele jeito para mim, ele não precisava confundir minha cabeça. Digo isso a ele. Grito isso a ele.
E James só fica parado a minha frente, segurando meu rosto, sem dizer nada, duas lágrimas mudas escorrendo pelo seu rosto perfeito.
– Olhe para essa patética idiota em que você me transformou. – sussurro.
Ele me abraça e ele cheira tão bem que eu não consigo afastá-lo. Choro em sua blusa, soluçando. E ele me deixa chorar. Me aperta mais forte, afaga meu cabelo, murmura sons de conforto. E tudo isso só me faz chorar mais ainda.
– Eu sabia disso, sabia que você estava mentindo, mas dói mesmo assim. Você nunca foi meu para eu te perder, mas por que dói tanto assim? – sussurro e quase não dá pra ouvir minhas palavras no meio dos soluços.
– Eu achei que sim. – ele diz e a voz dele é sofrida.
Engulo um soluço e encaro seus olhos.
– Eu achei que sim. – ele repete e outra lágrima escorre pelo seu rosto. – Eu nunca tinha me sentido como eu me sinto com você, Summer. Você me deixou tão ligado, tão chapado... mas eu ainda me sinto perdido. Ainda não é o bastante. E não é justo.
– Então você vai voltar para ela?
– Ela é meu porto seguro, entende? Ela é meu cardigã.
Eu não entendo, mas aceno com a cabeça. Ele me beija. Nossas lágrimas se misturam e isso só aumenta minha ruína. E ele sabe muito bem que por ele, eu me arruinaria um milhão de pequenas vezes. Mas James termina o beijo com um gemido de dor e vai embora, sem dizer mais nada.
É só quando eu não ouço mais o motor do carro dele que eu desabo no chão.
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Illicit Affairs
Short StorySummer não planejava ser a outra. Ela sempre disse que poderia desistir quando quisesse, mas ela acabou ficando envolvida demais nos encontros secretos em quartos bonitos, no sorriso de James, nas palavras sujas dele, nas noites de prazer que ele pr...