9. Apagado do mapa

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Paulo emergiu. Havia caído na piscina, estava quase sem sentidos, mas havia conseguido chegar a superfície da mesma. Por alguns segundos não sabia onde estava, esperava estar morto nesse momento, porém, sentiu um alívio tão grande que conseguiu tirar forças de suas fraquezas para sair da piscina. Lembrava exatamente de sua queda, havia sido muito forte, mas para compensar a piscina era funda. Se houvesse desmaiado com o impacto morreria afogado, evidentemente. Felizmente não foi isso o que aconteceu, por sorte permaneceu vivo, um pouco tonto e com dor de cabeça, mas vivo.

Além da água, o que havia o consumido e continuava com esse procedimento eram as perguntas em sua mente. Por que Jorge havia feito isso? Ele e German tinham uma coligação contra sua pessoa? Tudo deveria ser analisado desde o princípio. Talvez o motivo para ele ter feito o que fez fosse o mesmo que o de German: Paulo se negar a passar-lhes as informações. Mas tentar matá-lo seria um ponto culminante da parte de Jorge, não seria necessariamente a solução. Haveria mais coisa envolvida, Paulo tinha certeza disso só não sabia exatamente o que era. Ninguém cometeria um homicídio tendo uma justificativa como essa, a não ser que tivesse algum problema mental e isso, com certeza, Jorge não teria. De qualquer maneira, Paulo queria acreditar que German não estaria envolvido nessa tentativa de homicídio, que ele havia apenas o trancado no quarto por simples impulso, uma coisa de momento.

Jorge não poderia escapar. Paulo estaria vivo para fazê-lo pagar pelo que tentou cometer. Faria Louis abrir os olhos para a pessoa a quem convocou, para a pessoa que ele havia escolhido. A cena mais repugnante que percorria a mente de Paulo era o sorriso que Jorge deu antes de empurrá-lo. Não seria igual a German, não havia feito isso por impulso, sem pensar. Estava feliz pelo que cometia, se divertia com isso, seu sorriso não negava. Essa situação não era normal. A medida que as investigações avançaram, tudo se tornava incogitável, ações fora do comum eram realizadas, pessoas totalmente enigmáticas apareciam.

Não seria pelo motivo de que Paulo esteve no abismo da morte que os planos seriam modificados. Iria de encontro com seus companheiros de trabalho e, primeiramente, contaria onde Josan estava. Depois de tudo isso concluído, dariam um jeito em Jorge. A essa altura Paulo deveria torcer para que eles ainda estejam no Dourado ou estariam em direção ao hotel novamente. Era fundamental encontrá-los naquele lugar, de lá seguiriam para o cativeiro.

Martin estaria a sua espera no estacionamento para irem ao cativeiro. O plano seria Stevan telefonar para Paulo para confirmar que o sujeito esteve por lá e os passou a informação e, diante disso, Paulo seguiria junto a Martin para o Dourado. Agora, as coisas seriam diferente apenas no princípio, mas o restante permaneceria intacto.

Paulo se retirou de imediato dali. Jorge poderia vê-lo e comprovar que sua tentativa falhou, assim seria possível que fizesse algo para impedir Paulo de seguir com seus planos. A essa altura do campeonato tudo era de se esperar em relação a Jorge.

Já fora do hotel o carro de Martin estava parado, obviamente desde mais cedo, a espera de Paulo. Martin, sentado no capô do carro, degustava um sanduíche de presunto, não havia percebido a presença de Paulo.

— Isso deve estar uma delícia. mas eu preciso ir, agora!

— Paulo! — limpou a boca — o que aconteceu com você? Esqueceu de tirar a roupa para tomar banho?

— Foi um acidente. Prefiro não falar sobre isso agora. Vamos?

— Vamos lá! — falou ao entrar no carro.

Com segundos após o veículo entrar em movimento, Paulo focalizou algo de seu total interesse. Tinha certeza absoluta de que havia visto Jorge no carro que ultrapassou a frente do veículo que eles estavam. Além do mais, ele já havia visto esse automóvel em algum lugar, era um modelo que chamava muita atenção.

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