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Como matar alguém, sem realmente matá-la.

Eu definitivamente conheço várias formas mais do que dolorosas para fazê-las. Não é necessário torturar fisicamente, porque a maior dor é a invisível, aquela que você guarda na mente, no fundo da sua cabeça, trancada a sete chaves. Temo que brincar comigo seja absolutamente divertido para ele. Ele é sádico, a tortura não está na dor, está na cabeça, em cada dia passado, em cada jogo jogado, em cada fala dita, mas não pronunciada, está em tudo que ele faz, e direciona a mim. Sou uma marionete em suas mãos, e ele é o mestre.

Como eu bem descobri ao decorrer do tempo, Humphrey é sádico, e vaidoso, porque ele teve muitas oportunidades de me matar, ele poderia fazer isso com Seth também, mas eu sou mais valiosa, eu estou mais a vista, eu usufruí de algo que da visão dele eu não deveria, o nome Haighet, o maldito nome Haighet. Se eu soubesse que ter um pai e sobrenome de verdade me daria tanta dor de cabeça, eu teria corrido mais do Aaron.

Sorrindo amplamente, ele se afastou.

— Estamos em uma crise aqui, garotos, mas vamos resolver isso da melhor forma possível, como uma família, e peço encarecidamente que quem não for, nos dê um pouco de espaço, é um momento delicado para todos nós.

Velho maldito.

Vejo Bethany e Carmel que faz sinal para que os brutamontes a sigam. Os outros Bieber observam em silêncio o seu avô.

— Por favor. — Ele pediu, dando um passo à frente, ainda me encarando.

— Não tenho nada a conversar com o Gannor, pai. — Aaron falou friamente, inalterado.

— Não é bem assim, Aaron. Obviamente temos um problema e é melhor resolver da melhor forma, e faremos isso conversando, não tem mais para onde correr, alguém vazou a notícia e agora todo mundo tem que lidar com isso. A assessoria de imprensa, você, o Gannor, Jansen e nós. Vamos conversar. — Isso não é um pedido, é uma ordem, e eles entendem bem isso.

Aaron saí na frente, Jackson e James atrás, Jansen aparece no topo, parece desnorteado. Humphrey caminha a frente e puxa Gannor pelos ombros, arrastando-o para frente, enquanto fita Jansen.

— Você também. — Diz a Jansen.

E enquanto Humphrey some de vista, eu deslizo sobre o chão, sem aguentar ficar mais de pé. Levo as mãos aos ouvidos, com uma sensação crescente e ensurdecedora que meu coração irá explodir em meu peito. Não consigo respirar, não consigo... Quero que pare, preciso que pare... Preciso que...

Sinto uma mão quente em minha perna, mas não consigo levantar o meu rosto para fitar o rosto.

— Hadley, você está bem? — Justin indagou, puxando o meu rosto e eu obriguei-me a olhá-lo nos olhos. Não, Justin, não está nada bem, mas você não entende isso, você não vê.

Eu balanço minha cabeça, só cansada.

— Só estou tonta. — Justin semicerrou os olhos, olhando-me firmemente. — Não se preocupe.

Apressei-me em dizer.

— Está tudo bem.

Ele pegou a minha mão, vendo-a tremer incontrolavelmente.

— Está tudo bem mesmo? — Consenti, sorrindo, e me levantando, as pernas ainda tremendo.

— A minha pressão está baixa, eu vou comer alguma coisa. — Ele concordou, ainda que um olhar desconfiado pairasse sobre o seu rosto.

— Eu vou pedir que a Carmel leve o seu jantar no quarto, tudo bem? — Assenti. — Não some de vista.

Sorrio. Não se preocupe, o lugar mais seguro do mundo é aonde o meu assassino está.

Black Sea 2Onde histórias criam vida. Descubra agora