08. - Aviso de Miranda.

347 23 81
                                    

Isso é ruim, isso é muito ruim.

Acabaram de literalmente achatar minhas chances de colocar Humphrey Bieber na cadeia. Isso frustra os meus planos, e isso frustrou os planos dela, definitivamente.

Após eu chamar a polícia, deu a doida na empregada e ela começou a falar uma língua que eu não conhecia — não era espanhol, talvez coreano? Chinês? Definitivamente não é japonês, porém, saber também não irá me ajudar. O fato é que Jade está em meus braços, ainda chorando, enquanto o corpo de Ginger jaz sobre o chão. Ponderei por momento a situação, olhando ao redor, revendo minhas opções; ela está morta, e para todos os efeitos isso é ruim. Eu me afasto, isso não é nada bom, nada bom. Meu quarto, preciso retirar umas coisas do meu quarto, porque se eles revistarem... Ah, não vai ser agradável.

Dou meia-volta, e no meio do caminho, empregados apareceram atraídos pelas incoerências que a mulher gritava ao meu lado. A polícia vai chegar logo, e a ambulância e a perícia também, eles vão investigar o quarto, vão investigar o que está ao redor; meu quarto é no primeiro corredor assim que sobem as escadas, fica a três corredores de distância do quarto de Jade, portanto, é longe, ainda assim, não é uma boa ideia deixar tudo aqui. Abri minha gaveta com Jade ainda em meus braços, enquanto com uma mão, digitava uma mensagem rapidamente, informando que Ginger está morta. Feito isso, observo a imagem de Nelwin e Gannor em minhas mãos, olhando-a atentamente.

— Como conseguiu isso?

— Eu sei tudo que acontecia naquela casa.

É mesmo? Isso me fez rir. Não tenho muita certeza disso, mas, Nelwin não destruiu as evidências dela e de Gannor como imaginava.

Guardei-a, em seguida, peguei a arma, colocando-a na cintura. Preciso me livrar dela. Saio para fora, dando palmadinhas nas costas de Jade, que ainda resmungava. Olhei para a criança com um sentimento ruim se apossando do meu peito agora, e as mãos agora visivelmente sendo abatidas com a tremedeira. Evitei o corredor aonde ocorreu o assassinato, pois gritos ecoam para lá e para cá, agora com a notícia se espalhando. Não invadam a cena do crime, idiotas!

Fui até o escritório do Aaron, olhando para os lados para ver se estava sendo seguida, e não encontrando ninguém, adentrei, indo até o seu cofre. Despreocupadamente, o mesmo não mudou a senha, então, no cofre coloquei minha arma, limpando as digitais na camiseta antes de guardá-lo. Saí do escritório, ouvindo o som de passos, e indo contra isso; porém não havia ninguém. Apressei-me em sair dali, vendo já uma grande aglomeração ao redor. A polícia estava chegando, ouvi as sirenes e desci depressa, encontrando-me com Nathalie saindo da piscina, ela olhou-me inquisitiva.

— Está passando bem? Está pálida e... De quem é esse bebê? — Em qualquer outro momento gozaria da situação, porém, não dessa vez.

— É da Ginger. — De forma imediata o seu rosto se contorceu.

— A Ginger está aqui? — Ela não me esperou responder. — E por que está com a bebê dela?

Abri minha boca para lhe responder, no entanto, Carmel adentrou a cozinha, olhando para os lados.

— Ah, que bom já chegou, Hadley. O almoço está pronto Nathalie, quer que eu organize a mesa?

— Por favor, Carmel. — Nathalie sorriu na direção dela, depois se virou para mim. — O que a Ginger veio fazer aqui a propósito?

Black Sea 2Onde histórias criam vida. Descubra agora