Capítulo 13

182 14 1
                                    

{Thiago}

Que merda!

Eu devia de começar a ter mais cuidado com as conversas que tenho na rua.

Apesar de a Marisa ser uma das minhas melhores amigas eu não tenho falando muito com ela ultimamente, porque ela tem estado muito ocupada com as aulas e com o trabalho, por isso ela ainda não sabe nada sobre o Daniel.

Sinceramente ainda bem que não contei-lhe nada sobre o Daniel, senão o Daniel iria ouvir mais coisas que não devia.

Para além de o Daniel ter ouvido que eu é que fiz com que o tipo molhasse-se ele também ouviu-me dizer para o Atila que eu dormia com a minha empregada.

O que ele deve estar a pensar de mim?

A Melissa era uma empregada interna ou seja ela dormia na minha casa.

Quando eu estava afim eu ia até ao quarto onde ela dormia e nós fazíamos sexo.

Sem ser a Melissa eu não tinha mais ninguém a trabalhar para mim, porque eu não gosto de estar rodeado de empregados.

Eu só contratei a Melissa porque ela cozinhava bem e assim eu tinha alguém para arrumar a casa e cozinhar para mim.

Eu sei cozinhar e fazer as tarefas domésticas, mas nem sempre tenho tempo para isso, já que ultimamente eu passo pouco tempo em casa, por causa das aulas e do trabalho, para não falar que eu tenho passado a maior parte das tardes no orfanato.

A Marisa também trabalha na empresa do Jorge e ela também é uma feiticeira.

Normalmente eu não importo-me com o que as pessoas pensam de mim, mas o Daniel é diferente.

Eu sei que o Daniel sabe como eu sou ou antes como eu era, já que há algum tempo que eu estou na seca.

No dia seguinte à tarde depois das aulas como de costume eu e o James fomos até ao orfanato.

- O Daniel? – perguntei ao Theo depois de o cumprimentar.

- Ele está no seu quarto a acabar de vestir-se. Ele já vem. – disse-me o Theo.

Depois o Theo e o James entraram no orfanato e deixaram-me sozinho.

Como eu estava aborrecido e sem nada para fazer eu revolvi ir dar uma volta pelo orfanato.

Eu estava a andar pelo orfanato quando eu vi a Júlia, a diretora do orfanato.

- Olá. Thiago, não é? – perguntou-me a Júlia quando chegou ao pé de mim.

- Sim. – respondi-lhe.

- O James já falou-me muito sobre ti. Será que podemos falar um minuto? – perguntou-me a Júlia.

- Eu acho que sim. – respondi-lhe.

Depois eu segui a Júlia até ao seu escritório.

Depois de entrarmos no seu escritório a Júlia fechou a porta e depois ela sentou-se numa cadeira atrás da sua mesa e depois ela fez-me sinal para eu sentar-me numa das cadeiras à frente da sua mesa e eu assim fiz.

- Então, queria falar comigo sobre o quê? – perguntei à Júlia depois de eu ter-me sentado.

Quer dizer, apesar de a Júlia ser a diretora do orfanato eu só a tinha visto de longe e nunca antes falei com ela, nem ela veio falar comigo antes.

- Eu queria falar sobre o Daniel. – disse-me a Júlia.

- Sobre o Daniel? Há algum problema com ele? – perguntei-lhe preocupado.

- Não, não é nada disso. – respondeu-me a Júlia.

- Então o que é? – perguntei-lhe.

- Eu tenho andando a observar-te e já vi como tu e o Daniel dão-se bem. – disse-me a Júlia.

- Sim, o Daniel é um bom garoto. – disse-lhe.

- Eu sei. Tenho a certeza que tu já ouviste falar sobre os homens que vem para adotar o Daniel tem todos segundas intenções, não é? – perguntou-me a Júlia.

- Bem, sim. – respondi-lhe.

- Então tu também sabes que até mesmo cá no orfanato há alguns garotos que tem segundas intenções em relação ao Daniel? – perguntou-me a Júlia.

- Sim. – respondi-lhe.

Há algum tempo o James acabou por contar-me que até mesmo cá no orfanato há alguns rapazes que tem segundas intenções em relação ao Daniel.

- Bem, eu pensei muito antes de vir falar contigo. – disse-me a Júlia.

- E porque veio falar comigo agora? E sobre o que exatamente quer falar comigo? – perguntei-lhe.

- Eu já era para ter falado contigo mais cedo, mas nunca tive oportunidade, para além disso sempre que vejo-te estás acompanhado pelo Daniel. – disse-me a Júlia.

- E que assunto é tão importante que precisamos de falar a sós? – perguntei-lhe.

- Bem, eu já vi como o Daniel está apegado a ti e ele precisa de alguém que cuide bem dele, dei-lhe carinho, que dê-lhe atenção, que dê-lhe amor, que o faça sentir bem-vindo... – disse-me a Júlia.

- A senhora está a sugerir que eu adote o Daniel? – perguntei-lhe a interrompendo.

- Isso mesmo. O Daniel precisa de alguém que cuide dele e aqui ele não vai encontrar nada do que precisa. – disse-me a Júlia.

- Eu... – comecei.

- Não digas nada agora. Pensa nisso. Se queres um conselho fala com o Daniel antes de falares comigo, mas não fales com ele antes de teres a certeza do que queres, se não vais dar-lhe falsas esperanças. – interrompeu-me a Júlia.

- Está bem. – disse-lhe.

- Tu és um bom rapaz e eu sei que se decidires adotar o Daniel vais cuidar bem dele e dar-lhe tudo o que ele precisa. Só há um problema se o decidires adotar. – disse-me a Júlia.

- Que problema? – perguntei-lhe.

- Tu és menor de idade, não és? – perguntou-me a Júlia.

- Bem, sim. – respondi-lhe.

- Bem, se tu decidires adotar o Daniel há uns papéis que precisam de ser assinados, mas como és menor de idade tem de ser outra pessoa a assinar os papéis por ti. – explicou-me a Júlia.

- Isso não é um problema. – disse-lhe.

- Sendo assim eu fico à espera da tua resposta. – disse-me a Júlia e eu assenti.

Depois eu despedi-me da Júlia com um aperto de mão e depois eu sai do seu escritório e fechei a porta.

O Lindo Rapaz do OrfanatoOnde histórias criam vida. Descubra agora