Capítulo 19

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{James}

Olá o meu nome é James, tenho 17 anos e eu considero-me bissexual.

Eu nunca fui capaz de enfrentar os meus pais.

Quando eles apresentaram-me a Moli e disseram que ela seria a minha namorada eu não fui capaz de dizer não.

Eu limitei-me a abanar a cabeça afirmativamente.

Eu pensei que esse namoro seria um inferno, até porque eu não sentia nada pela rapariga, aliás eu nem a conhecia, mas eu descobri que a Moli também não queria namorar comigo.

Ela contou-me que estava apaixonada por um rapaz chamado Pedro.

A Moli contou-me toda a sua história e a do Pedro e eu contei-lhe a minha história.

É verdade o que dizem, é mais fácil falar com uma pessoa que mal conhecemos do que com uma pessoa que conhecemos e que pode julgar-nos.

Eu e a Moli combinamos desde o início que seria só um namoro de fachada.

A Moli mostrou-se uma ótima amiga.

Nunca aconteceu nada entre mim e a Moli, ela sempre foi só uma amiga para mim.

Eu não tinha sentimentos românticos pela Moli e eu sabia que ela também não tinha sentimentos românticos por mim.

Mesmo quando eu e a Moli tínhamos de ir passar as férias fora com os meus pais e tínhamos de dormir no mesmo quarto e na mesma cama de casal, nunca aconteceu nada entre nós.

No início eu ainda disse que não importava-me de dormir no sofá do quarto ou mesmo no chão, mas a Moli disse que não importava-se de dormir comigo, na mesma cama.

Eu só contei ao Thiago tudo o que tinha acontecido quando a Moli foi-se embora.

Como já disse eu nunca fui capaz de enfrentar os meus pais, mas eu os enfrentei quando vi que eu estava a perder o Theo.

Eu amo muito o Theo e não sei o que faria sem ele.

Apesar de eu e o Theo namorarmos às escondidas porque eu trabalho no orfanato onde ele mora essa não foi a principal razão de eu ter escolhido manter o nosso namoro em segredo.

O verdadeiro motivo foi por causa dos meus pais.

Eu tinha medo que se os meus pais soubessem do meu caso com o Theo eles fizessem algo para nos separar.

Quando eu contei aos meus pais do meu caso com o Theo, como era de se esperar eles não reagiram nada bem e queriam que eu acabasse o meu caso com o Theo, mas pela primeira vez eu consegui enfrenta-los e disse-lhe que não ia fazer isso.

Eu disse-lhes tudo o que eu tinha entalado na garganta e depois eu subi para o meu quarto.

Eu pus algumas coisas numa mochila e depois eu sai de casa sem olhar para trás.

Eu não tinha para onde ir, por isso eu revolvi ir até à casa do Thiago.

Eu fiquei na casa do Thiago uns dias até conseguir arranjar um emprego e uma casa para morar.

Eu sei que como trabalho no orfanato eu recebo um pequeno salário, mas o dinheiro não é muito e só com o dinheiro do orfanato eu não iria conseguir sustentar-me.

O Thiago ainda disse-me que eu podia ficar mais tempo na sua casa, mas eu não quis, afinal eu não queria incomoda-lo mais.

Hoje eu estava sentado no sofá grande da minha casa quando eu ouvi a campainha tocar.

Eu fique bastante surpreso quando abri a porta e vi o Theo ali parado ao lado do Thiago.

Durante esta semana eu estive a orientar a minha vida e por isso eu ainda não tinha ido falar com o Theo.

- Theo? Que fazes aqui? – perguntei ao Theo quando recuperei-me da surpresa de o ver parado na minha frente.

- Eu o trouxe, porque vocês precisam de falar. Eu depois venho buscar o Theo, por isso se quiserem falar ou fazer algo impróprio fação antes de eu chegar, porque eu não tenciono assistir pornografia. – disse-nos o Thiago e depois ele virou-se e foi-se embora.

- E-entra. – disse ao Theo dando-lhe passagem para entrar dentro de casa, depois de o carro do Thiago desaparecer de vista.

- Obrigado. – agradeceu-me o Thiago passando por mim e entrando dentro da minha casa.

Depois de o Thiago entrar dentro da minha casa eu fechei a porta e depois eu e o Theo fomos para a sala.

- No caminho para aqui o Thiago contou-me que tu foste obrigado a namorar com uma rapariga. – disse-me o Theo quando nós entramos na sala.

- Sim, o Thiago contou-te tudo? – perguntei-lhe.

- Sim. – respondeu-me o Theo sentando-se no sofá grande da sala.

- Entendo. Estás chateado comigo? – perguntei-lhe sentando-me ao seu lado no sofá.

- Um pouco. Pensei que confias em mim. – disse-me o Theo.

- E confio. – disse-lhe.

- Então porque não contaste-me? – perguntou-me o Theo olhando diretamente nos meus olhos.

- Sem ser o Thiago eu não contei a ninguém o que aconteceu e para todos os efeitos o meu namoro com a Moli era real, para além disso eu não queria mais lembrar-me do que aconteceu. – respondi-lhe.

- Entendo. – disse o Theo.

- Theo, eu sei que fui um idiota contigo, mas ainda tenho alguma hipótese contigo? – perguntei-lhe virando-me para ele no sofá e depois eu segurei as suas mãos.

- Ainda bem que sabes que foste um idiota. – disse-me o Theo tirando as suas mãos das minhas.

Eu abaixei a cabeça pensado que o tivesse perdido, mas eu voltei a levantar a cabeça quando senti o Theo sentou-se no meu colo virado para mim com as pernas à volta do meu corpo.

- Mas apesar de ser um idiota eu não consigo ficar longe de ti. – disse-me o Theo e depois ele beijou e eu levei as minhas mãos até à sua cintura enquanto correspondia ao beijo.

O Lindo Rapaz do OrfanatoOnde histórias criam vida. Descubra agora