24. Saída

1 0 0
                                    

— Eu seguirei pela mata, da mesma forma que fizemos no dia que tentamos tirar Josan daqui. Primeiro vou averiguar a situação, depois eu volto. Esconda a motocicleta, eu voltarei pelo mesmo caminho.

- Tem certeza que não quer que eu vá com você?

- Não é necessário.

O dia quase escurecia, o que seria um problema a mais para Paulo. Andar em uma mata fechada no escuro não era uma boa ideia, mas sim, uma ideia necessária. Era como um instinto, algo dizia que eles estavam no mesmo cativeiro de sempre, pois havia vaga para inúmeras pessoas sequestradas, o que explicaria boa parte de trazê-los até aqui. A sede da Lobaz também seria um bom local, mas não um local apropriado para cometerem execuções. Aqui, pelo menos, poderia jogar os corpos em meio a mata, a polícia não desconfiaria de nada. Os Wolfs são espertos, mas não tão espertos quanto Paulo.

Havia saído por um minuto, e o caos havia sido feito. Foi sorte Lênin não ter contado nada em relação à sua conversa com Cameron. Se isso tivesse acontecido, Paulo não teria se irritado com ele e deixado a mesa, assim seria um dos sequestrados. Henry esteve a sua procura, mas ele deixou a pensão a tempo.

Agora havia convocado Martin mais uma vez, só que seu carro não serviria neste momento. Ele havia arranjado uma motocicleta e Paulo havia descido no meio do caminho para cortar o restante do trajeto pela mata, pois seria arriscado chegar muito perto do local sem um mínimo de cautela. Dessa vez Martim continuaria à sua espera, Paulo iria apenas praticar uma rápida averiguação, saber o que está se passando no local até planejar um meio de tirá-los dali. Conseguiram a ajuda da polícia, que conseguiu capturar alguns Wolfs, mas essa parte do plano ficou por sua conta.

Paulo, dificilmente, seguiu o mesmo trajeto. Estava determinado, e não seriam alguns galhos e outros obstáculos que surgiam à sua frente que o pararia agora. Tentou uma corrida para chegar mais rápido antes que a noite caíssem de vez, quando cansava-se, voltava a caminhar. Nesse ritmo conseguiu chegar mais rápido do que o esperado, e dali, atrás de um arbustro, encontrou com alguém que não esperava.

- Você está bem? – perguntou Paulo ao se aproximar da pessoa que estava caída no chão em meio aos galhos e folhas secas.

Era Lênin

- Não. – respondeu com dificuldade

- O que aconteceu com você? – perguntou, sem obter respostas

Ele parecia estar muito machucado. Estava completamente sujo, cheirava a fumaça e arfava bastante, como se estivesse buscando o máximo de oxigênio possível.

Paulo não sabia o que havia acontecido para Lênin se apresentar naquele estado tão precário, e sabia muito menos o que fazer com ele.

- Do que precisa? – Paulo buscava perguntar apenas o necessário, pois Lênin mal conseguia manter-se de olhos abertos.

- Sair daqui. – disse

Paulo dera sorte. Estava com um ponto eletrônico para se comunicar com Martin, e isso poderia servir de muita ajuda nesse momento.

- Martin, preciso que venha imediatamente para cá. Ainda estou dentro da mata, mas muito próximo ao cativeiro. Lênin está aqui comigo e aparenta estar muito mal. Venha o mais rápido possível e leve-o em algum hospital.

- Mas como você voltará para a cidade?

- Não se preocupe comigo, eu me viro. Vou procurar um jeito mais simples de resolver as coisas. Tente vir o mais rápido que puder.

- Já estou indo.

Paulo voltou-se para Lênin

- Aguenta aí, amigão. Martin já está a caminho.

MISSÃO IMPLACÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora