CAPÍTULO 14

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Minha respiração parou

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Minha respiração parou. Meu corpo congelou. E até poderia jurara que meu coração parou de bater quando eu o vi.

Thomas estava naquele bar. Sua barba mais longa não camuflava seu rosto, nem seu corte de cabelo mais comprido. Ele era o mesmo, em tamanho, força, altura e tatuagens. O pânico começou a tomar conta de mim, mas eu precisava me controlar. Eu estava em público e aquele bar era sofisticado demais para que eu desse um ataque de pânico.

Tentei voltar a respirar e rapidamente peguei minha bolsa para sair dali. Eu precisava ir embora, eu precisava sair dali antes que ele me visse e antes que aquelas lembranças tomassem conta da minha cabeça.

Tentei passar por Scott que estava parado em pé ao lado da mesa, mas ele me segurou.

- Calma ai, eu vou te levar, ele não vai te fazer mal algum.

Scott também havia o reconhecido então não era nenhuma loucura minha, ele estava realmente ali, mas antes fosse loucura, assim ele não me veria.

- Eu preciso sair daqui quanto antes. Ele não pode me ver. – falei revelando minha voz tremula.
Merda. Eu estava a um ponto de começar a chorar e se chorasse tudo aquilo voltaria.

- Eu vou te tirara daqui, mas calma, tenha calma. – Scott falou tentando segurar meus braços, mas eu não conseguia me acalmar e seu toque fez meu corpo se contrair e a lembrança de Thomas me segurando para me agarrar na primeira vez surgiu em minha cabeça e eu senti o nojo começar a subir pela minha garganta.

- Me solta. – falei tentando me afastar das mãos de Scott e dando um passo para tras enquanto eu tremia.

Droga. Fiz aquilo por impulso e pude ver a confusão nos olhos dele.

Eu sabia que ele estava tentando me ajudar, mas eu não conseguia evitar as lembranças que estavam vindo com mais força.

De repente uma pessoa passou por mim esbarrando em meu braço e eu me lembrei quando Thomas passou esbarrando em mim e depois se virou tentando me agarrar por tras da segunda vez que ele tentou me agarrar.

Meu corpo todo tremeu e eu me encolhi mais ainda depois de alguém esbarrar em mim e meus olhos se encheram de lagrimas tomadas pelo sentimento de pavor que senti naquele dia.

Fechei meus olhos com força e tentei me afastar daquelas lembranças, mas estava cada vez mais difícil, elas estavam ficando mais nítidas e pensar que Thomas estava no mesmo ambiente mais uma vez só pioravam as coisas. E aquela música do pub parecia tanto com as músicas que tocavam no bar e aquilo me deixava ainda mais apavorada. Parecia que todas aquelas lembranças estavam acontecendo de novo.

- Mia por favor. Venha comigo. Eu estou aqui e vou te proteger e te tirar daqui. Agora só fique comigo. – A voz de Scott falou ao meu lado ultrapassando o som do pub, mas eu ainda não conseguia abrir meus olhos.

Senti a mão quente de Scott passar pela minha e então seus dedos entrelaçarem nos meus.

Por alguma razão seu toque me aqueceu e começou a me aliviar tudo aquilo.

Abri lentamente meus olhos e vi ele bem a minha frente a menos de um passo. Quando ergui meus olhos vi seus olhos prateados carregados de dor me olhando.

- Por favor agora venha comigo Mia. Eu vou te tirar daqui e vou cuidar de você.

Assenti que sim e engoli em seco tentando engolir toda a confusa da minha cabeça.

Scott se virou em direção a saída e me puxou junto com ele segurando minha mão o tempo todo e me mantendo próxima a ele como se pudesse me proteger de qualquer coisa.

Não consegui mais ver Thomas, nem se ele me viu, apenas segui Scott em silencio até o carro.

Ele abriu a porta para mim e depois que ele fechou a porta me fechando dentro do seu carro enquanto ele dava a volta para entrar do outro lado senti como se enfim tivesse segura.

- Você está bem? – Scott perguntou logo depois de se sentar ao meu lado no banco do motorista.
Assenti que sim mas sem coragem de olhar em seus olhos.

Estava envergonhada por tudo o que aconteceu.

- Me desculpe. Estraguei sua noite. Eu não deveria ter ficado daquele jeito nem agido dessa maneira.

Senti a mão de Scott passar por meu cabelo levando uma mecha do meu cabelo que estava na frente do meu rosto para trás da minha orelha e então tive coragem de erguer meus olhos para encontrar os seus.

- Esta tudo bem. Eu estou aqui e vou cuidar de você. Aquele cara é um idiota, jamais deveria ter feito nada daquilo. Você não tem pelo que se preocupar.

- Será que ele nos viu? – perguntei imediatamente curiosa para saber.

Se Thomas tivesse me visto ele ia saber que eu estava em Los Angeles e poderia vir atras de mim.

Scott acenou que não enquanto continuava me olhando.

- Não. Eu me garanti disso. Ele não sabe que você estava aqui.

- O que será que ele estava fazendo aqui? Será que um amigo dele me viu e falou para ele que eu estava em Los Angeles? Será que ele veio atras de mim?

Um milhão de perguntas e possibilidades explodiram em minha cabeça e aquilo quase começou me deixar louca e eu rapidamente coloquei minhas mãos na minha cabeça como se pudesse conter aquela explosão.

- Calma. – Scott falou pegando e baixando minhas mãos e as puxando para ele me fazendo voltar a lhe olhar – Foi coincidência. Muita gente vem para Los Angeles nós só tivemos o azar de escolher o mesmo bar que ele.

- E se ele for para o Engle's? E se ele me ver dançar e souber que trabalho la?

- Se isso acontecer, que são poucas as chances devido ao nível da Engle's. Vai ter muitas pessoas para te proteger se eu não estiver lá, Emma ou Tom jamais deixarão alguém fazer mal para você. Por isso você vai e volta de taxi todos os dias, tem sempre alguém cuidando de você Mia.

Foi quando Scott falou aquilo que a fixa pareceu cair.

Ele tinha razão. Sempre tinha alguém por perto de mim. Jamais fiquei sozinha, até mesmo na hora de ir para o taxi que sempre me esperava na porta do prédio ou do bar.

- Eles sabem? – perguntei olhando para Scott me dando conta de tudo aquilo.

Scott acenou com a cabeça enquanto continuava me olhar.

- Não de tudo, mas sabem o suficiente para entender que você precisa ficar segura lá.

Sorri levemente para ele ao sentir como se meu peito se aquecesse.

- Obrigada! Sei que isso é coisa sua e jamais vou saber agradecer por tudo isso.

Scott havia tomado providencia de tudo aquilo. Ele estava me cuidando até quando não estava por perto e eu teria uma gratidão eterna por ele estar fazendo tudo aquilo por mim.

- Você agradece ficando bem. – Scott falou ajeitando mais uma vez meu cabelo que teimou em voltar para a frente do meu rosto.

Enquanto sua mão passava por tras da minha orelha nossos olhos se encontraram e foi como se naquele instante eu pudesse ver por tras de seus olhos. Como se visse sua alma e nela vi algo que não consegui compreender. Era um brilho tão carinhoso que me preenchia e meu corpo se enchia de alegria.

Antes que pudesse decifrar o que era Scott piscou algumas vezes e soltou minha mão voltando-se para frente.

- Vamos lá. Vamos para casa descansar. Foi um dia e tanto. – Scott falou ligando o carro e eu então assenti com a cabeça e coloquei meu sinto me virando para frente.

O caminho de volta foi silencioso, mas por incrível que pareça eu estava bem.

As lembranças de Thomas tentavam tomar conta de mim, mas então eu olhava para o lado e via Scott dirigindo e logo as lembranças se iam e eram apagadas com as lembranças daquele dia com Scott.

NÃO APEGUE-SE - Regras Do Jogo 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora